12 de fevereiro, de 2019 | 18:00

Conselho do Cruzeiro aprova empréstimo de R$ 300 milhões para pagamento de dívidas

O montante será usado para pagar dívidas urgentes do clube

Com apenas dois votos contrários, a diretoria do Cruzeiro conseguiu a aprovação do conselho deliberativo do clube do empréstimo de R$ 300 milhões. A aprovação foi obtida em reunião extraordinária realizada na segunda-feira.
Com a aprovação, a diretoria cruzeirense dará sequência nos trâmites para pegar o empréstimo de R$ 300 milhões com um fundo de investimentos estrangeiro. O montante será usado para pagar dívidas urgentes do clube.

A diretoria do Cruzeiro pretende zerar os problemas junto à Fifa, além de outras dívidas. Para conseguir pagar o fundo de investimentos, o clube terá carência de um ano e meio a partir da assinatura do contrato. Os juros serão de 9% ao ano. O plano de pagamento é semestral, sendo sete prestações.

O presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, comemorou o resultado da votação. “Estamos negociando com empréstimos, com financiamentos internacionais com taxas de juros baixíssimas, aproveitando o que eu chamo de ‘efeito Bolsonaro’, ou seja, o mundo está começando a olhar para o Brasil com outros olhos. Por isso estamos conseguindo financiamentos com condições excepcionalmente benéficas para o clube, vamos trocar dívidas que temos internamente com taxas de juros internas altíssimas, que chega em uma média de quase 2% ao mês, por uma de 0.68%, então foi uma grande vitória”, salientou em entrevista coletiva.

O empréstimo

Conforme noticiado pelo portal SuperEsportes, especialistas em economia veem juros mais baixos em relação ao mercado brasileiro, mas citam dificuldade em obtenção de quantia de um só credor.

Divino Alves de Lima, ex-diretor financeiro do Cruzeiro, vê dificuldades na liberação do crédito para um clube de futebol sem as devidas garantias. “Eu acredito que se a operação se concretizar é boa. Juro externo é menor, você faz um alongamento da dívida, chama os credores e ajusta a dívida. O que eu torço é para que dê certo. Eu acho difícil levantar esse recurso, sinceramente. Não é fácil conceder crédito para clube de futebol”, afirmou Divino.

Ulisses Pereira dos Santos, doutor em Economia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), lembra que o Cruzeiro terá de cumprir algumas metas de gestão e será constantemente cobrado pelos investidores. “É difícil acontecer (conseguir os R$ 300 milhões de uma só vez). O usual é que o Cruzeiro ofereça algum tipo de contrapartida. Como foi anunciado que não haverá patrimônio, essa empresa provavelmente analisará o balanço financeiro do clube e liberará os recursos tão logo algumas metas sejam cumpridas. Pode ser que libere uma parcela menor agora e aumente a quantia assim que receber garantias. Certamente esse fundo cobrará resultados financeiros melhores por parte do Cruzeiro”.