DIÁRIO DO AÇO SERVIÇOS 728X90

16 de setembro, de 2018 | 09:15

Mais de 14 mil e seiscentos dias de comprometimento

Adílio Coelho *

Lembro-me bem o dia em que o saudoso Marcondes Tedesco, um jornalista de extrema sabedoria, planejou o lançamento de um jornal que levou o nome de Diário do Aço. Nome bem sugestivo, pois, afinal, o veículo brotaria em meio a um dos maiores complexos siderúrgicos do país.

Em 16 de setembro de 1978, os leitores já recebiam em seus lares um jornal bem elaborado, avançado para os padrões da época em se tratando de interior, com notícias bem escolhidas e com uma boa dose de bom humor. Ah, tinham também as mulheres de biquíni na primeira página (ele se antecipou aos tablóides atuais, que apelam para este recurso a fim de venderem seu produto de R$ 0,50). Aliás, eu era o encarregado, muitas das vezes, de convencer aquelas moças bonitas a posarem para essas chamadas de primeira página. O Tedesco, além do Flamengo, era apaixonado pela alma feminina, apenas para contemplar, é bom que se diga, pois sempre foi muito temente e parceiro da sua eterna esposa Suzete.

Claro que não havia internet, celular, fax ou qualquer contato externo que não fosse o telefone fixo nesta ocasião. A garra de nossa equipe de repórteres e redatores, que viravam as madrugadas se dedicando e escolhendo as melhores matérias de interesse público, é que fazia a diferença. E o diferencial de valorizar o produto, as notícias regionais, foi uma marca implantada desde então pelo Tedesco e por seu fiel escudeiro Parajara dos Santos, um sujeito mais introspectivo, mas de uma inteligência fora do comum.

Eu, que também sempre gostei de um desafio e de novidades, abracei o projeto, principalmente por ele ter nascido na querida Coronel Fabriciano. Enxergo o Diário do Aço como um produto regional, porém vejo que carrega uma marca de ter "nascido" em Fabriciano, e isso me enche de orgulho, vejo que ele é nosso filho até hoje. Saía às ruas para vender os anúncios para os primeiros parceiros do período, oriundos dos setores de comércio e serviços. Paralelamente, escrevia também uma coluna social, para valorizar e agradar aos nossos anunciantes e aos destaques da sociedade, pois é tradição a sociedade fabricianense ter figuras expoentes - não vou declinar nomes aqui para não ser injusto, mas, do fundo do coração, eles e seus familiares sabem muito bem a quem estou me referindo. Bons tempos, inesquecíveis.

Fazíamos o jornal por prazer, por entender que aquele projeto iria "pegar" a médio prazo, porém sem muito compromisso com o fechamento dos números na contabilidade. Estávamos amadurecendo, com nosso filho querido. Fiquei nessas hostes por alguns anos, e me amadureceu muito. Me colocou ainda "mais pra frente". O projeto me encorajou para, mais tarde, montar uma rádio FM, a Rádio Galáxia, também genuinamente de Coronel Fabriciano. A paixão pela cidade seguiu com o mesmo vigor e decidi ir mais além do que um mero colaborador do Social Futebol Clube, assumindo a sua presidência e, com muito orgulho, consegui, junto com uma equipe valorosa de parceiros e amigos, ter seus melhores resultados dentro de campo, projetando o nome em nível nacional. E quem foi um dos grandes incentivadores e divulgadores desse projeto socialino? O nosso Diário do Aço, que nunca economizou espaço para noticiar todos os fatos do dia a dia Saci e seus jogos na Terceira, Segunda e Primeira Divisões do Campeonato Mineiro.

Ah, não posso me esquecer: dentro do Diário do Aço, da cabeça do Tedesco, surgiu a mascote do Social, o nosso inconfundível Saci. Em poucos minutos aquela mente brilhante fez o tracadilho do nome da agremiação com o do personagem de nosso folclore e deu nisso aí. O Saci é conhecido mundialmente como mascote socialino.

Cabe, nesse momento que o jornal chega aos 40 anos, externar os meus parabéns a toda equipe do jornal e dizer que o que nasceu certo, correto, com exatidão, segue seu curso e assim será por muitas outras décadas. Tanto no impresso quanto no digital; aliás, me dá um orgulho danado de ver diariamente as dezenas de notícias de atualização no "online", numa prova de que o veículo acompanha a evolução e a tendência da sociedade.

Vejo no jornal o equilíbrio, que nunca se preocupa com a fama ou com o sensacionalismo. O DA faz sucesso por ser coerente, correto, parceiro de todas as iniciativas de sucesso em nossa região. Superou tantas crises econômicas do país e os seus próprios "perrengues" e está aqui, firme e forte, completando quatro décadas de compromisso com a informação. Não há um cidadão sequer nesse Vale do Aço que não tenha conhecimento ou que já não foi beneficiado direta ou indiretamente pelas linhas do melhor diário do interior de Minas Gerais.

Para concluir reafirmo que nosso sonho, meu, do Tedesco, do Parajara e de tantos outros que por aqui passaram e os que permanecem, estava mais do que correto. O Diário do Aço chegou para ficar, comprometido com a região. E segue forte, duradouro que nem o aço que inspiraram seu nome. Vida longa ao nosso melhor Diário!

* Diretor da Rádio Galáxia, ex-presidente do Social Futebol Clube e atuou no Diário do Aço no setor comercial em seus primeiros anos.

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