16 de fevereiro, de 2019 | 09:56

DNA masoquista

Fernando Rocha

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Fernando RochaFernando Rocha
O dicionário mais importante da nossa língua pátria diz que uma pessoa “masoquista” é aquela “cujo prazer está ligado à dor física, ao sofrimento, à humilhação”, não necessariamente atrelada à questão sexual.

Talvez isto explique a reação de uma boa parcela da torcida do Galo, que após mais uma dramática classificação, desta vez contra o Danúbio do Uruguai, na pré-Libertadores, achou normal todo aquele sofrimento, sob o argumento de que “se não for assim não é Atlético”.

O alvinegro chegou a fazer 3 a 0 em 27 minutos do primeiro tempo, onde se destacaram Ricardo Oliveira, autor de dois gols, e Cazares, pelas assistências e movimentação.

Mas tinha de ser ele, Patric, para fazer a lambança que resultou no pênalti convertido pelos uruguaios nos acréscimos do primeiro tempo, o que desarticulou o time na etapa final.

Mantida a vitória suada por 3 x 2 e a classificação, todos, sem exceção, respiraram aliviados. Até quando? Por que tem de ser sofrido assim? Será que o DNA do Galo é masoquista de verdade? Ao assumir o Galo desta vez, o técnico Levir Culpi prometeu “fortes emoções” e, certamente, elas já começaram.

Vale pouco
Não fosse a velha rivalidade que vem de décadas, o clássico de hoje no Mineirão, entre Cruzeiro x América, poderia ser considerado apenas mais um “treino de luxo”, sobretudo para o time celeste, que tem usado este fraco e insosso Campeonato Mineiro apenas como laboratório para preparar a equipe, visando a disputa da Copa Libertadores a partir do próximo mês.

A contusão muscular de Thiago Neves, que voltará à equipe nos jogos da Libertadores, facilitou a vida do técnico Mano Menezes, que tem várias e boas opções no meio-campo. Rodriguinho é titular, enquanto Marquinhos Gabriel, Robinho e Rafinha vão disputar a última vaga neste setor, que terá provavelmente dois volantes de maior pegada, casos de Henrique e Lucas Romero. As laterais também ganharam dois bons reforços, Orejuela e Dodô, desalojando da zona de conforto os titulares Edílson e Egídio, obrigando-os a render mais.

O América, por ser até antes do jogo o líder do estadual e ter obtido a classificação no meio da semana para a próxima fase na Copa do Brasil, vai entrar mais motivado, porém, a qualidade do atual elenco do Cruzeiro o torna franco favorito para vencer este confronto.

FIM DE PAPO
• Além de ser o único clube dos chamados “grandes” do estado a possuir e manter em dia todos os alvarás e licenças da Cidade do Galo, onde aloja cerca de 100 jovens atletas, atendendo as exigências das normas de segurança, o Atlético lançou na última semana um projeto interessante, que pretende tornar o local no primeiro CT do Brasil totalmente sustentável.

• O programa EcoGalo, de acordo com o site do clube, já está em andamento e foi feito em parceria com a empresa EcoCidades, que estampará a marca no calção de jogo do clube e em placas de publicidade nos estádios.

No projeto, toda a coleta seletiva dos resíduos produzidos na Cidade do Galo será transformada em adubo orgânico, a ser utilizado na manutenção dos campos de futebol e de uma horta, que produzirá as hortaliças e legumes a serem consumidos nos restaurantes do local. Enfim, uma boa notícia neste tenebroso início de ano marcado por tragédias, mortes e coisas ruins.

• O técnico do Atlético, Levir Culpi, surpreendeu ao revelar que os salários do Atlético estavam atrasados, e por conta disso elogiou a diretoria, que teve “bom senso” ao não contratar Diego Tardelli, que pediu mais de R$ 1 milhão por mês para retornar ao clube. Tardelli foi feliz e fez a torcida do Galo feliz na sua última passagem pelo clube, na inédita conquista da Libertadores em 2013, e no ano seguinte ajudou na conquista da Copa do Brasil, em cima do rival Cruzeiro, e de quebra ainda participou das campanhas vitoriosas da Recopa e dois Estaduais.

• O que fez a torcida se iludir, pensando que ele voltaria a vestir a camisa alvinegra, foram as declarações de amor feitas por ele quando saiu para fazer sua independência financeira na China. Tardelli disse, entre outras baboseiras, que não se via “jogando em outro time” e que voltaria para encerrar a carreira no Galo. De fato, ele quis voltar, mas desde que o Atlético lhe pagasse o que não tem. Assim, que ele seja feliz no Grêmio, que teve bala na agulha para contratá-lo por três temporadas.

• “Nada se perde, tudo muda de dono", é a frase atribuída ao químico Antoine Laurent de Lavoisier, que viveu no século XVII e é considerado o pai da química moderna, numa tardia reflexão após descobrir que lhe haviam roubado a carteira. (Fecha o pano!)
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