19 de dezembro, de 2018 | 07:30

Justiça determina que cuidadora devolva bens de idoso morto, em Ipatinga

A reintegração de posse foi concedida para a irmã do proprietário

Arquivo pessoal
Portão da casa do homem morto foi arrombado e o imóvel alugado para terceirosPortão da casa do homem morto foi arrombado e o imóvel alugado para terceiros

A Justiça da Comarca de Ipatinga determinou que uma casa no bairro Caravelas seja desocupada por ter sido alugada de modo irregular. O proprietário do imóvel, José Geraldo Januário, aos 62 anos, morreu no dia 16 de setembro passado. Um mês após a morte a casa foi invadida pela suposta cuidadora, uma mulher identificada como Edmar Fernandes Ribeiro Gonçalves, e alugada para terceiros. Essa mulher está desaparecida.

A reintegração de posse foi concedida para a irmã do proprietário, Jussara Januária da Silva e foi cumprida no começo da semana. Desde agosto de 2017, José Januário não mantinha contato com a família e Jussara, que mora no município de João Monlevade, tomou conhecimento do falecimento do irmão somente um dia depois do fato, em meio a circunstâncias consideradas estranhas.

Assim, a mulher recorreu à Justiça para entender os fatos que antecederam a morte do irmão e qual é a ligação de José Geraldo com Edmar, uma mulher que se apresentou no hospital como cuidadora de idosos. José Geraldo Januário era solteiro e não tinha filhos. Morava sozinho em Ipatinga e suas duas irmãs moram em outras cidades.

Internação

Conforme consta no processo, no mês de março deste ano, José Geraldo foi para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) com fortes dores na coluna. Por se tratar de um caso grave, o homem de 62 anos foi encaminhado ao Hospital Márcio Cunha, no dia 24 de março. No hospital foi constatada a fratura de uma vértebra na coluna lombar, além de câncer em estado de metástase. Em conversa com a equipe do HMC, o paciente informou que tinha uma irmã residente em João Monlevade.

Contudo, segundo Jussara o contato do Hospital não foi realizado. “Meu irmão ficou internado e eu não fui contatada em momento nenhum. Descobri que, no dia 1º de abril, a Edmar apresentou-se com um nome falso no hospital e passou a ser a acompanhante do meu irmão, só fui descobrir isso na morte do José Geraldo”, detalha a mulher.

Em depoimento dado na audiência no Fórum Valéria Vieira Alves, do dia 12 deste mês, a assistente social do HMC, R.F.O., afirmou que Edmar se apresentou no hospital como Edna.

A suposta cuidadora informou à equipe da instituição que estava auxiliando outro paciente, quando foi contratada por José Geraldo a cuidar dele, como explicou R.F. no tribunal. A assistente social também declarou que a instituição fez contato com uma pessoa, a qual informou que não poderia acompanhar José Geraldo. Em depoimento, R.F. não afirmou que a pessoa contatada era Jussara, a verdadeira irmã do paciente.

Morte

No dia 17 de setembro, um dia depois da morte de José Geraldo, Jussara recebeu informação que seu irmão estava internado no HMC. Jussara conta que deslocou de João Monlevade até o hospital no mesmo dia. “Fui para o hospital e, na recepção, recebi a informação de que meu irmão recebeu alta no dia 15. Fiquei muito surpresa, pois eu havia recebido a ligação da internação do José Geraldo. Portanto, fui encaminhada para conversar com a assistente social. Ela então me informou que o meu irmão tinha falecido no dia 16, um dia depois de sair do hospital, e que ele estava sendo acompanhado por Edmar. Eu consegui o endereço dela e fui procura-la”, lembra Jussara.

Em seguida, Jussara conta que foi ao bairro Caravelas, onde a mulher suspeita de estelionato também reside. Ao chegar na casa da suposta cuidadora, Jussara destaca que foi informada que Edmar estava no sepultamento de José Geraldo.

“Eu fiquei desorientada, primeiro por ter recebido a notícia que meu irmão estava doente, segundo por descobrir que ele tinha morrido e enterrado por uma pessoa que nem sequer conhecíamos. As coisas foram ficando cada vez piores. Entrei em contato com a Edmar, ela me falou que tinha pago todo o enterro, à vista, com o dinheiro do meu irmão e não me passou a certidão de óbito, nem tampouco os pertences do meu irmão”, pontua Jussara.

Casa invadida

No mês de outubro Jussara conta que retornou a Ipatinga. No mesmo dia em que a herdeira fechou o contrato com uma imobiliária da cidade, para a locação do imóvel, a casa de José Geraldo, localizada na rua Lorena do bairro Caravelas, foi invadida, como informa a mulher. “Anteriormente eu havia feito um boletim de ocorrência policial, entrado na casa do meu irmão, fotografado e deixado uns vizinhos tomando conta do imóvel. No dia 16 de outubro coloquei a casa do meu irmão para alugar em uma imobiliária e retornei para João Monlevade. Na mesma noite vizinhos me informaram que a casa foi invadida”, enfatizou.

Jussara conta que o corretor de imóveis foi ao local no dia seguinte para pendurar a placa de ‘aluga-se’. No local deparou Devair Maria Silva, que apresentou um contrato com a assinatura falsa do meu irmão, datado de janeiro.
“A saída foi recorrer à Justiça. No dia 12 deste mês o juiz determinou que a reintegração de posse da casa fosse feita na segunda-feira (17), o que foi cumprido.

Jussara, acompanhada de advogado e da Polícia Militar, foi até a casa, mas a atual moradora passou mal no momento da retirada e ficou acordado que a mudança será feita no dia 17 de janeiro. O carro de José Geraldo, que estava na garagem da casa, foi guinchado. A suposta cuidadora ainda está de posse dos documentos pessoais, bem como móveis, chave do carro e outros pertences de José Geraldo. A mulher ainda não foi encontrada.

Além de todos os problemas Jussara também relata que, ao procurar a agência bancária onde seu irmão tinha conta, a gerência confirmou que houve movimentação para saque no dia 23 de setembro, portanto, sete dias depois da morte da vítima.

Jussara também pediu a abertura de investigação da causa da morte de José Geraldo Januário. Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil para apurar o caso.

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Comentários

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Gracinha

29 de dezembro, 2018 | 09:25

“JUSTIÇA determinou a "cuidadora de idosos" devolva os bens do idoso é que as irmãs provaram o que estavam falando. E se elas
( inquilinas)não devolverem? Serão presas. Desacato a autoridade. Vocês tem colocar é o nome desse advogado/amigo, ele não foi citado como advogado da cuidadora, mas está com os documentos do cara. As irmãs tem que fazer uma queixa desse profissional na OAB. E colocar o nome e sobrenome dele em maiúscula para conhecermos. Antes de o cara morrer ele ( advogado) estava com os documentos. Será pra que? Forjar uma procuração? Ele também tem ser investigado. Se a cuidadora estivesse chamado um médico, enfermeira ou até um padre,/pastor dava para entender. Mas ADVOGADO ?tem treta.”

Maria

27 de dezembro, 2018 | 17:35

“jente não queria mais tanta injustiça não consigo me calar.Sou vizinha do Jose Geraldo.Inclusive trouxe comida pra ele um dia na casa,dele e o ajudei a tomar banho.Ele me deu o número de telefone da irmã que mora em São Paulo ( disse uma das irmã estava doente) que não era para falar com ninguém da família e vizinhos que estava com câncer.Ele descobriu em junho de 2017 por isso não atendia os telefones das irmãs e não foi ao casamento marcado com a Ilka.Ele tinha mudado para Coronel Fabriciano,vimos sair com a mudança dele e cortou o telefone fixo.Pediu para nos cuidar da casa dele.Depois ele voltou pra casa e em abril fez cirurgia da coluna,vimos ele de bengala e colete ortopetico passando na rua,ficamos sabendo que ele e a Edina brigaram.Antes dele morrer no domingo teve muito movimento na casa dele.E até um homem que diz que é advogado.No dia 25 de setembro vimos a irmã dele na casa com o chaveiro el anão levou nada dele e falou com os vizinhos para cuidar da casa.”

Vale do Aço

26 de dezembro, 2018 | 20:30

“Como deve ser triste saber que um irmão estava com câncer e o Hospital não ter comunicado a nenhum familiar. Não sepultar o irmão mais triste ainda. Que tipo de médicos, assistente social,enfermeiras,trabalham nesse hospital?eles não tem filhos, mãe pai ,irmão? Vão dizer que é ética médica, mas onde fica a ética humana?Porque não foram á rua onde o senhor morava?procuraram um colega de trabalho,um vizinho?tudo muito estranho...Coitado do idosos e de seus familiares,sequer despediu dele.”

Jussara

21 de dezembro, 2018 | 22:11

“Obrigada, João! Só quem perde um ente querido sabe medir a dor. Em momento nenhum o HMC me comunicou da doença de meu irmão
( neoplasia),sendo que o mesmo relatou com o médico que o atendeu que a irmã morava em João Monlevade. Bastava um telefonema e não seria necessário esse desgaste psicológico e financeiro. Foi me tirado o direito de cuidar e despedir e sepultar meu irmão dignamente. Vou abrir processar por danos morais contra os funcionários do HMC.Houve um sequestro, como uma pessoa que não pertence a família do paciente em estado de saúde terminal acompanha um paciente, após sua alta o leva para casa ,pega tudo que é seu, forja um contrato falso de aluguel.30 dias após seu sepultamento arromba sua casa ( sabendo que tem família) rouba todos os móveis ,aluga a casa para terceiros e fica impune? O que me preocupa que outros idosos estão com essa suposta cuidadora, e pode ser que os idosos que estão com ela também tenham família como meu irmão”

Joao

19 de dezembro, 2018 | 22:26

“Esta materia me chamou a atenção, pois nos dias de hoje não podemos confiar em quase ninguém. Que isso sirva de alerta p todos nós! Eu fiquei surpreso c o nosso famoso hospital estar tão despreparado p lidar c situações como esta, é lastimável! E estas pessoas infelizes q ficam deixando recados ofencivos a irmã do falecido, devem ser funcionarios do hospital ou amigos da golpista, querendo desviar a atenção!”

Jussara Januaria da Silva

19 de dezembro, 2018 | 13:35

“Meu irmão morava só por opção e iria se casar ( noiva reside em Coronel Fabriciano) . Não era coitado ,ele era aposentado da USIMINAS. Quanto á herança, possuo mais bens materiais que ele. A questão é que a cuidadora cometeu vários crimes. E isso não pode ficar impune. Outras pessoas também podem se tornarem vítimas.”

Jussara Januaria da Silva

19 de dezembro, 2018 | 13:27

“Agradeço suas condolências; cidadã indignada, pois o HMC sequer me deu um telefone, não demonstrou em nenhum momento respeito a dor dos familiares de José Geraldo Januário. No dicionário não encontro palavras para demonstrar o tamanho de minha dor.”

Jussara Januaria da Silva

19 de dezembro, 2018 | 11:32

“Parabéns pela matéria, meu objetivo não é me expor. Mas, algo tem ser feito urgente, para essa suposta cuidadora de idosos seja punida pelos crimes que cometeu e que poderá vim continuar fazendo,pois há outros idosos sobre sua guarda. E eles poderão também estar sendo vítima dessa mulher. Quero que ela devolva as coisas de meu irmão:documentos pessoais,agenda,fotos ( memórias)móveis, documentos da casa, do carro e a chave do mesmo. Ele conseguiu honestamente tudo o que lhe pertence. Se uma pessoa arromba sua casa e retira os móveis e toma posse do que não lhe pertence é roubo. Caso alguém saiba onde ela se encontra por favor denuncie -a.”

Boneca

19 de dezembro, 2018 | 11:32

“Concordo plenamente com o Palhaço e com Tinho.”

Jussara Januaria da Silva

19 de dezembro, 2018 | 10:02

“Parabéns pela matéria, meu objetivo não é me expor. Mas, algo tem ser feito urgente, para essa suposta cuidadora de idosos seja punida pelos crimes que cometeu e que poderá vim continuar fazendo,pois há outros idosos sobre sua guarda. E eles poderão também estar sendo vítima dessa mulher. Quero que ela devolva as coisas de meu irmão:documentos pessoais,agenda,fotos ( memórias)móveis, documentos da casa, do carro e a chave do mesmo. Ele conseguiu honestamente tudo o que lhe pertence. Se uma pessoa arromba sua casa e retira os móveis e toma pose do que não lhe pertence é roubo. Caso alguém saiba onde ela se encontra por favor denuncie -a.”

Tinho

19 de dezembro, 2018 | 09:56

“Estranho é saber que a irmã só conseguiu encontrar a herança. O senhor que faleceu, quando em vida, parece que não tinha tanta atenção assim por parte da irmã. Mas isso é de praxe, na hora de procurar parte na herança aparece tanta gente.”

Comédia

19 de dezembro, 2018 | 09:08

“Mais uma vez o nosso hospitalzinho de bera de estrada pratica burrada pela por sua equipe de incompetentes!”

Cidadã Indignada

19 de dezembro, 2018 | 09:02

“Se a reportagem não fosse tão bem elaborada, diria q é fake news! Parabéns a este conceituado jornal q mais uma vez alerta a população qto os perigos q nós pessoas de bem corremos qdo estamos cercados por incompetentes! Se este hospital nao tivesse sido negligente no procedimento de internaçao como tb na liberaçao do corpo deste cidadao, teria evitado todo este transtorno a familia! Q prejuizo p a sociedade qdo uma entidade nao trabalha certo, tem q ser processado este Hospital, e talvez tenha q ser feito porum advogado de outra regiao, pois os daqui podem se vender a máfia dos incompetente! Meus sinceros pesames aos familiares q sevem estar sofrendo muito c toda esta tragédia!!!”

Palhaço

19 de dezembro, 2018 | 08:33

“Em vida pareceu que o senhor vivia sozinho, coitado.”

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