08 de novembro, de 2018 | 14:40

Doenças cardíacas são a principal causa de morte em diabéticos

Embora complicações cardiovasculares sejam frequentemente associadas ao diabetes, apenas 56% dos pacientes conhecem essa relação

Reprodução
Complicações cardiovasculares são a maior causa de morte em diabéticos no Brasil e no mundoComplicações cardiovasculares são a maior causa de morte em diabéticos no Brasil e no mundo

Conviver com o diabetes faz parte da rotina de mais de 14 milhões de brasileiros, segundo a Federação Internacional do Diabetes (IDF). O dado coloca o Brasil em 4º lugar no ranking das nações com maior incidência e as projeções para o futuro mostram uma progressão expressiva: até 2040, pelo menos 23 milhões de pessoas terão a doença. A boa notícia é que esses novos casos podem ser prevenidos, já que 90% deles trata-se do tipo 2.

Diferente do diabetes tipo 1, de causas autoimunes, o tipo 2 está diretamente associado aos hábitos alimentares, sedentarismo e obesidade. “O fator genético também conta, mas não é o único determinante. É uma doença complexa, que surge devido à combinação de diversos fatores”, afirma o endocrinologista Alexander Benchimol, pesquisador da PUC-RJ. Uma vez instalada, a condição é para a vida toda. “Por isso, é importante que o paciente adote um estilo de vida saudável e tenha adesão ao tratamento medicamentoso”, ressalta Benchimol.

Coração e Diabetes

Complicações cardiovasculares são a maior causa de morte em diabéticos no Brasil e no mundo, embora apenas 56% dos pacientes saibam que a doença pode trazer riscos cardíacos, segundo pesquisa realizada em 2017, pelo IBOPE. “As chances de consequências como infarto e derrame (AVC) são de duas a quatro vezes maiores na pessoa com diabetes”, explica o especialista. “Isso porque a resistência à insulina, combinada a outros mecanismos, pode causar alterações nos vasos sanguíneos, aumentando a predisposição a essas complicações”, completa.

Colesterol alto e hipertensão também são comorbidades frequentemente associadas à doença. “A presença desses fatores torna ainda mais importante o acompanhamento médico regular e a adoção de hábitos de vida saudáveis”, pontua Benchimol. Junto do tratamento medicamentoso, que será escolhido de forma individualizada pelo endocrinologista, é preciso manter uma dieta que ajude no controle da glicemia. “Além disso, a prática regular de exercícios físicos diminui a resistência à insulina, potencializando o tratamento”, afirma.

Embora o diabetes seja uma doença crônica, é possível viver com qualidade de vida e controlá-la com o tratamento correto. “Existem medicamentos muito modernos, que podem não só ajudar a equilibrar os índices glicêmicos, como também proteger a saúde cardíaca do paciente”, explica o endocrinologista. O mais importante é que a pessoa entenda a doença e a importância de seu controle. “Isso aumenta as chances de adesão e sucesso do tratamento. Para isso, também é importante que o atendimento médico seja cada vez mais personalizado”, finaliza o especialista.
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