04 de setembro, de 2018 | 09:19

Kit de transmissão de motocicleta exige tratamentos especiais

Os mecanismos trabalham em alta rotação, recebem indiretamente os impactos da suspensão e diretamente alguns esforços, atritos, vibrações, calor, pó e água

Divulgação
Este processo resulta em um aumento considerável no limite de resistência a tração do aço, sua dureza e, consequentemente, resistência ao desgasteEste processo resulta em um aumento considerável no limite de resistência a tração do aço, sua dureza e, consequentemente, resistência ao desgaste

O sistema de transmissão secundário, nome dado ao conjunto formado por pinhão, corrente e coroa, ou “relação”, como é conhecido no mundo de duas rodas, é responsável por transmitir a rotação do motor até a roda traseira da motocicleta e, nas reduzidas, o conjunto também atua no freio do motor.

Dada sua importância – tanto para o quesito desempenho, quanto segurança – estes componentes devem ser fabricados com aços de alta qualidade e receberem tratamentos específicos para suportar as condições de uso impostas. Os mecanismos trabalham em alta rotação, recebem indiretamente os impactos da suspensão e diretamente alguns esforços, atritos, vibrações, calor, pó e água.

É por este motivo que o Grupo EBFVAZ, com 50 anos de experiência na fabricação de kits de transmissão para motocicletas investe em matérias-primas de qualidade superior e em processos produtivos de ponta, que incluem o processo de endurecimento superficial de têmpera por indução para todos os tipos de coroas fabricadas.

Trata-se de um processo imprescindível para aumentar a resistência mecânica (ou dureza) dos componentes e atender, com isso, as normas técnicas exigidas na portaria publicada pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), em 2014.

Importância da têmpera por indução
“A têmpera por indução ou tratamento térmico por indução é um processo de fabricação que produz o endurecimento da superfície do aço, onde o aquecimento se dá através de indução eletromagnética seguida de um resfriamento brusco, que ocorre com o auxílio de água polimerizada e controlada, ou seja, de 900°C cai para 15°C a 20°C. Este processo resulta em um aumento considerável no limite de resistência a tração do aço, sua dureza e, consequentemente, resistência ao desgaste”, afirma Henrique Augusto do Carmo Silva, Engenheiro & Pesquisador.

Segundo ele, é um processo muito utilizado na indústria de eixos, flanges, tubos, fusos, buchas, hastes de cilindros, engrenagens, pinos, garfos, êmbolos, e uma infinidade de peças complexas que exigem elevada resistência ao desgaste e em que as aplicações são de alta responsabilidade.

“Com a frequência e a velocidade da variação da temperatura adequadas e específicas para agir no contorno das coroas e na região dos dentes, é possível manter a geometria original por mais tempo, fazendo com que o aço se torne ainda mais resistente à abrasão. Todas as coroas VAZ são submetidas à indução térmica, abrangendo todos os modelos de motocicletas de baixa cilindrada e de alta performance”, reforça o engenheiro da empresa.

Testes confirmam
. Para avaliação neste quesito foram selecionadas para teste de vida três coroas de fornecedores distintos, onde duas delas foram produzidas utilizando o tratamento térmico superficial de têmpera por indução nos dentes e uma delas fabricada sem o tratamento térmico superficial.

A avaliação foi conduzida de forma normalizada e após teste em dinamômetro até o limite de 3 milhões de ciclos, notou-se claramente um intenso desgaste/afinamento nos dentes da coroa sem o tratamento de indução e de dureza baixa. Deste modo, não atende, inclusive, a norma técnica, que reprova coroa ou pinhão até o limite de 3 milhões de ciclos da corrente se apresentarem redução na espessura superior a 1,6 mm na região do diâmetro primitivo.

O dinamômetro possui condições de testes ainda mais extremos com relação às rotações (rpm), às forças e os torques - sendo aplicados acima do recomendado -, com menores intervalos de lubrificações durante o ensaio e em quantidade acima dos 3 milhões de ciclos.

Os testes oferecem resultados satisfatórios e que conferem total aprovação do kit de transmissão, alongamento mínimo na corrente, abaixo de 10 mm, associado ao baixo desgaste no dente do pinhão e principalmente no dente da coroa induzida com o tratamento térmico. Estes resultados são alcançados graças aos desenvolvimentos com aços especiais microligados, processo de indução térmica e insumos de altíssima qualidade.

“A conclusão é que as coroas de aço temperado, disponíveis em vários números de dentes para alongar ou encurtar a relação final da moto, submetidas ao tratamento térmico de indução, garantem mais quilômetros rodados e um desgaste uniforme, não colocando em risco os demais componentes do kit de transmissão e a segurança do motociclista”, ressalta o engenheiro.

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Comentários

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Henrique Augusto

28 de fevereiro, 2023 | 06:39

“8620 pois cementação nos dentes endurece a superfície e mantém o núcleo mole. Diferente do 1060 onde a dureza nos dentes e no núcleo são altas podendo provavelmente provocar a ruptura do pinhão, iniciando se principalmente na estria do encaixe do eixo”

Josevaldo Nascimento dos Santos

21 de maio, 2020 | 10:16

“Senhor Engenheiro,
Qual seria o melhor paterial para pinhão? Aço 1060 ou SAE 8620?

Desde já, agradeço;”

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