11 de fevereiro, de 2019 | 15:55

Mais uma

Fernando Rocha

Mais uma tragédia anunciada, mais um crime ocorrido e com cara de impunidade, registrado nesse limiar de ano. Mais um fim de semana de muita tristeza em todo o país, agora atingindo em cheio o futebol, o esporte mais popular, parte integrante da cultura nacional.

As cenas terríveis de pais, parentes e amigos chorando a morte desses meninos nos deram a medida exata da pior de todas as dores, a de enterrar um filho, pois é como bem disse o itabirano e nosso poeta maior, Carlos Drummond de Andrade: “Os filhos não nasceram para morrer antes dos pais”.

Dói mais ainda saber que as vítimas são crianças inocentes, em mais uma tragédia evitável. Afinal, desde a omissa diretoria do Flamengo até as autoridades municipais do Rio de Janeiro, todos sabiam que as instalações do Centro de Treinamentos do clube tinham graves problemas, e mesmo assim ele continuava aberto, em funcionamento, apesar de interditado pelo Corpo de Bombeiros.

O mínimo que se espera de uma estátua é que ela não se mova. Então, que se cumpram as leis e os responsáveis sejam severamente punidos, sem poupar ninguém.

Disse tudo
Em sua coluna na Folha de São Paulo, publicada na edição de sábado último, o jornalista Juca Kfouri emitiu sua opinião sobre esta tragédia anunciada, que reflete exatamente o que pensamos sobre mais esta tragédia.
Peço licença ao companheiro Juca para compartilhar o seu texto com os leitores da coluna:

“No Brasil é assim... Construções são feitas sem autorização porque os que as autorizam cobram propinas. Barragens, pontes, viadutos, edifícios e até ciclovias são construídas com material de segunda e ninguém se responsabiliza pela manutenção. Hidrantes não têm água.

O incêndio do patrimônio histórico é esquecido tão logo outro sobrevenha. Nós, privilegiados, preferimos os carros blindados e condomínios fechados à inclusão dos excluídos. Nossos filhos e netos vão para escola particular e a pública é sucateada. Temos os hospitais de primeira e as filas intermináveis na saúde pública para a ralé.

Achamos que armar a população é melhor do que preparar a polícia para servi-la e convivemos com as milícias. Contratamos bons advogados e enchemos as prisões de pobres e negros. Somos racistas, embora a maioria da população seja negra. Desrespeitamos as mulheres e as acusamos quando são vítimas.

Achamos que o capitalismo selvagem é o melhor dos regimes. E rotulamos como comunistas os que lutam por igualdade. Nós fazemos, há cinco séculos, um país de merda. Além de odiarmos ouvir a verdade. Daí, somos intolerantes com quem as diz. Pisoteamos os sonhos e os transformamos em pesadelos. Sem remorsos. O Haiti é aqui....” Juca Kfouri

FIM DE PAPO
• Depois de uma semana agitada nos bastidores, onde a sua diretoria teve de dar seus “pulos” para pagar à Federação Mineira uma dívida de quase R$ 700 mil reais, caso contrário não haveria estreia no Módulo II, a segunda divisão estadual, o Tigre foi a campo sábado à tarde no Ipatingão e acabou derrotado pelo Nacional de Muriaé (3 x 2).

O time quadricolor mostrou muita garra, vontade e disposição, mas também pouca eficiência. Não é admissível tomar gol nos acréscimos, como foi a abertura do placar pelo time visitante no primeiro tempo, além do gol da vitória do adversário ter saído após os 40’ da etapa final. A coisa está só no começo, mas pelo futebol apresentado o Ipatinga vai precisar melhorar muito, se quiser sonhar com o retorno à elite mineira em 2020.

• A única novidade na 6ª rodada do Campeonato Mineiro da 1ª Divisão, se é que houve, foi a primeira vitória do Villa Nova na competição, em casa, por 3 x 1, sobre o Patrocinense, que o tirou momentaneamente da zona da degola, agora ocupada por Tupi e URT, que também perdeu de 3 x 1 para o América, no Independência, fato que manteve o Coelho na liderança isolada da disputa.

O vice-líder Cruzeiro, em ritmo de treino, passou fácil pelo Tupynambás, derrotando-o por 3 x 0, no Mineirão. No sábado, o Galo fez 1 x 0 sobre a Caldense, em Poços de Caldas, com um gol do veterano Léo Silva, mantendo a terceira posição.

• De positivo, no treino de luxo que o Cruzeiro fez contra o ‘Baeta’ de Juiz de Fora, foi outra excelente atuação de Rafinha, que está preenchendo muito bem a lacuna deixada pela saída do uruguaio Arrascaeta, além do primeiro gol marcado por Rodriguinho no Mineirão, diante da torcida.

Com a mais nova contusão de Thiago Neves, o meio-de-campo contratado recentemente junto ao Pyramides, do Egito, vai assumir o papel de armador principal, e tem tudo para se firmar de vez como titular da equipe.

• Hoje é dia de decisão para o Galo, que entra em campo às 19h15, no Independência, podendo até empatar com o Danúbio do Uruguai em 0 x 0 ou 1 x 1 que estará classificado para a outra etapa da pré-Libertadores. A torcida já fez a sua parte adquirindo todos os ingressos colocados à venda. Falta agora que os jogadores cumpram o seu papel dentro de campo.

O Galo é favorito e tem muito mais time, mas no futebol, em jogos da Libertadores, não se pode bobear sob pena de ficar no meio do caminho. Exemplos de “zebras” não faltam, por isso, todo respeito e cuidado com o adversário desta noite, porém, tem de ir pra cima e vencer com autoridade. (Fecha o pano!)
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