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02 de outubro, de 2018 | 14:37

Jogando futebol contra a homofobia, 16 times brasileiros prometem balançar SP na maior edição da Champions LiGay

Criado para quebrar preconceitos e mostrar que não há distinção na prática do esporte mais popular do Brasil, torneio acontece em 2 e 3 de novembro na capital paulista; representantes de MG são o Bharbixas e o Manotauros

Reprodução
Na primeira edição da Champions LiGay no Rio de Janeiro, em novembro de 2017, os campeões foram os rapazes do BharbixasNa primeira edição da Champions LiGay no Rio de Janeiro, em novembro de 2017, os campeões foram os rapazes do Bharbixas

Em prol de um mundo esportivo com mais diversidade e tolerância, a maior cidade do país receberá em novembro a maior competição gay de futebol do Brasil. É isso mesmo, São Paulo será a sede da terceira edição da Champions LiGay, que chega à capital paulista ainda mais robusta e cheia de novidades. Com quatro times a mais que o último torneio realizado em Porto Alegre (RS) e tendo como anfitriões os paulistas Unicorns Brazil e Futeboys F.C., o torneio promete balançar a cidade durante o feriadão de Finados.

Serão 16 equipes vindas do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Distrito Federal e, claro, São Paulo. Idealizada e organizada pela LiGay Nacional de Futebol, a Champions LiGay SP receberá para muita animação dentro e fora de campo os já conhecidos times Beescats e Alligaytors (Rio de Janeiro), Unicorns Brazil, Futeboys FC, Bulls e Afronte (São Paulo), Bharbixas (Belo Horizonte), Bravus (Brasília), Magia e PampaCats (Porto Alegre), Capivara (Curitiba) e Sereyos (Florianópolis). Entre os novos novatos estão o carioca Karyocas, o belo-horizontino Manotauros, o paulistano Diversus e o goianiense Barbies.

O evento acontecerá entre 2 e 3 de novembro, na Arena WS, complexo esportivo no bairro da Barra Funda, em São Paulo. Nos dois dias, os jogos começarão às 13h e terminarão por volta das 19h. No primeiro dia, sexta-feira, serão realizadas as disputas classificatórias. Já no sábado serão disputadas as quartas de final, semifinais, a disputa de 3º lugar e a grande final, com entrega de medalhas e troféus aos ganhadores da competição. Serão 32 jogos em todo o campeonato.

A edição paulista, que promete agitar o público graças ao apoio do SCRUFF, app de relacionamento LGBT+, e do Consulado Britânico, como parte da campanha Love Is GREAT, é gratuito. Os organizadores apenas pedem que o público doe 1kg de alimento não-perecível (exceto sal), que será destinados a instituições que trabalham em prol da população LGBT+ em situação de rua e risco. No local também haverá uma feirinha de produtos com temática LGBT+ como camisetas, canecas, chaveiros e capachos, entre outros itens confeccionados pela LOGAY, que também é parceira do campeonato. Apenas o ingresso para a Closing Party, festa de encerramento, deve ser adquirido pelo site www.ligaysp.eventbrite.com.br.

Vale lembrar que a primeira edição da Champions LiGay, no Rio de Janeiro, em novembro de 2017, teve como campeões os rapazes do Bharbixas. Já na edição de Porto Alegre, em abril deste ano, o Bulls sagrou-se vencedor.

AÇÃO SOCIAL

O campeonato, que tem entre seus pilares o respeito à diversidade, a integração e acolhimento entre jogadores em um ambiente tolerante, livre de preconceitos e onde não haja espaço para a cultura homofóbica, agora estenderá sua atuação, buscando dar oportunidade e visibilidade a outros membros da comunidade LGBT+.

Por isso, em parceria com o Projeto de Reinserção Social Transcidadania, a parte técnica da competição (sumulação de jogos, apoio aos árbitros e demais funções congêneres) será realizada com a ajuda de jovens transexuais que fazem parte do programa, que tem como proposta fortalecer as atividades de colocação profissional, reintegração social e resgate da cidadania para a população LGBT+.

Os times paulistas Futeboys F.C. e Unicorns Brazil têm consciência do seu papel de promover a cidadania plena, por meio da disseminação de conhecimento contra os preconceitos e pela busca da inclusão, respeito e representatividade dos membros da comunidade LGBT+. E, por acreditarem no poder de transformação do esporte e terem convicção de que não se pode permitir que a ignorância e a falta de informação vençam o respeito ao ser humano, veem na 3ª edição da Champions LiGay mais um importante passo em prol de mais tolerância e menos homofobia e preconceito na cidade de São Paulo e em todo o país.

FESTA DE ENCERRAMENTO

Para encerrar com chave de ouro a Champions LiGay SP, os organizadores promoverão uma grande festa, a partir das 23h, do sábado, 3 de novembro, com intuito de celebrar a inclusão LGBT no mundo futebolístico. A Closing Party acontecerá no Prince Tower, um antigo hotel no Bom Retiro, com direito a 8h de música com 9 DJs se apresentando em quatro Back 2 Backs inesquecíveis. A expectativa é reunir 1,5 mil pessoas entre jogadores, torcedores, amigos e quem mais estiver a fim de se divertir muito.

Entre as atrações estão os DJs Lily Scott e Nicolas Abe, do projeto Lily & Nico, Valdir Júnior e Romulo Pellizzaro, responsáveis pelo selo Rebobinights, Caio Guip e Marco Seppi, DJs residentes da festa Lunática, a dupla Pedro Gariani e Viny Costa, figurinhas carimbadas nas pick-ups das festas promovidas pelo Unicorns Brazil, e o famoso Rick Braile, um dos DJs residentes da Hell & Heaven.

SOBRE A LIGAY

Criada em 2017, a LiGay – Liga Nacional de Futebol Gay nasceu da iniciativa dos times BeesCats, Futeboys e Unicorns Brazil que, após organizarem um torneio amistoso entre si na cidade de São Paulo e ganharem repercussão em todo o Brasil, perceberam que havia espaço para fundar uma liga nacional de futebol LGBT+ e, com isso, incentivar a criação de times por todo o país, nascia aí a LiGay.

Poucos meses depois, foi organizada a primeira edição da Champions LiGay, o primeiro campeonato brasileiro de futebol LGBT+, cujo nome é uma brincadeira com a Champions League. Com o rápido crescimento e surgimento de novos times interessados em ingressar na liga, a organização da LiGay já trabalha com a possibilidade de criar campeonatos regionais e eventuais fases eliminatórias, aumentando ainda mais sua abrangência e importância da inclusão no futebol.
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