12 de novembro, de 2018 | 15:27
Cantou a pedra
Fernando Rocha
Com a genialidade e leveza nas palavras que lhe são peculiares, Tostão cantou a pedra em sua coluna de domingo na Folha de São Paulo”. Para o ex-craque, umas das características do atual Palmeiras, dirigido por Felipão, são os gols da chamada bola parada”, ou seja, os cruzamentos de bola feitos sobre a área adversária, nos quais um jogador vindo de trás, quase sempre um zagueiro, aparece livre para fazer o gol”.Tostão foi além: A bola passa rápido por cima e próxima aos zagueiros, em curva, para o companheiro, vindo de trás, tomar impulso e cabecear, por cima dos defensores parados ou entre eles”, acrescentando ainda que não dá tempo de o goleiro sair pra defender”.
Foi exatamente o que aconteceu no lance em que Adílson agarrou Edu Dracena na área e o árbitro marcou pênalti, que resultou no gol palmeirense, justo quando o Atlético dominava o jogo e estava muito mais perto de fazer o segundo gol do que de sofrer o empate.
Paciência. O time de Levir Culpi continua sem vencer, mas desta vez deu claros sinais de melhora, lutou, jogou de igual para igual contra o virtual campeão nacional, merecendo os aplausos da torcida ao fim do jogo.
Resta saber se vai conseguir manter este mesmo pique nos cinco jogos restantes, sobretudo nos dois próximos, contra o já rebaixado Paraná, fora de casa, e depois o Bahia, em BH, onde duas vitórias serão fundamentais para voltar a sonhar com a vaga na pré-Libertadores do próximo ano.
La ida
Foi difícil para quem gosta de futebol e espetáculo deixar de assistir o primeiro jogo decisivo entre Boca Juniors x River Plate, com o La Bombonera completamente lotado. Nervosismo, rivalidade, emoção, muitos gols no empate de 2 x 2, com Lucas Pratto e Ramon Ábila, velhos conhecidos dos torcedores mineiros, marcando dois deles.
Mas, quem viu, viu. E quem não viu... que aproveite para ver de novo dentro de duas semanas, tendo em vista que esta final será a última com jogo de ida e volta. A partir de 2019 a decisão passará a ser em um jogo único, com sede pré-definida, independente dos clubes que forem à final.
Se isso vai dar certo eu tenho lá muitas dúvidas, a começar pelas grandes distâncias entre os países do nosso continente, que inviabilizaria o deslocamento dos torcedores e diminuiria o interesse pela disputa final, além de deixar escapar sobras culturais que não conseguem ser varridas pra debaixo do tapete.
FIM DE PAPO
Choveu torrencialmente em Buenos Aires de sexta-feira para sábado, afetando o gramado do La Bombonera, o que obrigou o adiamento do jogo para domingo. Minha filha, que reside e estuda na capital portenha, assim como milhares de outros jovens, estavam preocupados mesmo era com a possibilidade do cancelamento do show da cantora neozelandesa Lorde.
O evento acabou se realizando no domingo à noite, em um ginásio distante do La Bombonera, no bairro de Nuñes, onde fica o Monumental de Nuñes, estádio do River Plate que será palco da segunda e decisiva partida dentro de duas semanas. Apesar da tormenta”, torcedores de Boca Juniors e River Plate e os fãs da jovem pop star de 22 anos, ícone mundial da música eletrônica, voltaram satisfeitos para suas casas.
O que chamou a atenção foi a quebra do protocolo na entrada de Boca Juniors e River Plate em campo, que deveria ser ao mesmo tempo, como aconteceria aqui no Ipatingão, que possui um túnel apenas de acesso ao gramado. Mas no La Bombonera o acesso do visitante fica, propositalmente, embaixo do setor mais popular do campo, abaixo da torcida onde se alojam os barra-bravas”, uma espécie de Galoucura ou Máfia Azul, criando um clima de pressão fora do comum nos visitantes.
Assim, os jogadores do River Plate tiveram que entrar em campo meio que disfarçados, passando atrás da linha de fundo para se juntar aos atletas do Boca Juniors em outro túnel. E tome vaia e tome pressão, ainda mais se tratando de uma final de Copa Libertadores.
A melhor definição para o fraco futebol mostrado pelo time do Cruzeiro na derrota por 2 x 0, sábado (10), para o Atlético-PR, em Curitiba, foi do repórter Arthur Morais, o que melhor cobre o dia a dia celeste, pela Rádio Super/BH: O time parece que já está de férias”.
De fato, depois de conquistar o hexacampeonato na Copa do Brasil, o Cruzeiro vem jogando não mais do que para cumprir tabela. E não está errado, pois é visível o desgaste da maioria dos titulares da equipe, devido à maratona de jogos que enfrentaram.
Quem merece ser campeão brasileiro? (...) A vitória do Palmeiras, claro, animará a sua torcida, mas será mais um retrocesso, afinal, ninguém suporta mais um time-canil, aquele em que os cães de guarda são as maiores atrações”. Paulo César Caju, tricampeão mundial no México, em sua coluna no jornal O Globo”. (Fecha o pano!)
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