02 de setembro, de 2018 | 06:41

União dos Caminhoneiros avisa que fará paralisação geral em 9 de setembro

Profissionais demonstram indignação com alta de 13% autorizada pela Petrobras para o preço do diesel com o fim da subvenção concedida para o fim da greve em maio desse ano

A União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC) confirmou nesse sábado (1), que já iniciou uma mobilização em todo o país para voltar a parar os veículos de carga após o feriado de 7 de Setembro.

A UDC acusa o governo de descumprir o prometido em relação ao preço do diesel, que na sexta-feira (31) teve reajuste de 13%. A lei que estabeleceu a nova política de frete prevê revisão dos pisos mínimos caso o combustível tenha oscilação superior a 10%, para acomodar o aumento de custos dos caminhoneiros.
Alex Ferreira/Arquivo DA
Paralisação que abalou a economia do Brasil foi encerrada dia 30 de junho e reflexos são sentidos até hoje, no resultado das empresas Paralisação que abalou a economia do Brasil foi encerrada dia 30 de junho e reflexos são sentidos até hoje, no resultado das empresas

A entidade reclama da falta de fiscalização nas estradas pela ANTT. A UDC pede mais fiscais e postos de fiscalização que obriguem às transportadoras a cumprirem a tabela mínima do frete. "Pedimos imediatamente as seguintes providências afim de que a população brasileira não sofra os danos de uma nova paralisação", afirma a nota divulgada sábado.

Os caminhoneiros da UDC também reclamam da atuação da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e pedem a dissolução da diretoria da entidade. A possibilidade de uma manifestação perto das eleições, no entanto, já era ventilada dias após a paralisação de onze dias em maio, como forma de pressão política.

De acordo com caminhoneiros ouvidos pela reportagem, se a ANTT não se posicionar até o dia 7 ou 8 de setembro, é grande o risco de haver novas paralisações.

Na sexta-feria (31), a Abcam, entidade que reúne os motoristas autônomos, afirmou que pretende se reunir com o governo para discutir o tema e que "fará o possível para evitar nova paralisação" da categoria.

Na sexta-feira, circularam em aplicativos de trocas de mensagens áudios, convocando para nova paralisação nacional. Alguns dos áudios eram da paralisação de maio desse ano, mas caminhoneiros confirmam em novos áudios que estão dispostos a parar, sob a alegação que o aumento no preço do diesel inviabiliza a atividade deles.

Desentendimento

A convocação, feita pela União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC), não foi reconhecida por outras entidades representativas dos caminhoneiros, como a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) – a principal liderança da greve de maio – e sindicatos de diversas regiões do País.

A Abcam confirma ter detectado focos de insatisfação por aplicativos de trocas de mensagem, mas diz ainda não ver mobilização suficiente para nova paralisação.

Na paralisação de maio, que teve liderança dispersa, as redes sociais foram importante instrumento de mobilização. E essa mesma rede voltou a ser acionada. "A associação, que sempre acreditou no diálogo, fará o possível para evitar uma nova paralisação", disse a Abcam, em nota divulgada nesta sexta-feira.

Explicação da Petrobras

Conforme a Petrobras, o aumento médio no país é de 13% no preço do diesel. Considerando que o combustível representa 55% do preço final, o repasse às bombas deve girar em torno de 7%, caso não haja aumento de impostos e margens.

Será a primeira alta expressiva no preço final desde o início do programa de subvenção, concedida em maio. O índice, conforme a petroleira, é resultado da alta do dólar e das cotações internacionais.

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