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07 de março, de 2019 | 09:20

Candidata diz que foi convidada por Marcelo Álvaro Antônio para ser laranja

Candidata a deputada estadual pelo PSL afirma que tratou, pessoalmente, de sua candidatura com o hoje Ministro do Turismo e ficou acertada a transferência de dinheiro que ela deveria devolver

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), é acusado de convidar pessoalmente uma mulher para ser candidata laranja, com o compromisso de que ela devolvesse à sigla parte dos recursos do fundo eleitoral. A denúncia está na edição desta quinta-feira no Jornal Folha de São Paulo.

A reportagem traz uma entrevista com a postulante a deputada estadual pelo PSL de Minas em outubro, Zuleide Oliveira. Também mostra print de conversa dela com um assessor do ministro e cópia de uma denúncia feita por Zuleide ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais em 19 de setembro.

A filiada ao PSL, Zuleide Oliveira, fez uma denúncia a TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Minas Gerais e afirmou que foi chamada pessoalmente por Marcelo Álvaro Antônio (atual ministro do turismo) para ser candidata-laranja nas eleições de 2018 e que seu compromisso era devolver ao partido parte do dinheiro público do fundo eleitoral.

A candidata é a primeira a implicar diretamente o hoje ministro no esquema de desvio de dinheiro público por meio de candidaturas de laranjas do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro.

Marcelo Álvaro Antônio disse à Folha não se lembrar de encontros com Zuleide e negou ter feito oferta ou pedido de devolução de valores.
Divulgação
Marcelo foi reeleito para o cargo de deputado federal, pelo PSL, na eleição de 2018 e chamado por Bolsonaro para ser ministro do TurismoMarcelo foi reeleito para o cargo de deputado federal, pelo PSL, na eleição de 2018 e chamado por Bolsonaro para ser ministro do Turismo


A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca que "a candidata é a primeira a implicar diretamente o hoje ministro no esquema de desvio de dinheiro público por meio de candidaturas de laranjas do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Zuleide diz ter se encontrado com Álvaro Antônio em seu escritório parlamentar, em Belo Horizonte, em 11 de setembro, na companhia do marido e de um amigo."

Ao jornal, Zuleide disse não saber se algum dinheiro foi depositado porque o controle das contas bancárias teria ficado com os dirigentes do partido. 'Eu não entendia de nada, eles que fizeram tudo [para registrar a candidatura], eu não tirei uma certidão minha, eles tiraram por lá, eu só enviei meu documento e eles fizeram tudo.

O caso de laranjas do PSL na campanha eleitoral de 2018 já contribuiu para a queda de Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral do Governo. As denúncias são investigadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de Minas.

‘Eu não entendia nada, eles que fizeram tudo’

Segundo o jornal, ela afirma não saber se algum dinheiro foi depositado porque o controle das contas bancárias ficou, segundo ela, com os dirigentes do partido. 'Eu não entendia de nada, eles que fizeram tudo [para registrar a candidatura], eu não tirei uma certidão minha, eles tiraram por lá, eu só enviei meu documento e eles fizeram tudo. Acredito, sim, que fui mais uma candidata-laranja, porque assinei toda a documentação que era necessária e não tive conhecimento de nada que eu estava fazendo (...) Fui usada, a minha candidatura foi usada para fazer parte de uma lavagem de dinheiro do partido', afirmou Zuleide."

A candidata-laranja diz mais: "nesse encontro, foi instada por Álvaro Antônio a assinar requerimento de solicitação da verba, endereçado ao então presidente nacional do PSL, Gustavo Bebianno. 'Ele [ministro] disse pra mim assim: 'Então a gente vai fazer o seguinte: você assina a documentação, que essa documentação é pra vir o fundo partidário pra você. (...) Para o repasse ser feito, você tem que assinar essa documentação. E eu repasso a você R$ 60 mil, e você tem que repassar pra gente R$ 45 mil. Você vai ficar com R$ 15 mil para sua campanha. E o material é tudo por nossa conta, é R$ 80 mil em materiais'."
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