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01 de outubro, de 2018 | 18:40

Transparência como diferencial competitivo

Daniel Katz *

O Brasil ocupa, atualmente, o 96º lugar na lista da percepção da corrupção lançado pela Transparência Internacional no início deste ano. O levantamento avaliou um total de 180 países, nos deixando atrás de nações como Burkina Faso, Sri Lanka, Ruanda e Timor-Leste.

Esta colocação é fundamentada diariamente em nossos noticiários, que inclusive já mostram os prejuízos causados pela corrupção. Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) aponta para uma perda de até 2,3% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, em função dos desvios.

O resultado desse desfalque na economia deve ser encarado como um sinal de alerta, pois prejudica o crescimento da renda per capita, piora a qualidade de vida e, no caso das empresas, impede a melhoria da infraestrutura e a perpetuação de um ambiente de negócio mais estável.

Para virar esse jogo, as empresas precisam deixar claro as suas regras, os seus planos e os seus processos. Assegurar que todos os empregados ajam de forma correta e que tenham mecanismos para reportar suas atividades. Em resumo, é importante promover uma governança corporativa com base na transparência.

Um primeiro passo nesse sentido é reforçar o compromisso com prazos, custos e qualidade do trabalho por meio da implementação de normas reconhecidas pelo mercado. A ISO 9001, que certifica os Sistemas de Gestão da Qualidade, é um exemplo de como possibilitar a transparência aos processos e proporcionar confiança a todos os stakeholders. Vale ressaltar que qualquer empresa, pública ou privada, pode obter essa certificação, independentemente do setor, produto ou serviço oferecido.

Há, ainda, iniciativas específicas para o setor da Construção, como o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) do Governo Federal, que tem como objetivo promover a qualidade para as empresas dessa área. O PBQP-H também se mostra um instrumento valioso para o fortalecimento da transparência corporativa, uma vez que envolve a avaliação da conformidade das empresas, a formação e a requalificação de mão-de-obra, a normalização técnica, a informação ao consumidor e a promoção da comunicação.

Outro diferencial ético implantado por algumas construtoras é o chamado patrimônio de afetação. Esta conduta garante mais proteção aos compradores de imóveis em construção, pois todo o conjunto de direitos e obrigações de um empreendimento específico ficam exclusivamente vinculados a ele, não se misturando aos demais da mesma incorporadora. Desta forma, não há como utilizar os recursos destinados a uma obra para outro fim.

Estes são apenas alguns exemplos de como as empresas podem promover uma governança corporativa mais transparente. Os resultados são claramente positivos como, por exemplo, o aumento da profissionalização, a minimização do surgimento de fraudes e a melhoria da vantagem competitiva. É bom para as empresas e bom para a sociedade.

* Presidente da Katz Construções
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