18 de fevereiro, de 2019 | 15:46

Sigam o líder!

Fernando Rocha

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Fernando RochaFernando Rocha
O Campeonato Mineiro tem um novo líder, o Atlético, após o empate de 0 x 0 no clássico entre América x Cruzeiro, válido pela 7ª rodada, deste modorrento Campeonato Estadual, onde oito de 12 clubes, no total, se classificam para os mata-mata que indicarão o campeão.

No sábado à noite, com o time considerado “B”, o Galo fez um autêntico “treino de luxo” contra um dos piores entre os piores ‘bambalas e arimatéias’ do interior, o Tupi de Juiz de Fora, penúltimo colocado e candidatíssimo ao rebaixamento.

Diante de um público até razoável, 9.491 pagantes, maior do que os pouco mais de seis mil que foram ver o clássico América x Cruzeiro, os reservas do Galo, sem fazer força, confirmaram o favoritismo e venceram por 2 x 0, gols de Vinicius e Alerrandro. Os destaques foram o lateral Guga e o atacante Maicon Bolt, que, não fosse a teimosia do técnico Levir Culpi, já deveriam ser titulares na equipe principal.

Agora as atenções estarão todas voltadas para a partida de amanhã, no Uruguai, contra o Defensor, pela pré-Libertadores, onde o “descansado” time titular será utilizado, na expectativa de obter um bom resultado para que o time possa ter tranquilidade no jogo de volta, daqui a uma semana, no Independência. Se bem que, esperar triunfo sem “sofrimento” ou “emoções fortes” desse Galo é o mesmo acreditar que o Sargento Garcia irá prender o Zorro.

Clássico fraco
No domingo, América x Cruzeiro fizeram um jogo fraco - terminou em 0 a 0 – no Estádio Independência, prejudicado ainda mais na qualidade técnica pelo aguaceiro que deixou não só o gramado impraticável por cerca de meia hora, mas também vários bairros da capital inundados, com prejuízos e transtornos para milhares de pessoas.

Quando a bola finalmente rolou, o time do América foi mais agressivo, mas sem a força necessária no ataque, capaz de vencer o bom sistema defensivo celeste, onde se sobressaíram os zagueiros Dedé e Léo, com a segurança do goleiro Fábio.

No segundo tempo o jogo foi um pouco melhor, pois o gramado secou um pouco. Entretanto, a chuva voltava de vez em quando e os jogadores tiravam o pé do acelerador.

O fraquíssimo assoprador de apito Ronei Cândido (FMF), excessivamente nervoso, fez de tudo para complicar a partida, mas os jogadores colaboraram e, no fim, o empate de 0 x 0 foi justo pelo que os dois times não apresentaram, só cabendo ao Galo dizer “muito obrigado” Coelho e Raposa. Agora, sigam o líder!

FIM DE PAPO
• Enquanto o gramado do Estádio Independência não tinha condição de jogo, a TV Globo mostrou por quase meia hora a vexatória decisão da Taça Guanabara, onde o Vasco derrotou o Fluminense por 1 x 0 e conquistou o título. Jogo péssimo, sem qualidade técnica nenhuma, sem graça, pois em razão de caprichos das diretorias dos dois clubes, e uma decisão no mínimo controversa de um juiz carioca, foi proibida a entrada das torcidas no Maracanã.

• Cerca de 30 mil torcedores do Vasco foram pra frente do estádio e houve confronto com a polícia, que distribuiu bombas de efeito moral, cassetetadas e borrachadas não só em quem merecia, mas em pessoas inocentes, que só queriam ver o time do coração jogar. Para piorar ainda mais a situação, com o jogo em andamento, outro magistrado sem qualquer noção autorizou a entrada da torcida, aumentando ainda mais a correria e confusão.

• Lamentável, considerando que o local da confusão foi o Maracanã, nosso maior palco e um dos maiores templos do futebol mundial. Além disso, há pouco mais de uma semana, uma tragédia sem precedentes abalou o país, a morte dos dez garotos atletas do Flamengo, em um incêndio no Centro de Treinamentos do clube, o agora interditado Ninho do Urubu, cujas imagens rodaram o mundo.

• O Campeonato Carioca já foi considerado o melhor e mais “charmoso” do futebol nacional, e hoje não passa de um monstrengo, um arremedo de competição, com um dos mais confusos formatos do Brasil, onde, por exemplo, um time pode vencer a Taça Guanabara (1º turno) e a Taça Rio (2º turno), e ainda assim precisará de um jogo-extra para garantir o título.
Existe uma politicagem rasteira entre a Federação e os presidentes de clubes, além dos gramados onde os jogos são disputados servirem para abrigar bois, cavalos e cabritos, menos partidas de futebol.

• Na decisão do último domingo, entre Vasco e Fluminense, a Federação do Rio de Janeiro e os presidentes Pedro Abad, do Fluminense, e Alexandre Campello, do Vasco, se superaram nas bizarrices e trapalhadas que, por tabela, acabaram comprometendo também o Judiciário, cujas decisões foram nefastas, quase ocasionando uma nova tragédia. Pobre futebol carioca, que está nas mãos de gente como essa. Assim jamais voltará a ser o que foi, produzindo espetáculos medonhos como o que o mundo inteiro viu no último domingo, no Maracanã. (Fecha o pano!)
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