23 de fevereiro, de 2019 | 08:30

Bombeiro de Ipatinga avalia trabalhos de resgate em Brumadinho

Conforme o sargento Laguna, os trabalhos das equipes de resgate na área da catástrofe ambiental da mineração começavam às 5h e só eram encerrados no fim do dia

Sargento Luciano Laguna atuou na área da catástrofe ambiental em Brumadinho entre os dias 7 e 15 de fevereiro Sargento Luciano Laguna atuou na área da catástrofe ambiental em Brumadinho entre os dias 7 e 15 de fevereiro

Depois de oito dias de um trabalho cansativo em Brumadinho, em busca de vítimas desaparecidas, após o rompimento da Mina Córrego do Feijão, no dia 25 de janeiro, bombeiros militares do 11º Batalhão retornaram para suas cidades, entre elas Ipatinga, Timóteo, Manhuaçu e Itabira. Em entrevista ao Diário do Aço, o sargento Luciano Laguna, de Ipatinga, que fez parte da equipe que viajou para Brumadinho, detalhou sua rotina de trabalho e as dificuldades enfrentadas na área da tragédia.

A equipe do 11º Batalhão viajou para Brumadinho no dia 7 de fevereiro e retornou para o Vale do Aço no dia 15 de fevereiro. Dentre os militares escalados estavam o tenente Medeiros, sargentos Dias, Laguna, Maiquel e soldados Wilderson e Vitor Dias. Desde o dia da tragédia, equipes de militares do estado têm revezado na operação de resgate às vítimas.

Dificuldades

Conforme o sargento Laguna, os trabalhos das equipes de resgate na área da catástrofe ambiental da mineração começavam às 5h e só eram encerrados no fim do dia. "Era bem cansativo e exigia muito esforço. Trabalhávamos boa parte do dia na lama para encontrar os desaparecidos. Nossa equipe de resgate contava com maquinários e diversos equipamentos. A zona quente, que é onde aconteceu a tragédia, é um terreno de difícil deslocamento, com áreas sólidas e líquidas. E ainda choveu durante alguns dias, o que dificultou bastante os trabalhos", contou Laguna.

O sargento também informou que foi a primeira vez que trabalhou em uma operação desse nível, que envolvia várias equipes de resgate em busca de centenas de vítimas. "Os corpos que estavam na superfície foram encontrados mais facilmente no início da operação. Com o tempo, foi ficando mais difícil de encontrar mais vítimas. Para ajudar nas buscas, a gente contava com imagens áreas, que eram analisadas antes das equipes se deslocarem para os locais de trabalho", explicou.

Sofrimento humano

Para o sargento, além das dificuldades que o terreno apresentava, outro desafio em Brumadinho era lidar com o sofrimento humano. "Tínhamos muitas dificuldades com a área da tragédia, que era muito traiçoeira. Mas nessa operação envolvia a dor das pessoas que perderam seus familiares. Além disso, teve um prejuízo ambiental que toda a lama de rejeitos trouxe para a natureza. Então quando fui para Brumadinho, fui com empolgação para trabalhar e ajudar as pessoas, mas ao mesmo tempo sentia uma tristeza por causa disso tudo", ressaltou.

Expectativas

Conforme Laguna, a operação de resgate em Brumadinho deve continuar até uma decisão do comando dos bombeiros ou governo estadual, mas enquanto isso não ocorre, o militar afirma que acredita no desenvolvimento dos trabalhos. "As expectativas dos bombeiros são sempre positivas, enquanto tiver chance de encontrar os desaparecidos, vamos continuar trabalhando", concluiu.
Até o fechamento desta edição, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais já conseguiu encontrar 176 corpos de vítimas.


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Comentários

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Eliane Souza Martins Ferreira

25 de fevereiro, 2019 | 07:20

“Parabéns a todos !
Deus abençoe sempre para dedicar com amor e ajudar as pessoas!Grandes heróis.”

Gustavo Pinto Pinheiro

23 de fevereiro, 2019 | 11:15

“Esses são nossos heróis! Parabéns pelo belíssimo trabalho !”

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