26 de novembro, de 2018 | 15:40

Impacto do sono na qualidade de vida

Glaucilene Campos Godinho *

O sono é uma condição biológica, imposta pela natureza e, normalmente, ninguém pode viver sem ele. É um estado de insciência ativo no qual a pessoa pode ser despertada a qualquer momento por estímulos, entre eles, os sensoriais.

O objetivo é promover um período de repouso para o corpo, enquanto no Sistema Nervoso Central (SNC) ocorre uma acelerada e intensa atividade cerebral. O sono é dividido em dois ciclos o sono Não REM (NREM) e o sono REM, eles alternam-se ciclicamente ao longo da noite, a cada momento do sono as respostas do corpo são diferentes, o ritmo respiratório vária, no sono NREM se torna mais rápida e irregular. Temperatura do corpo, no sono REM alta, no sono NREM baixa. No sono REM observa se a sincronização da atividade elétrica cerebral, que reflete a redução do grau de atividade dos neurônios corticais, ocorre pico de liberação do hormônio GH, melatonina, TSH, leptina, cortisol, máxima hipotonia da musculatura e ocorrência de sonhos.

Vivemos numa sociedade cheia de demandas profissionais, familiares, e de capacitação e especialização para entrar ou manter-se no mercado de trabalho, cada vez mais estressante e cheio de pressões para atender essas exigências. Com isso percebe-se inúmeros sacrifícios, dentre eles o deixar de dormir bem. O dormir bem não é só uma questão de quantidade de sono, mas também de qualidade, é ter um sono tranquilo, sem interrupções e sobressaltos, dormir por um tempo razoável, para se alcançar um sono reparador é necessário, entre muitos fatores, colocar em prática a higiene do sono, muito relacionada a fatores ambientais.

A expressão "Higiene do Sono" foi criada pelo pesquisador estadunidense Peter Hauri, em 1977, para auxiliar no tratamento da insônia sem precisar usar medicamentos convencionais, as vezes basta uma mudança de rotina, tal como, estipular e obedecer a hora de deitar, estabelecer comportamentos habituais logo antes de dormir, como escovar os dentes, ler em um sofá e preparar a roupa do dia seguinte, diminuir a claridade do ambiente onde irá dormir, não levar eletrônicos para a cama, a luz brilhante das telas dificulta o sono, escolher um colchão de linha ortopédica com selo de qualidade Pró-Espuma que proporcione conforto, assim como travesseiros com a altura adequada para o ombro, não fazer uso da cama para atividades como assistir televisão, ler, estudar ou comer, entre outros.

Vale ressaltar, que o sujeito quando sacrifica seu sono para realizar suas inúmeras atividades exigidas pelos variados papeis que exerce na sociedade, acaba utilizando substâncias químicas para aumentar sua concentração, disposição, raciocínio e bom humor, que na privação do sono ficam comprometidos ou escasso, seriam essas drogas álcool (para promover sensação de relaxamento), Ritalia (utilizada no meio acadêmico por alunos sem prescrição médica, para aumentar concentração), Rebite (utilizado por caminhoneiros), Cocaína (utilizada de uma forma geral, por indivíduos que buscam ação estimulante em substâncias químicas), essas práticas requerem cuidado e atenção, pois agem no SNC do sujeito, comprometendo a homeostase do organismo, podendo desencadear uma dependência.

Sugere se que o sujeito conheça e respeite suas limitações, se comprometendo de acordo com aquilo que dá conta, sem prejudicar sua qualidade de vida. Para o poeta inglês Alfred Tennyson “Autorrespeito, autoconhecimento, autocontrole conduzem a vida ao poder supremo”. Uma pessoa que se tornou consciente de si mesma, de suas potencialidades e possibilidades, está em melhor posição de escolher seu próprio estilo de vida.


* Psicóloga da comunidade terapêutica Fazenda Àgua Viva.