28 de novembro, de 2018 | 16:01
Endometriose e estilo de vida
Nayara Santos Zímer *
A Endometriose, hoje é tema de muitas pesquisas no que se refere a seu surgimento e pelos alarmantes números de novos casos a cada ano. É uma doença na qual o tecido de dentro do útero, o endométrio, se desloca para fora do útero, como nos ovários, trompas e outros tecidos. Depois que a mulher menstrua, esse tecido cresce e se modifica para receber o óvulo fecundado e, quando isso não ocorre, ele descama e a mulher sangra.Quando o tecido endometrial se localiza fora do útero, no caso da endometriose, ele sofre as mesmas modificações, mas quando sangra esse sangue não é eliminado pelo canal feminino e sim dentro da cavidade abdominal, causando sintomas de dor pélvica intensa no período menstrual, sendo assim uma característica da doença. Outros sintomas são dor para urinar, evacuar, durante a relação sexual e infertilidade. Trata-se de uma doença relacionada com o período menstrual e, portanto, acomete mulheres jovens e em idade reprodutiva.
Mulheres que têm uma irregularidade alimentar, hábitos não saudáveis e limitados, além de alta carga glicêmica, rica em alimentos processados, estão em constante processo inflamatório, pois esses produtos liberam uma série de prostaglandinas - substâncias liberadas no corpo em resposta a um agente inflamatório. Como o sangramento nessas mulheres pode ser aumentado, recomenda-se avaliação dos níveis de ferro e, quando indicado deve ser realizada a suplementação. Assim como ômega 3, que deve ser suplementado. Ao contrário, uma mulher que se alimenta de forma qualitativa e variada, rotina alimentar rica em nutrientes e antioxidantes, reduz a sua inflamação sistêmica, mantém bons níveis de ômega 3, apresentando 22% menos chances de desenvolver endometriose.
Estudos mais recentes apontam para alteração nos fatores que regulam a resposta inflamatória no endométrio, como sendo seu causador. Ressaltando ainda que, o ambiente é altamente influenciador da inflamação sistêmica, que leva a doença. Estando assim a alimentação e estilo de vida como norteador e mediador da endometriose.
A substituição de alimentos ricos em açúcar e gordura por alimentos minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, ovos, nozes de todos os tipos, sementes, frutas vermelhas e outras frutas ricas em antioxidantes. Um tipo específico de vegetais, os crucíferos, é fundamental no auxílio ao metabolismo para eliminar o excesso de estrogênio. São eles a couve, repolho, couve-de-bruxelas e brócolis.
A utilização de alimentos saudáveis nos preparos mais elaborados aponta através de estudos eficácia tanto no alívio de pessoas que desenvolveram a doença quanto na sua prevenção. Além de manter uma ingestão rica em fibras para o bom funcionamento do intestino, que ajuda a eliminar o estrogênio.
Diante do panorama que aponta surgimento e agravo da endometriose, entende-se que, mais uma vez o cuidado com a saúde é reafirmado. O dia a dia constrói qualidade de vida ou pode contribuir para o surgimento de doenças, essa escolha é sempre sua, acredite.
* Nutricionista (CRN9:19002). Graduada em nutrição pela faculdade Pitágoras de Ipatinga. Pós-graduanda em Nutrição Oncológica - Hospital Israelita Albert Einstein. Pós-graduanda em Nutrição Materno infantil
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