
03 de janeiro, de 2019 | 08:17
Desemprego cai para 11,6%, mas informalidade atinge recorde
O aumento de empregados do setor privado sem carteira chegou a 4,5% nesse trimestre, totalizando 11,7 milhões de pessoas
A taxa de desocupação caiu para 11,6% no trimestre encerrado em novembro. A estimativa da PNAD Contínua, divulgada pelo IBGE, é que houve aumento de 1,1 milhão de pessoas ocupadas frente ao trimestre fechado em agosto. No entanto, a maior parte dessas ocupações foi gerada no mercado de trabalho informal, onde houve aumento de 528 mil pessoas trabalhando por conta própria e cerca de 498 mil empregados do setor privado sem carteira de trabalho. Com isso, a informalidade atinge nível recorde na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
O aumento de empregados do setor privado sem carteira chegou a 4,5% nesse trimestre, totalizando 11,7 milhões de pessoas. Já o crescimento dos trabalhadores por conta própria foi de 2,3%, atingindo 23,8 milhões de pessoas. O trabalho doméstico com carteira assinada, por outro lado, caiu 4,4% no trimestre, com menos 81 mil pessoas empregadas.
Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, a informalidade vem acompanhada por uma série de fatores desfavoráveis como a falta de estabilidade, o rendimento baixo e a falta da segurança previdenciária. Desde o segundo trimestre de 2018, percebeu-se queda significativa da desocupação, o que seria uma notícia excelente não fosse o fato de ela vir acompanhada por informalidade. Ou seja, em termos de qualidade, há uma falha nesse processo de recuperação já que desde 2012, esse é o maior índice de informalidade medido pela PNAD Contínua”.
Entre as atividades que mais cresceram, no trimestre fechado em novembro, algumas são típicas da informalidade, como Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (mais 266 mil pessoas), Alojamento e alimentação (mais 163 mil pessoas) e outros serviços (mais 202 mil pessoas).
Ainda que a taxa de desocupação tenha caído em relação ao mesmo trimestre de 2017, quando foi 12,0% e frente a 2016 (11,9%), ela ainda representa quase o dobro do patamar de 2014, antes da crise econômica, quando registrava 6,5%. Em números absolutos são 12,2 milhões de pessoas em busca de trabalho no país.
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