04 de janeiro, de 2019 | 06:13

Governo propõe idade mínima de 62 anos para homem e 57 para mulher

Presidente admite que maior peso é a previdência dos servidores públicos, anuncia que vai eliminar privilégios, mas descarta aumento na alíquota de contribuição dos servidores

Marcos Corrêa/PR
Jair Bolsonaro em primeira reunião ministerialJair Bolsonaro em primeira reunião ministerial

O presidente Jair Bolsonaro disse que a proposta de reforma da Previdência em discussão no governo prevê a idade mínima de 62 anos para os homens e 57 anos para as mulheres com aumento gradativo. Segundo Bolsonaro, seria mais um ano a partir da promulgação e outro em 2022, mas com diferenças de idade mínima de acordo com a categoria profissional e a expectativa de vida.

Segundo Bolsonaro, o futuro presidente avaliaria a necessidade de novos ajustes no sistema previdenciário. “Quando você coloca tudo de uma vez só no pacote, você pode errar, e nós não queremos errar”, disse em entrevista ao SBT, a primeira após ter tomado posse.

O presidente indicou que as medidas visam principalmente a previdência dos servidores públicos. “O que mais pesa no Orçamento é a questão da previdência pública, que terá maior atenção da nossa parte. Vamos buscar também eliminar privilégios”, afirmou o presidente, que descartou aumentar a alíquota de contribuição previdenciária dos servidores, hoje em 11%.

Aprovação

Bolsonaro disse que a reforma não vai estabelecer regras únicas para todos os setores e todas as categorias profissionais. Citou a expectativa de vida no Piauí, que é 69 anos, argumentando que seria “um pouco forte estabelecer a idade mínima de 65 anos”, como previa o texto da reforma enviado ao Congresso pelo governo do ex-presidente Michel Temer.

A diferenciação visa, conforme Bolsonaro, facilitar a aprovação no Congresso, mas também evitar “injustiça com aqueles que têm expectativa de vida menor”. O presidente voltou a dizer que poderá aproveitar a proposta já em tramitação na Câmara dos Deputados, com alguns ajustes.

“O que queremos é aproveitar a reforma que já está na Câmara, que começou com o senhor Michel Temer. A boa reforma é aquela que passa na Câmara e no Senado, não aquela que está na minha cabeça ou na [cabeça] da equipe econômica”, afirmou.

Bolsonaro argumentou que a reforma é necessária para impedir que o país “em mais dois ou três anos entre em colapso”, a exemplo do que ocorreu com a Grécia. “Agora todos terão de contribuir um pouco para que ela seja aprovada. Eu acredito que o Parlamento não vai faltar ao Brasil”, disse.

Extinção da Justiça do Trabalho

Segundo o presidente, o governo poderá propor a extinção da Justiça do Trabalho, transferindo para a Justiça comum as ações trabalhistas. “Qual país do mundo que tem? Tem que ser Justiça comum e tem que ter a sucumbência – quem entrou na Justiça e perdeu tem de pagar”, argumentou.

Bolsonaro disse que, antes da reforma trabalhista, havia 4 milhões de ações trabalhistas em tramitação. “Ninguém aguenta isso. Nós temos mais ações trabalhistas que o mundo inteiro. Algo está errado, é o excesso de proteção”, afirmou.

O presidente voltou a criticar o excesso de encargos trabalhistas, que acabam onerando a mão de obra no país. Bolsonaro afirmou que não vai mexer em direitos trabalhistas previstos na Constituição, mas que vai aprofundar a reforma trabalhista. “O Brasil é um país de direitos em excesso, mas falta emprego. Nos Estados Unidos, não têm quase direito trabalhista. Não adianta você ter direitos e não ter emprego”, afirmou. (Agência Brasil Brasília)
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Comentários

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Carlos Lima

26 de fevereiro, 2019 | 20:20

“Eu acho que pra quem trabalha em escritorio e serviços leves, talvez aguentes. Agora, e quem trabalha no pesado? Será que terão empregos garantidos e vigor fisico para dar duro no trecho. Estou com 56 e tá dificil de me recolocar.”

Maria Aparecida

04 de janeiro, 2019 | 14:02

“E a reforma do congresso vai ser quando msm?”

Gildázio Garcia Vitor

04 de janeiro, 2019 | 10:47

“A questão da idade mínima e as aposentadorias dos funcionários públicos, inclusive das forças de segurança, que são integrais e sem limites de teto, são as mudanças mais urgentes que o governo terá que tomar com relação à reforma da previdência, mas nem o presidente e os seus ministros sabem o que querem, se uma reforma mais radical ou mais suave. Para mim, que entendo um pouco da evolução da demografia brasileira, a proposta inicial do Temer, com idades mínimas de 65 anos para ambos os sexos, considerando "que meninos vestem azul e meninas vestem rosa", é a melhor de todas para o futuro do país e de seus milhares de idosos que aumentam proporcionalmente a cada ano. O resto é discurso de campanha e/ou fake news.”

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