04 de agosto, de 2018 | 17:43
Por aclamação, Lula é escolhido candidato do PT a presidente
Não foi definido quem será o vice-presidente na chapa de Lula. O encontro também homologou o apoio do PCO e do PROS à candidatura do PT
A convenção nacional do PT escolheu hoje (4), por aclamação, o nome de Luiz Inácio Lula da Silva para ser o candidato à Presidência da República. Não foi definido quem será o vice-presidente na chapa de Lula. O encontro também homologou o apoio do PCO e do PROS à candidatura do PT. Nesse domingo, a direção do partido anunciou que o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, será o vice a chapa.
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (SC), afirmou em discurso que o partido não pensa em plano B, C ou D como alternativa ao nome de Lula como candidato a presidente”. Hoje, nesta data histórica da convenção do PT, nós dizemos ao brasil que Lula é nosso candidato”, disse Gleisi.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso em Curitiba, desde 7 de abril, após ter sido condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, em segunda instância, no caso do triplex de Guarujá. O comado do partido aguarda a análise do registro da candidatura de Lula. Caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF) dar a palavra final sobre a prisão de Lula e se ele estará apto a concorrer, já que a Lei da Ficha Limpa impedi candidaturas de condenados em segunda instância. O julgamento é esperado para os próximos dias.
Lideranças petistas estiveram presentes ao ato, como a ex-presidente Dilma Rousseff, governadores e parlamentares da sigla.
O ator Sérgio Mamberti leu, ao final da convenção do PT, uma carta escrita por Lula, onde ele ressalta que, em 38 anos de atividade no partido, é a primeira vez que não participava pessoalmente de um encontro nacional da legenda e afirmou que a democracia está "ameaçada". Agora querem fazer uma eleição presidencial de cartas marcadas, excluindo o nome que está à frente na preferência popular em todas as pesquisas", disse.
Divulgação
O ex-senador e atual vereador de São Paulo, Eduardo Suplicy e a ex-presidente, Dilma Rousseff

O ex-presidente afirmou ainda que confia no reencontro com a militância. "De onde me encontro, estou sempre renovando minha fé de que o dia do nosso reencontro virá, pela vontade do povo brasileiro".
O PT divulgou ontem (3) o programa para o Próximo Governo Lula (2019-2022), divididos em cinco eixos. São eles: soberania nacional e popular na refundação democrática do Brasil”; promover um novo período histórico de afirmação de direitos”, novo pacto federativo para promoção dos direitos sociais”, promover um novo modelo de desenvolvimento” e transição ecológica para a nova sociedade do século XXI”.
Perfil
Nascido em Garanhuns, no sertão pernambucano, em 1945, Lula migrou com a família para São Paulo. Aos 14 anos, trabalhava em uma metálurgica e fazia curso técnico de torneiro mecânico. Iniciou a trajetória no movimento sindical ao integrar a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), em 1969. De 1979 a 1980, surge no cenário nacional ao liderar greves nacionais e como fundador do Partido dos Trabalhadores.
Disputou a primeira eleição em 1982, quando concorreu ao governo de São Paulo. Dois anos depois foi eleito deputado federal Constituinte.
Nos anos seguintes, disputou três eleições presidenciais, sendo derrotado por Fernando Collor (1989) e Fernando Henrique Cardoso (1994 e 1998). Foi eleito presidente da República em 2002 e reeleito em 2006.
Em 2010, conseguiu fazer sua sucessora na Presidência da República, com a eleição de Dilma Rousseff. Foi denunciado pela Operação Lava Jato e desde 7 de abril está preso em Curitiba, após ter sido condenado a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na segunda instância da Justiça Federal.
Prazo para definições em convenções termina no domingo, 5
Em meio a dificuldades para definição de vices e composição de alianças, no último fim de semana para a realização de convenções partidárias, conforme determinação da Justiça Eleitoral, 12 siglas farão seus encontros nacionais entre sábado e domingo.
Outros candidatos:
PSL lança candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República
Rede oficializa Marina Silva como candidata à Presidência da República
Estreante em eleições gerais, a primeira Convenção Nacional da Rede Sustentabilidade confirmou, por aclamação, neste sábado (4) o nome Marina Silva como candidata da sigla à Presidência da República. Sob aplausos, o candidato à vice na chapa, o médico sanitarista, Eduardo Jorge, do Partido Verde (PV), também foi apresentado oficialmente no encontro.
Ao lado de lideranças da sigla como o senador, Randolfe Rodrigues (AP), do deputado federal, Miro Teixeira (RJ) e da vereadora Heloísa Helena (AL), Marina agradeceu o apoio da família e disse que a candidatura dela e de Eduardo Jorge é a que está em melhores condições de unir o Brasil. A candidata rechaçou as críticas de que ela e o vice não representam uma candidatura viável. Nossa aliança não é por conveniência, por tempo de TV, por dinheiro para pagar marqueteiro. É uma aliança para ajudar a transformar o Brasil”, disse.
Marina defendeu que o compromisso é o melhor antídoto para o medo de enfrentar situações difíceis. A presidenciável defendeu uma campanha limpa, sem notícias falsas e sem destruir biografias. Se comprometeu com as reformas da Previdência, tributária e política, que acabe com a reeleição e incentive candidaturas independentes. Se eleita, Marina também disse que pretende fazer uma revisão dos pontos draconianos” da reforma trabalhista que, segundo ela, seriam feitas a partir de um diálogo com o Congresso. Reafirmou compromisso com programas como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, além de melhorias no Sistema Único de Saúde.
O vice na chapa, Eduardo Jorge, ressaltou a preocupação com a sustentabilidade e com o meio ambiente.
Diversidade
Com o ator Marcos Palmeira fazendo as vezes de mestre de cerimônia, a convenção foi marcada pela diversidade. Na primeira parte do encontro, um pastor evangélico, uma mulher negra e uma indígena intercalaram seus discursos sobre temas como protagonismo cidadão, força das mulheres e raízes do Brasil, com apresentações culturais de música e dança.
Marina destacou que seguiu pelo caminho da política, mas nunca abandonou seus estudos de psicopedagocia e teoria psicanalítica, ao mesmo tempo em que se manteve "uma pessoa movida a fé". "Fé para remover as montanhas que não fui capaz de escalar", disse. E acrescentou: "Temos de escalar as montanhas que for possível porque senão estaríamos pecando contra Deus".
Ao lembrar que venceu dificuldades da pobreza e das doenças - malária, leishmaniose e contaminação por metais pesados, afirmou: "Sou milagre da vida, [feito pelos] médicos e Deus". Marina tem 60 anos e quatro filhos.
Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Marina Silva e Eduardo Jorge, em convenção nesse sábado

Perfil da candidata da Rede
Marina Silva nasceu em uma pequena comunidade chamada Breu Velho, no Seringal Bagaço, município de Rio Branco, no Acre.
Em 1984, Marina Silva ajudou a fundar a CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Acre. No ano seguinte, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT). Foi eleita pela primeira vez a um cargo público nas eleições de 1988, quando foi a vereadora mais votada de Rio Branco. Nas eleições de 1990, foi eleita deputada estadual. Nas eleições gerais de 1994, foi eleita senadora, aos 36 anos, tendo sido reeleita no pleito de 2002. Foi ministra do Meio Ambiente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Foi candidata pela primeira vez à Presidência da República, em 2010, pelo Partido Verde (PV). Em 2014, voltou a ser candidata pelo PSB, ficando em terceiro lugar pela segunda vez com mais de 22 milhões de votos.
Avante anuncia apoio a Ciro Gomes na eleição presidencial de 2018
O partido Avante anunciou neste sábado (4) que irá apoiar a candidatura de Ciro Gomes, do PDT, à Presidência da República nas eleições de 2018. O anúncio foi feito pelo presidente do Avante, Luis Tibé, em Belo Horizonte, com a presença do presidenciável.
A candidatura de Ciro Gomes foi confirmada no último dia 20 de julho, durante convenção nacional do PDT em Brasília.
O PDT ainda não definiu o candidato a vice-presidente na chapa.
Esta é a terceira vez que Ciro Gomes será candidato à Presidência da República: em 1998 e 2002, ele concorreu pelo PPS. Natural de Pindamonhangaba (SP), construiu sua carreira política no Ceará, onde foi prefeito de Fortaleza, eleito em 1988, e governador do estado, eleito em 1990. Renunciou ao cargo de governador, em 1994, para assumir o Ministério da Fazenda, no governo Itamar Franco (1992-1994), por indicação do PSDB, seu partido na época.
Ciro Gomes foi ministro da Integração Nacional de 2003 a 2006, no governo do ex-presidente Lula, e tocou o projeto de Transposição do Rio São Francisco. Deixou a Esplanada dos Ministérios para concorrer a deputado federal e foi eleito. Também exerceu dois mandatos de deputado estadual no Ceará. Tem 60 anos e quatro filhos. (Por Agência Brasil Brasília)
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