19 de agosto, de 2018 | 07:00

''A crise não chegou ao futebol brasileiro''

A afirmação é do ipatinguense Juninho Lola, auxiliar técnico de Gilson Kleina, de folga na cidade após quase um ano de trabalho na Chapecoense

Cícero Henrique
Juninho Lola elogia a estrutura da Chapecoense e da cidade de Chapecó: Juninho Lola elogia a estrutura da Chapecoense e da cidade de Chapecó: "tudo muito organizado, onde a crise não chegou"

Aos 53 anos e já há sete como auxiliar efetivo de Gilson Kleina, Juninho Lola (Antônio Ribeiro Carvalhares Júnior) passa mais um período de folga junto aos familiares em Ipatinga e em Fernandes Tourinho. Depois de 11 meses de trabalho na Chapecoense, em 51 jogos (21 vitórias, 20 empates e 10 derrotas) e 54,25% de aproveitamento, ele se desligou do clube no início do mês e aproveita o tempo para descansar, enquanto aguarda alguma proposta interessante de algum clube do futebol brasileiro ou mesmo do exterior.

Juninho Lola aproveitou a oportunidade para falar ao Diário do Aço sobre sua carreira, perspectivas e, principalmente, sobre o momento do futebol brasileiro, o qual ele pode dizer que conhece bem depois desses vários anos de trabalhos em equipes de ponta - além da Chapecoense, Juninho já atuou com Kleina na Ponte Preta (2 vezes), Palmeiras, Coritiba, Bahia, Goiás e Avaí. Uma das constatações do auxiliar técnico é a de que o futebol brasileiro é extremamente rico não só de jogadores de qualidade, mas também financeiramente.

"Posso afirmar que não tem crise no futebol brasileiro. O que tem de dinheiro para mover esse negócio chamado futebol é surpreendente. Os patrocínios são bem negociados pelos clubes e, principalmente, a televisão está comprando os direitos de transmissão por fortunas. Os clubes hoje podem se programar e investir alto. Quem quebrar é por falta de qualidade na gestão financeira", afirma.

Exemplo
Outra citação relativa à ausência de crise é em relação à Chapecoense, clube acometido por uma tragédia no final de 2016 (queda do avião da Lamia nos arredores de Medellin com toda a delegação que iria disputar a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional da Colômbia).

"Lá também a crise não 'pegou' o clube, muito menos a cidade. Aliás, que cidade, Chapecó! Organizada, tudo limpo, funcionando perfeitamente. Não há registros de casos de violência. Dá gosto morar por lá. Um povo extremamente educado, fino, de alto nível", pontua.

Juninho elogia, por conseguinte, a estrutura do clube que se reconstruiu. "Só mesmo quem é organizado e tem uma gestão de excelência para se reconstruir, como aconteceu. Morreram presidente, diretores, membros da comissão técnica, treinador e praticamente todos os jogadores e o clube está aí, firme. A cidade abraçou literalmente a Chapecoense e mais do que não deixá-la morrer, a manteve como uma equipe de expressão no cenário do futebol", elogia Juninho.

Outro aspecto apontado pelo auxiliar de Gilson Kleina é a pontualidade no cumprimento dos compromissos financeiros. "O clube não atrasa um dia sequer com salários e premiações, a todos. Um exemplo de gestão", faz questão de elogiar.

Juninho elogiou também a qualidade técnica do goleiro Jandrei que, em sua opinião, estará num clube de um grande centro do Brasil e do exterior dentro de pouco tempo. O mesmo se aplica ao atacante Bruno Silva, de 18 anos. "Este atacante é jogador para clube grande do exterior, espetacular, acima da média", afirma. O comportamento do veterano Wellington Paulista, jogador rodado e já realizado financeiramente, é citado. "O Wellington é jogador de grupo, de excelente rendimento, exemplar líder dentro e fora de campo. Não é à toa que só jogou em clubes grandes e está bem financeiramente; merece", frisou Juninho.

Futuro
Outro elogio rasgado é ao técnico Gilson Kleina, a quem conheceu no Ipatinga, quando Kleina comandou o time na campanha do vice-campeonato mineiro de 2010. "Trata-se um técnico de alto nível, por isso está nos grandes clubes. Goza de muito prestígio em todos os lugares por onde passou, pela qualidade do trabalho, lealdade, capacidade de gestão de grupo e relacionamento franco e saudável com os dirigentes. Posso dizer que sou um homem de sorte por estar na comissão técnica e na confiança de um profissional e uma pessoa desse nível", pontuou.

A possibilidade de trabalho só deverá surgir caso seja uma proposta interessante e com possibilidade de ser a longo prazo, pois é tradição de Kleina e sua equipe trabalharem por períodos mais extensos. Kleina está com sua família - mulher e uma filha - em Curitiba, sua cidade natal.

O futebol, para Juninho, continua evoluindo, principalmente na ocupação de espaços em campo, razão pela qual o condicionamento físico é primordial para os atletas. "Jogador hoje tem que ter força, muita força física, para superar o adversário seja no choque ou na velocidade, claro que com boa dose de técnica, o que tem de sobra no Brasil", finaliza.







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Comentários

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Humberto Orleans Braganca

11 de novembro, 2018 | 15:50

“Grande Juninho!! Tive o prazer de conhecê-lo trabalhando juntos na USIMEC. Grande profissional e excelente pessoa! Merece estar onde chegou com competência e muito trabalho.”

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