16 de outubro, de 2018 | 10:15
Demora na intensificação do tratamento do diabetes causa complicações que podem levar à morte
A inércia terapêutica é um dos fatores que contribuem para o cenário preocupante; internações por diabetes e suas complicações somaram R$ 463 milhões em 2014
Apesar de ser uma das doenças crônicas que mais acomete os brasileiros, existe uma certa discrepância com relação à prevenção e controle adequado do diabetes. A demora para que o paciente atinja o controle adequado da doença, mesmo após iniciar o tratamento, pode causar complicações que podem levar à morte. Atualmente, o Brasil possui cerca de 14 milhões de portadores de diabetes¹, sendo que a doença hoje é a terceira maior causa de mortes no País, e nos últimos seis anos, cresceu por volta de 12%².
A inércia terapêutica consiste na demora na intensificação do tratamento, como explica o Dr. Alexandre Hohl, endocrinologista e vice-presidente da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). A inércia pode ser causada tanto pelo paciente quanto pelo profissional de saúde, que, por desconhecimento ou não cumprimento de protocolos que buscam o controle do diabetes, demora em intensificar o tratamento com outros medicamentos, o que é essencial para a prevenção de uma série de complicações associadas” destaca.
Ainda de acordo com o Dr. Alexandre Hohl, o baixo nível de preocupação com complicações da doença a longo prazo é uma realidade entre os brasileiros. Estima-se que metade da população com diabetes não sabe que tem a doença. A ausência de sintomas nas fases iniciais torna o cenário ainda mais alarmante, ao levarmos em conta que, apesar de 7 em cada 10 portadores de diabetes afirmarem que seguem corretamente o tratamento, grande parte não possui a clareza de que o controle da doença inclui uma série de fatores que vão além da administração dos medicamentos” explica o especialista.
O Dr. Hohl também explica que o conhecimento e a educação do profissional de saúde são essenciais para conter o avanço das complicações relacionadas ao diabetes, que vão desde problemas cardiovasculares, como infarto e AVC, até insuficiência renal e risco de amputação, principalmente de membros inferiores. A constante atualização do profissional de saúde é essencial para combater a inércia terapêutica. Temos observado que o tratamento do diabetes mudou consideravelmente na última década, com a chegada de terapias inovadoras e que possibilitam o controle da doença desde o momento do diagnóstico” explica o especialista.
O gargalo na detecção de novos casos também é uma das explicações para a demora na intensificação do tratamento, e o consequente controle da doença. Segundo um levantamento realizado pela Abril Inteligência com apoio da AstraZeneca e do endoDEBATE, menos da metade das pessoas com diabetes relatou ter passado por exames cardiológicos e/ou renais no último ano, e apenas 16% tiveram os pés examinados, dado que vai ao encontro dos impactos socioeconômicos da doença aos sistemas de saúde no Brasil².
Segundo dados do Ministério da Saúde, as internações devido ao diabetes e condições relacionadas custaram R$ 463 milhões ao SUS em 2014, representando 4,3% dos custos totais de hospitalizações no SUS naquele ano³. Mas, de 2014 para cá, pouca coisa mudou: de acordo com dados do levantamento da Abril Inteligência, os próprios pacientes com diabetes relacionam a doença muito mais com as suas complicações, como cegueira e amputações, do que a uma maior probabilidade de óbito.
Para a Diretora Médica da AstraZeneca Brasil, Maria Augusta Bernardini, o investimento em prevenção e em conscientização é essencial para combater esse cenário. A qualidade de vida do paciente diabético está diretamente relacionada com os hábitos cultivados no dia a dia. O controle do peso, prática de atividade física, escolha por alimentos saudáveis e controle glicêmico são os grandes pilares no tratamento da doença. Negligenciar um desses tópicos é determinante para a má evolução do diabetes”.
Ainda segundo Maria Augusta, é necessária uma reflexão de toda a sociedade. Quem convive com a doença, sofre de modo recorrente com as sequelas renais, oculares e cardíacas e em alguns casos, amputações. Para o Dr. Alexandre Hohl, o cenário do diabetes no país necessita de uma resolução urgente, que vai além da educação médica. O investimento em um sistema que englobe assistência continuada em todas as fases da doença, e em profissionais de saúde que tratem o diabetes em toda a sua complexidade, conscientizando e empoderando os pacientes e médicos sobre a importância do tratamento individualizado é primordial para frearmos a epidemia do diabetes e suas complicações” finaliza o especialista.
(AstraZeneca)
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