01 de outubro, de 2018 | 11:30
Mais de 12 mil alunos abandonaram curso de engenharia, em Minas Gerais, em 2017
Por Sara Rodrigues
Os cursos de engenharia em Minas Gerais têm registrado altas taxas de abandono. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), em 2017, mais de 35 mil estudantes iniciaram faculdade em uma das engenharias no estado. Porém, no mesmo ano, cerca de 12 mil alunos decidiram trancar o curso.
Neste contexto, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicou um estudo que mostra que o Brasil tem formado poucos engenheiros, e que isso prejudica o desenvolvimento tecnológico do país.
O especialista em economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Cláudio de Moura Castro, avalia que o problema não é só a quantidade, mas sim a qualidade dos engenheiros que se formam”. Ele acredita que faltam aulas práticas nas disciplinas.
O que nós temos não é um currículo obsoleto, é uma aula obsoleta. Uma sala de aula que se resume em ouvir o professor discursando sobre algum assunto, e a prática é olhar fotografia de alguma máquina no livro”, afirma o especialista.
O professor acredita, também, que existe não existe um problema na base curricular do curso. Mas sim uma disfunção na forma como é conduzido.
O problema não está só no Minas Gerais é uma preocupação nacional. De acordo com a CNI, para cada 10 mil habitantes, apenas 4,8 são graduados em engenharia. Enquanto em países mais desenvolvidos como Coreia, Rússia, Finlândia e Áustria contavam com mais de 20 engenheiros para o mesmo número de pessoas.
A diretora de inovação da CNI e superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Gianna Sagazio explica que o mundo tem mudado de forma muito acelerada, e por isso, é importante preparar bem futuros engenheiros para que eles acompanhem o ritmo da indústria.
Se a gente não tiver engenheiros e engenheiras preparados para os impactos dessa revolução digital, a gente não vai conseguir ser um país competitivo e nem gerar qualidade de vida para a nossa população”, afirma Sagazio.
O estudo da CNI Ensino de Engenharia: Fortalecimento e Modernização” faz parte de uma série de propostas que foram entregues para os presidenciáveis, neste ano. Para a problemática da evasão e interesse pelos cursos de engenharia, foi proposta uma melhoria no ensino e no desenvolvimento de habilidades que caminham lado a lado com o setor produtivo brasileiro.
Além dos índices baixos de estudantes que concluem o curso de engenharia, os cursos também não foram tão bem avaliados. Em 2016, 1.538 cursos foram avaliados. Destes, o INEP informou que cerca de 60% atingiram apenas a nota mínima satisfatória, e 15% ficaram abaixo desse valor.
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Eduardo Nascimento Bastos
01 de outubro, 2018 | 22:05Só parei meu curso no ano passado pq a faculdade não me forneceu uma bolsa, todos na minha sala possuíam, aí pedi uma ajuda e não me ajudaram.”
José Geraldo de Assis
01 de outubro, 2018 | 11:48Concordo com o Professor Claudio, as instituições de ensino priorizam os títulos e não a experiência dos professores. Boa parte deles nunca pegou em ferramenta pra valer.”