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07 de março, de 2019 | 16:00

Dieta restritiva e a restrição da saúde

Nayara Zímer *

O termo dieta se refere à ingestão de alimentos específicos, como também restrição parcial ou total destes, o que vem causando grande preocupação em profissionais da saúde, sobretudo à classe nutricionista. Os desdobramentos que a busca pelo perfeito pode ocasionar, na maioria das vezes, foge dos pilares de saúde e toma caminhos como a compulsão alimentar, transtornos psicológicos entre outros, revelando sempre a face caótica do corpo que é exposto às mais cruéis formas de perda de peso. Tais processos vão além de mudanças biológicas e causam danos a níveis psíquicos de grande importância levando a consequências trágicas na maioria das vezes.

Os transtornos alimentares podem ser desenvolvidos a partir de etiologia multifatorial, entretanto, destacando-se a influência da mídia nos dias atuais e a supervalorização do corpo magro e perfeito, muitas pessoas acabam buscando dietas restritivas a fim de alcançar esse padrão em tempo recorde. A privação do prazer que algum alimento oferece, em um contexto social, leva à sensação de privação emocional. Logo, pode-se considerar uma privação não apenas biológica, mas também psicológica, contribuindo para o aparecimento de transtornos alimentares.

Quando falamos de saúde, estamos colocando muitas coisas dentro de um só ideal. Vai muito além de simplesmente não estar doente, é o equilíbrio biológico físico, mental e social. Ao submeter o corpo a penosas dietas requerendo dele somente resultados na balança, pilares fundamentais são feridos e aí sem a estrutura emocional o descontrole alimentar invariavelmente aparece. O equilíbrio entre objetivos, conduta e prazer é fundamental.

Partindo do ponto de vista nutricional a dieta pode ser entendida como um padrão de vida, podendo ser considerada como algo que naturalmente faz parte do cotidiano. Partindo desse pressuposto, muito se tem discutido sobre suas dinâmicas restritivas e repercussões muita das vezes radicais, pelo fato de pular, diminuir ou excluir alguns alimentos considerados de alto valor calórico a fim de alcançar objetivos como o emagrecimento.

Quando uma conduta nutricional é tomada, o indivíduo deve ser avaliado como um todo, de forma empática e única. Afinal suas necessidades e anseios não estão compilados em uma dieta padronizada e engessada. Substituir o termo dieta por plano alimentar é tirar um peso de algo maçante e sem brilho, é dar esperança com alimentos que irão nutrir, dar sabor, desinflamar e oferecer ao paciente a oportunidade de realmente sentir vontade de ampliar seu leque alimentar e não ter esse período como um martírio, mas o início de planos para a vida, para a maior qualidade de vida, que engloba o social, corpo físico e a mente.

* Nutricionista (CRN9:19002). Graduada em nutrição pela faculdade Pitágoras de Ipatinga. Pós-graduanda em Nutrição Oncológica - Hospital Israelita Albert Einstein. Pós-graduanda em Nutrição Materno infantil
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