15 de outubro, de 2018 | 11:04

Dia do Professor: turmas superlotadas estão entre os desafios da profissão

Na rede pública, em média, são 37 alunos por sala, diz estudo

Divulgação
Na rede pública de ensino, em média, são 37 alunos por turma Na rede pública de ensino, em média, são 37 alunos por turma

Certamente, a sua memória guarda a lembrança de alguma professora ou professor que marcou a sua vida. Hoje, em todo o território nacional, dedica-se o dia a homenagear essa profissão, considerada por muitos como a mãe – ou o pai – de todas as outras profissões. No país, de acordo com o Censo Escolar 2017, realizado pelo Ministério da Educação (MEC), temos mais de 2,2 milhões de professores somente na educação básica – que vai da educação infantil ao ensino médio. Censo da Educação Superior, também de 2017, revelou a existência de 349.776 docentes atuando em cursos de graduação e pós-graduação.

Nas salas de aula, além do português e da matemática, os professores também ensinam sobre resistência. Isto porque diariamente a categoria luta pela valorização da profissão. Entre outros problemas, a superlotação das salas de aula na rede pública de ensino apresenta-se como um desafio a ser superado. Em um ranking com 60 países analisados pelo estudo Políticas Eficazes para Professores: Compreensões do PISA, publicado este ano, o Brasil aparece com um dos maiores números de alunos por sala de aula no ensino médio. São 37 estudantes, em média, por turma. Isso representa, de acordo com o estudo, 22 alunos por professor. Realizado a cada três anos, o PISA – ou Programa Internacional de Avaliação de Aluno –, é uma das principais avaliações mundiais da educação.

O professor Romário Oliveira, 24 anos, conhece bem essa realidade. Formado em ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa, ele dá aulas como professor regente há três anos e meio e já trabalhou com, em média, 44 alunos por turmas. “No momento da aula, a superlotação gera preocupação de como será chegar ao aluno o conhecimento de forma acessível”, diz o professor.

O problema se agrava quando as escolas não oferecem ao professor condições técnicas para o desenvolvimento das aulas. Nessas horas, a criatividade dos profissionais é que é colocada à prova. “A maioria das escolas não possibilita que façamos alguns trabalhos que “fogem” à regra do cotidiano escolar e isso deixa a desejar no planejamento. Dessa forma, se eu tirasse as cópias do meu bolso, para cada turma composta por mais de 40 alunos, ficaria impossível, mesmo assim, levava um número e fazia um rodízio entre as turmas”, conta o professor Romário. A experiência do professor Romário talvez sirva de explicação para outros dados de alcance nacional, também revelados pelo PISA. Ocupamos 63ª posição em Leitura e a 66ª em Matemática.

Como um trabalho de formiguinha, Romário contribui para a mudança das estatísticas pensando novas formas de compartilhar os conteúdos com as suas turmas. “Busco, até hoje, colocar o meu aluno no protagonismo, fazendo-o sentir parte daquele espaço. Quando isso acontece, há um resultado muito bacana, não somente de nota (avaliação), mas da compreensão dele sobre a disciplina”, diz.

Ainda há esperanças

Romário se diz suspeito para falar do amor à profissão que escolheu. Mesmo com as implicações que a categoria passa, ele segue levando a bandeira da educação como principal vetor de transformação social. “Vale muito a pena, não só por que o aluno reconhece você como alguém que o impulsiona. Mas é válido, também, pelas inúmeras possibilidades de se reinventar”, conta o professor.

Baixo investimento, desvalorização com o trabalho do professor e uma série de outros problemas não são suficientes para tirar o brilho da profissão. “Apesar do pouco investimento, das dificuldades estruturais, das “rasteiras” dadas à classe, é válido ter sua formação voltada para aquilo que você sente que é capaz de cumprir”, finaliza o professor.

Roberto Paim | Educa Mais Brasil
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Comentários

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Arthur

15 de outubro, 2018 | 13:45

“Em um país onde o zé droguinha, o homossexualismo, o vagabundo e o estuprador parecem ser prioridade no desgoverno e na globo.sta, professor continua sendo uma profissão ingrata... meu parabéns aos que persistem... em 2019 vamos ver se com a limpeza no Executivo - tanto em MG quanto no Brasil - essa história começa a mudar...”

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