
19 de dezembro, de 2018 | 19:10
Vereadores são investigados por suspeitas de irregularidades em Ipatinga
Parlamentares são investigados por forçar contribuição para caixinha” e por manter funcionário fantasma
Wôlmer Ezequiel
O promotor Fábio Finotti já ouviu servidores e ex-assessores do Legislativo e tem outros depoimentos agendados

A 7ª Promotoria de Justiça de Ipatinga divulgou em entrevista à imprensa regional na tarde dessa quarta-feira (19), que estão em andamento investigações de denúncias de irregularidades praticadas por dois vereadores em relação a assessores. Ao apurar a situação de um dos parlamentares, a promotoria acabou chegando a outras situações: a atuação dos assessores externos e o número de assessores por gabinete.
O promotor Fábio Finotti afirmou que a Constituição é clara no sentido de definir que o número de cargos comissionados, precisa ser proporcional ao número de cargos efetivos (concursados). No caso de Ipatinga, de um total de 226 cargos, há 180 comissionados. O índice é de 78% dos cargos em livre nomeação.
Conforme o entendimento do MP, muitas das atribuições não são de assessoramento, mas sim, quase uma manobra para parecer um assessoramento da atividade parlamentar. O promotor citou, inclusive, um julgamento do STF, recente, que estabeleceu critérios para criação desse tipo de cargo.
Conforme o representante do MP, uma pesquisa por amostra, feita junto a 20 desses assessores, lotados nos gabinetes, mostram que eles trabalham nas ruas, nas comunidades, assinam a folha de ponto, não existe nenhum tipo de controle da atividade deles e alguns voltam no fim do dia para assinar folha de ponto. Alguns deles, que ouvi, não conseguiram relatar nada relativo ao que seria atribuição de um assessor parlamentar. Isso é me impressionou bastante. Não existe uma forma de controle, acerca do que eles fazem, nem há uma publicidade para mostrar o que esses funcionários fazem", observou o promotor.
Para o ano que vem a 7ª Promotoria de Justiça fará uma recomendação à câmara para que o Legislativo adeque a questão dos servidores nos cargos de assessores, quantidade, atribuições e publicidade e controle do que fazem.
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Caixinha
Uma das denúncias apura a existência de uma caixinha”, no gabinete de uma vereadora, contra a qual foi instaurada uma Ação Civil Pública. O promotor não citou o nome, mas a ação é pública e os documentos apresentados mostram que se trata da vereadora Márcia Perozini (MDB). Conforme o promotor o caso surgiu a partir de uma denúncia, de uma pessoa ligada a essa vereadora e os fatos estão em apuração. A princípio, assessores seriam obrigados a contribuir com o fundo de gabinete”, o que é considerado ilegal.
Fantasma
A outra investigação em andamento é acerca de um possível assessor fantasma”. O caso veio à tona a partir da interceptação de uma ligação telefônica, autorizada pela Justiça, numa investigação criminal em relação a outros fatos. Ao fazer a escuta, investigadores concluíram que o gabinete do vereador Rogério Antônio Bento, o Rogerinho (PSL), supostamente contratado para atribuição externa, na verdade, não presta nenhum serviço. Ele apenas recebe o salário de R$ 4.537, dos assessores mais graduados, fica com apenas R$ 500 e repassa a maior parte para o vereador. Ademais, a suposta atividade que o assessor deveria exercer é a de atividade externa, cuja remuneração é de R$ 1.700. Há, aí, no mínimo, desvio grave de função”, entende o promotor.
Fundação
Mais uma investigação também envolve a pastora Márcia Perozini (MDB) e uma rádio mantida por essa entidade, em Santana do Paraíso. Chegou ao Ministério Público denuncia segundo a qual a rádio estaria sendo utilizada pela vereadora para empreguismo, com contratos terceirizados, e para obtenção de lucros. Foi instaurada uma investigação e será feita uma perícia contábil nas contas da fundação”, resumiu o representante do MP.
Repercussão
Por fim, o promotor Fábio Finotti confirmou que após a veiculação, pela Rádio Itatiaia Vale, das primeiras denúncias envolvendo irregularidades acerca da caixinha na Câmara de Ipatinga, algumas pessoas que já ocuparam cargos de assessoria confirmaram a ocorrência da irregularidade. Alguns já foram ouvidos e outros estão com depoimento agendado. Questionado se os ex-assessores podem sofrer alguma sanção legal, o promotor descartou essa possibilidade.
"Os ex-assessores que pagaram a caixinha não cometeram nenhuma irregularidade, nem civil nem criminal. A remuneração do servidor é prevista na lei e é um direito do servidor, não existe em lugar nenhum o estabelecimento de uma caixa de gabinete, ou fundo de gabinete. Quem estava nessa situação, de ter que contribuir, na verdade era uma vítima", concluiu.
Ameaça contra jornalista será investigada na Câmara
Uma profissional da imprensa sofreu possíveis ameaças de morte após a publicação de reportagem a respeito das investigações aos vereadores. O presidente Jadson destacou que medidas administrativas serão tomadas. Nenhuma forma de agressão ou ameaça será aceita dentro desta Casa. Nós não iremos aceitar este tratamento com quem quer que seja. Vamos instaurar um processo de inquérito e iremos ouvir todas as partes”, salienta Jadson.
Questionado pelo Diário do Aço se a Câmara de Ipatinga poderá passar por um momento de instabilidade, o presidente da Casa Legislativa afirmou que acredita que não. Não vejo instabilidade, uma vez que o que está acontecendo é um inquérito, o dever do Ministério Público de investigar. Enquanto presidente da Casa, estamos fazendo parte de todos os processos. Vamos contribuir, porque queremos que separe o joio do trigo. Mas lembrando a todos que é um momento de investigação, depois o MP deve propor uma ação civil ou criminal dando o direito da ampla defesa e do contraditório. O que temos feito é contribuir com o MP e com o Grupo de Ações Especiais Contra o Crime Organizado (Gaeco)”, destaca Jadson.
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Justiça Ou Pizza
24 de dezembro, 2018 | 20:39Se o promotor foi na imprensa é porque tem muitas provas, se deu os nomes é porque as investigações já são suficientes, quero ver se vão ser denunciados, AFASTADOS ou se vai recuar e terminar em Pizza!
Justiça.”
Ademir Silva
21 de dezembro, 2018 | 14:05Se investigar direitinho vai ver que a maracutaia não está só nesses dois vereadores não, tem muito vereador renomado que os assessores sacam todo mês parte do pagamento e repassam pra eles, mas esses não vão pegar, porque o golpe é bem feito.”
Moreira
21 de dezembro, 2018 | 13:29MP investigue mais detalhado, porque existem outros vereadores recebendo parte do dinheiro dos assessores.”
Leilei
21 de dezembro, 2018 | 08:06Vai acabar tudo em pizza. Os assessores vão ser punidos levemente e os vereadores e presidente da câmara não vão para a cadeia e muito menos devolver o dinheiro roubado.”
Pedrin Perito
21 de dezembro, 2018 | 07:06Passarinho me contou que certo assessor,na funcao de motorista ganhava quase 04 mil reais,mas na verdade, o leao da camara lambia grande parte,sobrando pouco mais de 1.mil reais..Investigar vai achar !!!obs: né só na camara não !!!!”
Advogado Skin
20 de dezembro, 2018 | 17:10Certamente essas investigações estão sendo feitas pelo GAECO, aí podem esperar muito mais. Se é interceptação porquê não as divulgam? Não existe mais sigilo das investigações, se existisse não falariam sobre o caso.”
Marco Aurélio
20 de dezembro, 2018 | 16:23Temos os governantes/políticos que merecemos!
Votamos em fulano em troca de pequenas coisas...
Votamos em fulano porque é vizinho/amigo (ainda que desqualificado, afinal um voto não faz diferença, né?)...
Votamos (mesmo que saibamos da vida ruim do cara) porque o candidato ou algum chegado nosso pediu...
Votamos em nomes conhecido (ainda que saibamos que não vale nada) por preguiça/falta de interesse em pesquisar...
Votamos porque temos sempre a desculpa de "não tem ninguém melhor"...
Não podemos reclamar, a culpa não é deles... e sim de nós eleitores!
Somos nós (população) que os colocamos lá, mesmo sabendo da "fama" da maioria.”
Curto e Franco
20 de dezembro, 2018 | 12:03kkkkkkkkkkk , isso pra mim nao e novidade , essa camera de vereadores juntando com essa prefeitura de ipatinga , ja virou galinha dos ovos de ouro faz decadas , sai ladroes e entrao ladroes , moral da historia , nao vai dar hem nada , e o dinheiro roubado , nao volta mais para o cofre publico”
Palhaço
20 de dezembro, 2018 | 11:49Esta senhora e demais hahahahaha. Soares, o problema e que ela coordena uma rede de igreja muito grande, então em épocas de eleição ela se reuni com os pastores, onde os mesmo "conversam" com os membros para votarem nela. Isto todos sabem.”
Cidadão
20 de dezembro, 2018 | 07:00Uma vergonha está pastora,como pode dizer serva de Deus,se envolver em política e manchar o nome de tantos verdadeiro cristão, lamentável, triste,mas que investiguem e traga a verdade.”
Leoncio Simoes
19 de dezembro, 2018 | 23:32Soares a biblia nao fala em mulher ser pastora
Segundo,religious na ninja opiniao nao Devem
Se envolvem em politica em especial a politica
Brasileira Cheia de bandidos.”
Soares
19 de dezembro, 2018 | 20:36E depois vem dizendo pastora.como pode uma pessoa q se diz pastora está envolvida em situação q logo se ver q e caso de bandido assaltando os cofres públicos. mas também né.um bando de pessoas sem o mínimo de conhecimentos e q vota m tais políticos.essa pastora não e a ex.esposa daquele pastor da igreja quadrangula q sumiu da nossa cidade pasto Antonio Carlos.”