31 de agosto, de 2018 | 09:19

Como ficam as bibliotecas com o avanço da tecnologia?

Com os livros digitais e com a internet, a frequência de usuários em bibliotecas vem caindo exponencialmente

Reprodução
Os livros impressos são preferidos pelos leitores, mesmo entre os nativos digitaisOs livros impressos são preferidos pelos leitores, mesmo entre os nativos digitais

O universo da leitura, dos livros e das bibliotecas vem passando por transformações há algumas décadas. Em dez anos, a consulta aos livros nas bibliotecas de São Paulo, por exemplo, caiu 70% – de 2,3 milhões em 2007 para 733 mil em 2016, conforme dados obtidos em relatórios do Sistema Municipal de Bibliotecas.

Mesmo com o cenário de queda, especialistas e estudiosos indicam que a biblioteca persistirá. “Não podemos ver a tecnologia como se fosse um instrumento com o objetivo de aniquilar as bibliotecas. Gutemberg e tecnologia estão muito mais próximos do que poderíamos pensar”, defende Luiz Alexandre Solano Rossi, professor de Teologia no Centro Universitário Internacional Uninter.

O professor defende que haverá uma convivência pacífica dos livros impressos com os digitais. “Há espaço para ambos na comunidade de leitores”, alega. A revista americana The Atlantic, por exemplo, sugere que recursos tecnológicos podem ajudar os bibliotecários a atrair mais frequentadores. No Brasil, o Ministério da Cultura (MinC) está selecionando 20 bibliotecas públicas para receber uma ajuda de custo de R$ 100 mil reais com o objetivo de dispor recursos digitais para os leitores.

O termo biblioteca vem do grego e significa “depósito de livros”, mas Solano advoga uma definição mais ampla. “Bibliotecas são como templos que abrigam a memória criativa da humanidade”, diz. Ele acredita que manuscritos mais antigos e, portanto, raros, continuarão a ter seu espaço garantido nas estantes.

Papel facilita o aprendizado

Com o advento dos livros digitais, diversos estudos mostram que o esforço para ler na tela dificulta o aprendizado, conforme artigo publicado pela San Jose State University, em 2014. O jornal Washington Post também publicou, em 2015, que os livros impressos são preferidos pelos leitores, mesmo entre os nativos digitais.

Solano explica que a efetividade da mídia impressa no aprendizado tem relação com a cognição. “A experiência do livro impresso afeta todos os sentidos dos leitores e faz com que a relação entre eles se torne simbiótica, isto é, uma parte do livro fica impregnada no leitor e o livro leva consigo algo do leitor”, diz.
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