28 de janeiro, de 2019 | 13:06

Wilson Dias, Nativo e suas heranças

Violeiro mineiro lança disco em Ipatinga sexta-feira, no Teatro Zélia Olguin

Flávio Charchar/Divulgação
Wilson Dias buscou inspiração nas sagradas histórias familiaresWilson Dias buscou inspiração nas sagradas histórias familiares
O violeiro mineiro Wilson Dias, nascido em Olhos D’Água, vai se apresentar na sexta-feira (1), às 20h, no teatro Zélia Olguin, em Ipatinga, na programação do festival de Verão.

No palco, junto com os músicos/filhos Wallace e Pedro Gomes, e com participação especial do padre violeiro Paulo Morais, ele fará o show de lançamento do seu sétimo disco, Nativo.

Wilson Dias foi batizado como Wilson Nativo de Jesus. O nome do meio foi decidido no cartório, exigência da escrivã e madrinha, em função do Dia da Natividade, e substituiu o “Dias” materno. Agora o violeiro voltou às raízes, reencontrou o Nativo e assim batizou seu mais novo trabalho.

Nativo reúne dois CDs, um de canções - cinco em parceria com o poeta João Evangelista Rodrigues - e outro instrumental. É como “a cartografia de um preto velho”, como diz Déa Trancoso na apresentação do álbum.

Na capa, a única foto dos pais de Wilson Dias, Antônio de Jesus e Terezinha Dias. Dentro, muitos sentimentos de bem-querer envoltos em melodias e versos.

“Minha relação com a música, o processo criativo, exercita e armazena sentimentos sutis. A religiosidade da cultura popular ajuda. Se estou bem com minha arte posso oferecer bem-querer”, diz Wilson Dias, o nativo de pai que rezava para curar as pessoas, e de mãe com uma fé inabalável.

Divulgação/álbum do artista
Filhos, amigos e familiares participam das músicas do novo discoFilhos, amigos e familiares participam das músicas do novo disco
No CD de canções, Titane encena a teatral “Punhadim”, Lislie Fiorinni dá leveza à “Maraô” e Rubinho do Vale participa em Rala Coco e reforça a herança cultural do Jequitinhonha, de onde vem também Wilson Dias.

Já o disco instrumental surgiu das audições de Mucuta, outro CD de Wilson. “Nasceu uma viola de sertão, também clássica, com pífanos e rabecas, meio em sintonia com o Movimento Armorial”, relata o autor, citando iniciativa capitaneada por Ariano Suassuna no Nordeste do Brasil.

A música “Zé Coco Barroco” é tocada na afinação de seu Antônio de Jesus. “Sempre que tocava essa melodia eu pensava em minha mãe cantando as ladainhas, que foram vocalizadas por Brenda Andrade”, relata Wilson Dias.

Nativo é família na origem e no destino. Wallace Gomes e Pedro Gomes, filhos de Wilson Dias, fizeram o arranjo e direção musical. A filha Ana Tereza se juntou à mãe Nilce nas rezas. Irmãos e irmãs do violeiro fazem coro, cantam ladainhas. E os amigos tocam instrumentos e emprestam vocais.

“Não pude gravar meus pais, mas esse registro de Nativo ficará para as futuras gerações da família”, comemora Wilson Dias. Todos estarão no palco para o lançamento do álbum, materializando essa natividade e resgatando o sagrado que há na arte-herança.

SERVIÇO:
Lançamento do álbum “Nativo”
Wilson Dias
Sexta-feira (1) – 20h
Teatro Zélia Olguin
Ingressos a R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada estendida)
Informações/Produção - Nilce Gomes
Picuá Produções (31) 98515-7122
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