23 de agosto, de 2018 | 09:40

Nilo Zack expõe no Museu Mineiro

Autor do menino palhaço tem mostra com trabalhos em óleo sobre tela; entrada é gratuita

A arte contestadora do grafitti trouxe uma nova linguagem para as ruas dos grandes centros urbanos, e desde então vem ocupando um lugar cada vez mais amplo. Prova disso são as inúmeras obras espalhadas pelos muros, viadutos e paredes de diversos espaços públicos ao ar livre.

Em Belo Horizonte algumas obras chamam a atenção, e a do “menino-palhaço” pode ser vista em diversos pontos da capital mineira. A criação é do artista Nilo Zack, que está com a mostra Sentimentos de um Niilista em cartaz até 4 de setembro, no Museu Mineiro, equipamento integrante do Circuito Liberdade.

Com entrada gratuita, a exposição apresenta 33 trabalhos em óleo sobre tela, retratando personagens com expressões faciais como raiva, alegria, indiferença e tristeza. Nas obras pode-se perceber o grau de realismo com que as figuras são representadas e a forma como o artista produz as sensações de luz e sombra.

Nilo Zack/Divulgação/SEC-MG
Os trabalhos que compõem a mostra começaram a ser confeccionados em 2015 e traduzem diversas linguagens exploradas pelo artista.

“Passei três anos produzindo as obras desta exposição e utilizei diferentes técnicas com o spray ao longo desse período. Algumas pinturas possuem características realistas, outras impressionistas”, avalia Nilo.

Um dos destaques da exposição é o desenho concebido pelo artista em uma das paredes internas da sala que abriga a mostra. De acordo com Nilo Zack, a proposta para a realização do grafitti partiu da própria coordenação do local.

“Quando um museu abre espaço para um artista de rua fazer uma exposição e cede uma parede para ser grafitada, quebram-se muitos paradigmas. Na minha visão, o grafitti é o movimento artístico do século XXI, o movimento mais forte de arte contemporânea que existe.

Por isso é tão importante ocupar o Museu Mineiro e poder, além disso, desenhar em um suporte próprio dessa cultura artística”, comenta o artista, que realiza sua quarta mostra em locais como museus e galerias.

Influenciado pelo grafitti surgido em Nova York no início dos anos 70, em consonância com a pujante cena de hip hop, Nilo Zack incorpora em seu trabalho referências ao movimento nova-iorquino, como o desenho da coroa, presente em grande parte da arte de rua e eternizado nas peças e desenhos de Jean-Michel Basquiat.

“A coroa é uma simbologia recorrente para esses artistas e remete ao valor do trabalho, simboliza a riqueza da obra. Quando o Basquiat introduz esse elemento em suas peças, ele faz uma referência direta à cultura hip hop. Nas minhas obras a coroa é uma extensão da assinatura”, pontua Nilo.

Morador do Taquaril, na Zona Leste de BH, Nilo já chegou a ter mais de 25 desenhos espalhados por Belo Horizonte. Alguns desses grafites já foram apagados, mas ainda se pode contemplar a imagem do “menino-palhaço” pelas ruas de Belo Horizonte: no Taquaril, na Savassi, na Avenida Antônio Carlos e no centro da cidade.

O menino-palhaço
Foi ao realizar um trabalho acadêmico que Nilo concebeu pela primeira vez a imagem do “menino-palhaço”. A partir de fotografias de seu sobrinho Juan maquiado de palhaço, Nilo produziu alguns desenhos com lápis de cor sobre papel, e depois transpôs um dos desenhos para um muro do bairro utilizando a técnica do grafite.

SERVIÇO:
MOSTRA SENTIMENTOS DE UM NIILISTA
Até 4 de setembro de 2018
Museu Mineiro – Galeria de Exposições Temporárias
Avenida João Pinheiro, 342 – Funcionários - BH
3ªs, 4ªs e 6ªs feiras – 10h às 19 h | 5ª feira – 12h às 21h
Sábados e domingos – 12h às 19h
Informações: (31) 3269-1103
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