26 de novembro, de 2018 | 15:24
Méritos incontestáveis
Fernando Rocha
E deu o que todos esperavam. Com uma rodada de antecedência, o Palmeiras derrotou o Vasco da Gama no Rio de Janeiro, por 1 a 0, e conquistou o título do Brasileirão, a competição mais longa e importante do nosso calendário.E é incontestável a forma como chegou ao título: 22 jogos sem derrotas, devendo terminar o segundo turno invicto, porque vai fechar sua participação em casa, contra o rebaixado Vitória, fato inédito no campeonato com pontos corridos.
Mais ainda: o atacante Dudu foi escolhido o melhor jogador do Brasileirão. A conquista também significa o resgate de Luiz Felipe Scolari, o Felipão, treinador pentacampeão mundial pela Seleção Brasileira na Copa de 2002, mas que ficou marcado mesmo foi pelo 7 x 1 da Alemanha sobre o Brasil, na semifinal da Copa de 2014, no Mineirão.
Nós, brasileiros, por conta da nossa incivilidade cultural e educacional, somos por natureza maus perdedores, egoístas e invejosos, ao não reconhecer ou tentar diminuir a importância das conquistas de rivais, sobretudo no futebol, que imita a vida. Agora, vamos e convenhamos, não há o que se discutir a respeito dos méritos desta conquista pelo Palmeiras, que é, sob todos os aspectos, incontestável. E ponto final!
Ainda vivos
O Galo, mesmo perdendo para o Santos na Vila Belmiro, por 3 a 2, foi beneficiado pelo tropeço do seu xará, o Atlético Paranaense, diante do Ceará, por 2 a 2, em casa, mantendo boas chances de conquistar a vaga na Pré-Libertadores de 2019, bastando agora que vença o Botafogo domingo no Independência.
E pode até se classificar com um empate ou derrota, caso o Furacão não vença ou perca para o Flamengo, no Maracanã. Situação no mínimo esdrúxula, por culpa da diretoria que fez tudo errado: errou nas contratações, diretor de futebol fraco, trocas equivocadas de técnicos, resultando em nenhum título conquistado e um único consolo, uma vaga na pré-Libertadores. Horrível!
O América, assim como o Galo, ainda está vivo, mas no seu caso, para escapar do rebaixamento à Série B. Venceu o Bahia por 1 a 0 no Independência, e depende agora de uma vitória sobre o Fluminense, seu concorrente direto, no Rio de Janeiro.
Além disso, torce contra o Vasco, que vai jogar contra o Ceará, em Fortaleza, e também contra a Chapecoense, que vai receber o São Paulo em Chapecó-SC. Caso tivesse vencido o já rebaixado Paraná, jogando em casa, há quatro rodadas atrás, estaria salvo da degola. Previsão de emoções fortes no fim de semana.
FIM DE PAPO
Não foi a despedida dos sonhos para o torcedor cruzeirense. Esperava-se que, com os principais jogadores em campo e o Mineirão cheio, em festa para comemorar os 15 anos da conquista da tríplice coroa”, o time fosse mais eficiente. Mas quem venceu por 2 x 0 foi o Flamengo, que lutava pelo título. Simplório seria dizer que o torcedor celeste compreende a derrota, pois o time está em ritmo de férias depois de ter conquistado o hexa da Copa do Brasil.
O torcedor quer ver sempre o seu time sair vitorioso, mas não se pode deixar de reconhecer que o ano não foi todo ruim, pois conquistou a metade dos títulos disputados: o Campeonato Mineiro e, principalmente, o hexa na Copa do Brasil. Naufragou no principal objetivo, que seria a conquista do tricampeonato na Copa Libertadores, e por opção, desistiu do Brasileiro, metas que ficam para a próxima temporada.
Como sempre acontece, a Série B termina uma rodada antes da Série A. E este ano apresentou como novidades as subidas do Fortaleza (campeão) e CSA de Alagoas (vice), fazendo com que a região Nordeste ganhe destaque e divida melhor o bolo da Série A, em 2019. Pela primeira vez a região poderá ter cinco clubes na elite do futebol nacional, caso o Sport Recife vença o Santos, neste domingo, contando com tropeços de concorrentes diretos. Bahia e Ceará escaparam do rebaixamento e estão garantidos na próxima temporada.
A volta do Fortaleza significa um ganho enorme para o futebol do Nordeste, com a previsão de grandes públicos nos clássicos com o rival Ceará. Mas nada se compara à façanha do CSA, que devolve Alagoas à 1ª divisão nacional após 31 anos. Ao vencer por 4 a 0, em Caxias do Sul, o já rebaixado Juventude, com três gols do ex-atleticano Neto Berola, o CSA também se consagra como o primeiro clube brasileiro a conseguir três acessos consecutivos nas divisões nacionais: vice na Série D em 2016, o título da Série C, em 2017, e agora o vice da Série B, em 2018.
Lamentáveis as quedas para a Série C do Paysandu, cuja torcida é gigantesca no Pará; e do Sampaio Corrêa, um clube de grande tradição no Maranhão; fazendo companhia ao Juventude da Serra Gaúcha (Caxias do Sul), além do cigano Boa Esporte, com sede em Varginha, que amargou seu segundo rebaixamento desde 2010 (caiu em 2015), quando obteve o primeiro acesso à Série B. (Fecha o pano!)
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