21 de fevereiro, de 2019 | 06:08

População evacuada e rodovia fechada em Itabirito

Justiça determinou que Vale implementasse plano de emergência por causa de barragens

'Aqui se a barragem ceder, o Centro e diversos bairros de Itabirito seriam varridos pela lama', a afirmação é de um engenheiro, morador de Itabirito e também funcionário da Vale.

A fala do engenheiro à reportagem, é repetida à exaustão pelos moradores da pequena cidade, cercada por lagoas de contenção de rejeitos da mineração, que rasga as serras no entorno, ano após anos.

Pois diante do risco, uma decisão judicial expedida nesta quarta-feira (20) determinou que a Vale adotasse medidas emergenciais para garantir a segurança, também, da população de Itabirito, em caso de rompimento das barragens de Forquilha I, II e III.

Na noite dessa quarta-feira, a BR-356 foi fechada para permitir a remoção de moradores de condomínios que estão no caminho que pode ser percorrido pela lama, em caso de rompimento de uma das barragens. Quem estava em trânsito teve que parar ou retonar para Ouro Branco, para acessar a BR-381 e seguir viagem para Belo Horizonte, uma volta de mais de 100 quilômetros.

A empresa também já iniciou a evacuação dos moradores em Ouro Preto, que também seriam atingidos caso algumas das barragens, em Itabirito, estourassem.

A liminar acatou todos os pedidos da Ação Civil Pública impetrada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) na última quinta-feira (14) e determinou uma série de medidas para que a população de Itabirito não corra risco de morte se as barragens se romperem.

A empresa terá 72 horas, independentemente da apresentação de Plano de Ação Emergencial aos órgãos competentes, para providenciar a fixação de rotas de fuga e pontos de encontro, a implantação de sinalização de campo e de sistema de alerta; definir e apresentar as estratégias para evacuação e resgate da população com dificuldade de locomoção; realizar o cadastramento de residências e outras edificações existentes na área de impacto; informar a população de Itabirito das medidas, por meio de comunicação nas rádios locais, e distribuir panfletos indicativos de modo que a população saiba exatamente como proceder em caso de rompimento das barragens. (Com informações do MPMG e jornal Hoje em Dia)