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14 de fevereiro, de 2019 | 14:44

Comida japonesa, e o perigo do exagero

Nayara Zímer *


A culinária japonesa conquistou o gosto dos brasileiros, e ganhou um espaço de grande importância em nossa gastronomia. Mas, diferentemente do que muitos imaginam, diversos pratos estão longe de serem saudáveis e pouco calóricos, pelo contrário, podem causar insônia, fadiga e até intoxicação alimentar. A grande questão hoje está na adaptação da comida japonesa para se adequar ao paladar do brasileiro.

Com o paladar tendencioso ao açúcar e sal em excesso, um dos reflexos desta mudança é a grande quantidade de açúcar adicionada ao arroz. Já o consumido na culinária oriental tem pequena concentração de açúcar, bem mais suave, característico da preferência local.

Os Sushis, sashimis e temakis podem esconder valores calóricos e de contaminação nocivos à saúde. Isso pode ser potencializado ainda, se houver consumo exagerado, como ocorre principalmente nos rodízios, que são métodos de compra visando a quantidade que o indivíduo consiga comer. Não estando limitado às peças de um pedido tradicional, ocorre muitas vezes o consumo exagerado.

O consumo frequente de peixe cru pode diminuir a absorção da vitamina tiamina, conhecida como B1. A tiamina faz parte do complexo B, está entre as enzimas que produzem energia para o corpo todo, inclusive, para o cérebro. No sistema nervoso, ela está envolvida na produção de neurotransmissores, isto é, transmite informações de um lugar para outro do cérebro. Também é importante para a síntese da bainha de mielina, um componente neuronal responsável pela saúde do neurônio e sua capacidade plena, de suma importância para todas as funções cerebrais. Estudos mostram que a deficiência dessa vitamina pode causar insônia, fadiga, mal estar, sintomas de pressão baixa, além de deficiências do sistema nervoso caso sua carência persista sem intervenção nutricional adequada.

O shoyu (molho de soja) presente nesses pratos tem grande concentração de sódio, que contribui diretamente para a retenção de líquido, aumentando a pressão arterial, contribuindo para o ganho de peso. Existe a opção de shoyu light, porém quando não há equilíbrio no consumo essa opção se torna pouco eficaz.

Por outro lado, Sashimis de peixe branco, atum, salmão e polvo, são ótimas fontes de proteínas. O que muitas vezes o consumidor não faz é procurar saber a origem do produto que está comprando e como são as instalações de sua produção. Por serem alimentos crus, apresentam grande potencial de contaminação tanto de origem quanto durante seu preparo, na manipulação.

Evitar exageros, principalmente nas peças que levam arroz e as que são fritas, ter equilíbrio e respeitar a saciedade são princípios simples e que permitem saborear sem prejuízos à saúde.

Por outro lado, ter a curiosidade de conhecer a culinária pode trazer benefícios à saúde. Alimentos como a soja verde – Edamame, rica em fibras, pode contribuir com a saúde intestinal. Cogumelos, são super proteicos, além de potentes antioxidantes.
O equilíbrio é bem vindo em todas as ações diárias, na alimentação ele tem papel fundamental quando falamos em saúde. Quando o exagero é notável, evitar ir a um rodízio de comida japonesa talvez seja um passo positivo. Fazer pedidos por telefone ou mesmo no local pedir um prato de peças contadas pode ser uma boa alternativa para fugir do excesso.
Afinal, não vivemos numa redoma onde podemos nos privar 100% de tudo que traga algum dano à saúde, mas ter a capacidade de quantificar garante grande parte em qualificar. Porque quando se come com vontade de saborear a quantidade não está em primeiro plano, mas sim a oportunidade de viver o momento e o mais importante, compartilhar.

* Nutricionista (CRN9:19002). Graduada em nutrição pela faculdade Pitágoras de Ipatinga. Pós-graduanda em Nutrição Oncológica - Hospital Israelita Albert Einstein. Pós-graduanda em Nutrição Materno infantil

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Comentários

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Nayara Santos Zímer

19 de fevereiro, 2019 | 10:39

“Olá Ludmila, bom dia!
Obrigada! Ótima observação, agradeço pela atenção e por acompanhar as postagens.
Grande abraço!!

Nayara Santos Zímer
Nutricionista
Especialista em Nutrição Oncológica-HIAE
Colunista do jornal Diário do Aço
Palestrante
-Clínica Nutrição Eficiente 💡”

Ludmila

15 de fevereiro, 2019 | 15:51

“Ótima a matéria!
Só uma observação, que criaram esse “mito” na internet de que cogumelos são super proteicos, sendo que não são.
Segundo a RDC 54/2012, um alimento é considerado fonte de proteína se tiver no mínimo 6% da mesma em sua composição, ou seja, 6g em 100g do produto. E a média de proteína em diferentes tipos de cogumelos (em base úmida, como normalmente consumimos) não chega a 3%.”

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