21 de fevereiro, de 2019 | 07:00

Feijão carioca mais que dobra de preço no Vale do Aço

Seca e opção de agricultores por outros cultivos reduziram a oferta do alimento básico do brasileiro

Divulgação
O quilo do feijão é vendido por mais de R$ 9 no Vale do Aço O quilo do feijão é vendido por mais de R$ 9 no Vale do Aço

Depois de muitos meses custando entre R$ 3 e R$ 4 o quilo, o feijão carioca mais que dobrou de preço e é encontrado por até R$ 9,89 nas prateleiras dos supermercados do Vale do Aço. O motivo da alta, dizem os distribuidores, é que muitos produtores optaram por outros grãos, como a soja, já que o feijão, ao longo do ano passado, estava com o preço em baixa.

Clemar Moraes, gerente de uma empresa do setor, em Coronel Fabriciano, que realiza o beneficiamento e empacotamento, de grãos, aponta também que a seca prejudicou a colheita do feijão e, por isso, há menos oferta.
O gerente explica ao Diário do Aço que, no estado de São Paulo, há colheita de feijão duas vezes ao ano. A maior delas tem plantio em agosto, com colheita entre novembro e dezembro. “Mas foi um período de seca”, pondera.
Já a chamada safrinha tem o plantio em janeiro e fevereiro e colheita entre maio e junho. “A quantidade é bem menor e por isso, tradicionalmente, no meio do ano o feijão fica um pouco mais caro”.

Clemar lembra também que o feijão é cotado em real e por isso se torna menos atrativo para os produtores, que acabam apostando em soja e milho, por exemplo, commodities cotadas em dólar.

A maior alta registrada do feijão carioca foi em 2016, no início do segundo semestre, quando o quilo chegou a custar R$ 16. Clemar relembra que, naquela época toda a produção estava concentrada em Goiás. Diante da supervalorização do grão, que chegou a ser transportado com escolta, e até rendeu brincadeiras entre internautas, muitos produtores passaram a cultivar o feijão carioca, o que provocou, desde 2017, a estabilização do preço. Com a alta oferta, os preços baixaram e no ano passado parte dos produtores mudaram o foco do cultivo. “É a lei da oferta e da procura e por não existir um preço mínimo estabelecido para o feijão essa oscilação ocorre sempre”, acrescenta.
Clemar conta que o frete também interfere no preço final e quanto mais longe o cultivo, mais caro fica para o consumidor. O gerente, porém, não acredita que o preço do feijão vá subir mais nesse ano.

Diferentemente de outros grãos, o feijão carioca não permite um estoque longo. “Quando tem a colheita, todo mundo quer vender rápido para não perder. O feijão perde a coloração e isso o faz empacar na prateleira”, afirma Clemar.
Moraes acrescenta que a claridade também escurece o grão. “A qualidade não se perde, mas o feijão fica com a aparência mais escura e o cliente acaba não querendo”, observa.

Sem substituição

Embora o preço do feijão esteja mais alto, muita gente não abre mão, combinando-o com o arroz e outros pratos da culinária brasileira, em especial a mineira. Quem come frango com quiabo, sem feijão? E quase sempre as famílias o consomem no almoço e na janta.
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