27 de outubro, de 2018 | 10:33
Jogo complicado
Fernando Rocha
O Atlético tem um jogo complicado, amanhã, contra o Ceará, com a expectativa de 50 mil torcedores na Arena Castelão, em Fortaleza, um autêntico fio desencapado, como gosta de dizer o polivalente repórter Jota Passos, da Rádio Vanguarda.Dirigido pelo técnico Lisca, apelidado de Doido, mas que de doido mesmo só tem a cara e alguns amigos, o Ceará foi ao Mineirão na última quarta-feira e aplicou um sapeca Iaiá de 2 x 0 no Cruzeiro, hexacampeão da Copa do Brasil, estragando a festa preparada para o goleiro Fábio, que havia completado 800 jogos com a camisa celeste.
Mais do que superar as dificuldades naturais do jogo, a boa fase do Vozão no returno, a ponto de deixar a zona da degola, o técnico Levir Culpi precisa mudar o comportamento dos jogadores do alvinegro mineiro, que têm alternado entre passividade e covardia, que nada combinam com a tradição do Atlético.
Já que não tem mais chances de brigar pelo título, pelo menos garanta uma vaga na pré-Libertadores do próximo ano, o que não deixa de ser uma obrigação pelo elenco que possui, pois, embora tenha muitas limitações, é um dos mais caros do futebol brasileiro.
Abriu o cofre
Desta vez a Federação Mineira saiu da zona de conforto, deixou o mais do mesmo e abriu um pouco o seu polpudo cofre, trazendo como novidade para o próximo estadual o árbitro de vídeo (VAR), que será pago integralmente pela entidade, a partir das semifinais.
Segundo a própria Federação divulgou, a novidade vai lhe custar cerca de R$40 mil por partida, um pouco menos dos R$ 50 mil que a CBF diz pagar pelo mesmo serviço, o que vai gerar uma despesa de R$ 320 mil, relativo aos oito jogos em que a arbitragem terá o auxílio do VAR.
Apesar de não ser o ideal, que seria uma nova divisão das cotas de TV, mais justa com os clubes do interior, para que pudessem montar equipes mais competitivas e não serem apenas coadjuvantes na disputa, a chegada do árbitro de vídeo, sem dúvida, trata-se de um avanço importante.
Pelo menos ficaremos livres da choradeira recorrente dos dirigentes, que reclamam com ou sem razão, dizem bobagens ao vento, a torto e a direito, ao mínimo erro dos assopradores de apito.
FIM DE PAPO
O Campeonato Mineiro em 2019 continuará sendo muito longo, três meses de duração para o tamanho atual da sua quase insignificância no calendário de competições do país.
Começa no dia 20 de janeiro e vai rolando, com jogos sem importância, pois de 12 se classificarão oito clubes para a decisão, até a final que será disputada no dia 21 de abril. Se o número de clubes participantes (12) é até razoável, a fórmula continua ruim, pois em nada ajuda a fim de despertar o interesse do torcedor, sobretudo nos jogos da primeira fase.
Apenas estádios com capacidade mínima para abrigar 10 mil torcedores poderão receber jogos, a partir das quartas de final. Neste caso, como não temos ainda o Ipatinga na 1ª Divisão, só nos resta torcer para que o Tombense se classifique, pois o clube da Zona da Mata já elegeu o Ipatingão como a sua segunda casa, caso tenha de enfrentar Cruzeiro ou Atlético, sendo esta a única chance de ver os dois grandes” aqui em 2019.
Desde a construção e reforma das chamadas Arenas, visando a Copa de 2014, que consumiu bilhões de reais e, infelizmente, grande parte vazou pelo ralo da corrupção, já se sabia que o torcedor da classe pobre seria varrido do mapa nos novos estádios, substituído pela classe média, que tem condições de pagar o preço elevado dos ingressos, em média custando hoje entre R$ 100 a R$ 120 reais.
Por isto, a diretoria do Cruzeiro agiu acertadamente ao fazer uma promoção de gratuidade para levar menores de 12 anos e mulheres ao Mineirão nos dois últimos jogos, contra Ceará e Chapecoense. Desta forma, o torcedor comum, assalariado, ao qual restou apenas a TV do boteco mais próximo para ver o seu time do coração jogar, pôde ir ao Mineirão e ainda levar a mulher e filhos. A diretoria celeste une teoria à prática, aproximando-se do discurso que professa ser o time do povo” aqui nos nossos grotões. (Fecha o pano!)
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