15 de setembro, de 2018 | 13:02

Fábrica de carros usa tecnologia 4.0 e usa mais de mil robôs para auxiliar funcionários

Por Paulo Henrique Gomes

Divulgação
Mais de mil robôs colaborativos são usados na fábrica da FCA Mais de mil robôs colaborativos são usados na fábrica da FCA

O processo de produção de empresas do setor industrial evoluiu com o avanço da tecnologia. Novos processos agilizam as atividades e a produção de empresas. As principais nações industrializadas têm inserido o conceito da Indústria 4.0 em suas estratégias para aumentar competitividade.

A Indústria 4.0, também conhecida como quarta revolução industrial, é a incorporação, em larga escala, de tecnologias digitais voltadas para o processo de produção das empresas. O Gerente-executivo de Política Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), João Emílio Gonçalves, explica a importância e como isso irá afetar as empresas. “A combinação dessas tecnologias na produção industrial vai ter um enorme impacto em competitividade, em aumento da produtividade e aumento da qualidade, e a tendência é que assim como ocorreu com as revoluções industriais anteriores, a chegada dessas novas tecnologias torne a forma tradicional de produzir crescentemente obsoleta”, defende.

Esse movimento se torna cada vez mais presente no Brasil. No país, uma das áreas que já tem a Indústria 4.0 inserida nos processos de produção é o setor automobilístico. Um exemplo disso é a fábrica da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), localizada em Betim, em Minas Gerais.

A empresa faz o uso da tecnologia para ter mais produtividade e eficiência na fabricação de veículos. Para isso desenvolveram o laboratório Manufacturing 2020, que é composto por plataformas dedicadas ao experimento de novas tecnologias ao reproduzir no meio digital cenários reais. É o que explica o Coordenador do Manufacturing2020 da FCA, Marcelo Lima.

“Quando a gente fala do Manufacturing2020, trazemos essas tecnologias para serem empregadas aí, aumentando qualidade, melhorando e trazendo inovação para os nossos processos. Hoje, temos softwares desde o momento em que estou desenhando a matemática do produto, desenhando o design do meu carro, até a etapa onde sai o meu primeiro carro da manufatura, da montagem final. Com esses softwares, conseguimos interagir através de realidade virtual, sendo imersiva ou totalmente imersiva para que termos o mais próximo, é o chamado conceito do digital twin [gêmeo digital], então a gente consegue fazer com que o meu processo esteja idêntico, semelhante ao meu processo virtual”, afirma.

Entre os projetos de inovação elaborados pela FCA, está uma pesquisa que recebeu o nome de Girassol. A ideia é aplicar a energia solar como fonte de energia elétrica nos veículos, reduzindo o consumo de combustível e, consequentemente, a emissão de gases, em especial o carbono. A meta da pesquisa é fabricar um carro que use dois modelos de geração de energia: combustível e solar.

Outro exemplo de uso de tecnologia que faz parte da Indústria 4.0 utilizada na FCA são os robôs colaborativos. Hoje a FCA possui mais de mil robôs em operação no seu polo automotivo. Eles auxiliam os funcionários da empresa nas atividades. É o que explica Marcelo Lima. “Fazem o trabalho para poder colaborar com o operador. O apelidamos de ‘garçom’. Então, esse robô serve ao operador, reduz alguns movimentos que a gente chama de “valor”, alguns movimentos que não agregam ao processo, que é, giro de tronco, às vezes um caminhar que você consegue reduzir e essas atividades em incorporação desses robôs dentro do processo acaba fazendo com que o nosso processo fique mais simples”, diz.

A partir da inserção desses robôs no processo, observou-se a redução média de 15% nas “atividades que não agregam valor” nas operações manuais, que são os movimentos desnecessários. Atualmente a FCA também possui parceria com 24 instituições de ensino e pesquisa em todo o país.

Evolução

O surgimento da Indústria 4.0 vem transformando a produção industrial com novos processos, produtos e modelos de negócios impensáveis há poucos anos e promete tornar os modelos convencionais de produção gradualmente ineficientes. Segundo a CNI, 48% das grandes empresas brasileiras pretendem investir em tecnologias 4.0, em 2018. O Especialista em Desenvolvimento Produtivo da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Valdênio Araújo, defende a importância da adesão de novas tecnologias por parte das empresas. “A gente precisa organizar em vários eixos. Então organizar a empresa, a cultura da empresa e trabalhar a empresa para ser mais digital, é importante”, defende.

A implementação das tecnologias ligadas à Internet das Coisas, nos setores da economia, deverá impactar o PIB brasileiro em aproximadamente US$ 39 bilhões, até 2030. O ganho pode alcançar US$ 210 bilhões, caso o país crie condições para acelerar a absorção das tecnologias relacionadas. Até 2025, os processos relacionados à Indústria 4.0 poderão reduzir custos de manutenção de equipamentos entre 10% e 40%, reduzir o consumo de energia entre 10% e 20% e aumentar a eficiência do trabalho entre 10% e 25%.

(Agência do Rádio Mais)
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