25 de outubro, de 2018 | 06:57

Mandante de crime em Belo Oriente é sentenciado

Júri considera culpado réu acusado de atentado que deixou vítima em cadeira de rodas, em 2016

Acusado dos crimes de tentativa de homicídio e corrupção de menores, foi levado a julgamento perante o Tribunal do Júri da Comarca de Ipatinga, nessa semana, Robério Custódio Soares Júnior, de 37 anos. Ele foi sentenciado a uma pena total de 14 anos e seis meses de prisão. O julgamento deveria ocorrer no Fórum da Comarca de Açucena, mas foi desaforado e o caso trazido para a Comarca de Ipatinga.

Consta na denúncia do Ministério Público e nas investigações da Polícia Civil que, Robério Custódio teria contratado um adolescente de 16 anos para atirar no lanterneiro Denílton Antônio da Silva, de 28 anos.

O crime foi praticado no dia 12 de novembro de 2016. A vítima foi alvejada por disparos de arma de fogo e um dos projéteis ficou alojado na coluna vertebral de Denílton. Por causa da tentativa de homicídio, o lanterneiro foi parar em uma cadeira de rodas.

O Conselho de Sentença acatou a acusação, decidindo que o acusado Robério Custódio cometeu o crime de homicídio tentado duplamente qualificado, além do crime de crime de corrupção de menores. Por isso a pena passou de 14 anos em regime fechado. Também foi negado o direito de o réu recorrer em liberdade.

Relembre o caso na reportagem do Diário do Aço "Polícia Civil prende homem suspeito de encomendar a morte de lanterneiro, em Belo Oriente.

Um parente de Denílton afirmou ao Diário do Aço à época, que a prisão de Robério foi um alívio para a família. “Que pague pelo que fez com um pai de família”, resumiu.

Robério foi preso em Belo Oriente em uma operação da PC. Durante as investigações, foi apurado que ele teria contratado um adolescente, na época com 16 anos, por R$ 5 mil.

A motivação do crime, conforme a investigação, seria o fato de o lanterneiro Denílton ter trabalhado em uma empresa da família de Robério e, ao ser demitido, ajuizado uma ação trabalhista em busca de seus direitos, conforme detalhou ao Diário do Aço o delegado de Polícia Civil, Rodrigo Manhães.

Entenda o desaforamento

O desaforamento (transferência do local do julgamento) foi pedido pelo Ministério Público e acatado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, sob a alegação da forte comoção social gerada com o crime e também indícios da parcialidade do Corpo de Jurados da Comarca de Açucena, que poderia comprometer a avaliação justa do caso.

Vários dos integrantes do Júri Popular pediram dispensa da convocação para compor o Conselho de Sentença para o julgamento que chegou a ser agendado para o dia 12 de abril de 2018, alegando terem laços de amizade, tanto com o réu quanto com a vítima.

"Assim, impõe-se o acolhimento do pedido de desaforamento do julgamento para a Comarca de Ipatinga, a fim de que seja assegurado um julgamento imparcial ao acusado", escreveu o relator do processo, desembargador Eduardo Machado, entendimento acatado pela maioria da 5ª Câmara Criminal do TJMG. O julgamento foi então adiado e o caso transferido para Ipatinga.