26 de dezembro, de 2018 | 18:31

Ex-assessor confessa que matou o ex-governador Gerson Camata

Ex-governador do Espírito Santo, Gerson Camata foi assassinado a tiros, hoje, na Praia do Canto, em Vitória.

Um ex-assessor confessou ter assassinato o ex-governador e ex-senador pelo Estado do Espírito Santo, Gerson Camata, de 77 anos, na tarde desta quarta-feira (26), na Praia do Canto, em Vitória.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública confirmou que Venício Moreira Andrade, de 66 anos, disse que cometeu o crime por conta de uma ação judicial movida pelo ex-governador em seu desfavor. Na ação, ele teve R$ 60 mil reais bloqueados pela Justiça a pedido de Camata. Na ação judicial, o político acusava o ex-assessor de calúnia e difamação.

O ex-governador do Espírito Santo Gerson Camata foi assassinado na tarde desta quarta-feira (26) na Praia do Canto, em Vitória. O crime ocorreu em frente a um restaurante próximo à esquina das ruas Chapot Presvot e Joaquim Lyrio.

Segundo informações iniciais da Polícia Militar, o ex-governador foi alvejado por disparos de arma de fogo. O Samu chegou a ser acionado, mas Camata não resistiu aos ferimentos.

Sobrinho do ex-governador, o policial rodoviário federal Edmar Camata foi ao local do crime e confirmou que a vítima é o ex-governador.

O emedebista morava na Ilha do Frade, em Vitória, mas constantemente ia à Praia do Canto, também na Capital. Ele estava, de acordo com Edmar Camata, sozinho na hora do crime.

"Aparentemente, foi uma execução", afirma o policial rodoviário federal. Às 18h10, a Secretaria de Estado da Segurança Pública afirmou que o suspeito do crime já foi preso e presta esclarecimentos no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O nome do suspeito não foi divulgado.

Histórico

Formado em economia, Gerson Camata se destacou a partir de um programa de televisão, no Espírito Santo, nos anos de 1960. A partir daí, foi para a política, sendo eleito governador, senador e deputado federal. Camata foi governador do Espírito Santo entre 1982 e 1986, exerceu três mandatos como senador, de 1987 até 2011. Ele ainda foi vereador de Vitória, deputado estadual e deputado federal.

Na Constituinte, Camata defendeu a limitação do direito de propriedade privada, o mandado de segurança coletivo, a jornada semanal de 40 horas, o aviso prévio proporcional, a unicidade sindical, o voto aos 16 anos, o presidencialismo, a limitação dos juros reais em 12% ao ano, o mandato de cinco anos para presidente e a criação de um fundo de apoio à reforma agrária.

Como parlamentar da Constituinte, ele se absteve das votações relativas ao turno ininterrupto de seis horas e à anistia aos micro e pequenos empresários.

Era casado com Rita Camata, ex-deputada federal por cinco mandatos, que foi relatora do Estatuto da Criança e do Adolescente e da Lei de Responsabilidade Fiscal. O ex-governador deixa dois filhos.