28 de junho, de 2018 | 16:33

Projetos de restauração de patrimônios históricos em Ipatinga são detalhados

Conforme o promotor de Justiça Rafael Pureza, implementado o projeto de restauro da “Estação”, o lugar permitirá uma imersão histórica

Alex Ferreira
Ruínas estão localizadas entre os bairros Cariru e CasteloRuínas estão localizadas entre os bairros Cariru e Castelo

Três importantes bens imóveis do patrimônio histórico serão restaurados pela Usiminas em Ipatinga: a “Estação Pedra Mole”, a “Fazendinha” e o prédio da “Academia Olguin”. No total, a empresa deve investir cerca de R$ 1,5 milhão em reformas e adaptações dos imóveis. A “Estação Pedra Mole” e a “Fazendinha” já estão com seus projetos-executivos em andamento e serão restauradas no âmbito de um acordo com o Ministério Público, com aprovação prévia do Patrimônio Histórico e Artístico de Ipatinga.

O projeto de restauração da “Estação Pedra Mole” tem entre seus principais objetivos adequar o acesso e ambiente para abertura ao público. Entre as obras programadas para a “Estação” está a limpeza da estrada entre a avenida Itália e as ruínas da estação, portões, restauração de estruturas, reboco e pintura, retirada de pichações, restauração da plataforma de embarque e ainda o cercamento do entorno da estação. Para essas obras, o orçamento programado é de R$ 574 mil.
Projeto de restauração da antiga estação à margem do rio PiracicabaProjeto de restauração da antiga estação à margem do rio Piracicaba

Conforme o promotor de Justiça Rafael Pureza, implementado o projeto de restauro da “Estação”, o lugar permitirá uma imersão histórica. “Os visitantes poderão reviver o início do século XX, conhecendo um pouco mais sobre a história local, do transporte ferroviário no Brasil e da colonização no interior de Minas Gerais. O acordo entre o MP e a Usiminas fomenta a educação ambiental e resgata o patrimônio histórico-cultural”.

Fazendinha

No caso do restauro da “Fazendinha”, localizada no bairro Ferroviários, o objetivo é recuperar o imóvel de forma a manter suas características originais da época de sua construção, anterior ao período de industrialização de Ipatinga. No local serão feitas, entre outras intervenções, o restauro das paredes e pisos interno e externo do imóvel, recuperação do madeiramento dos pilares e baldrames, substituição do reservatório de água e tubulações e implantação de novas instalações elétricas. O orçamento previsto para as obras da “Fazendinha” é da ordem de R$ 246 mil. Conforme acertado com o MP, a empresa utilizará recursos originários de um Termo de Ajustamento de Conduta assinado em 2015 para as obras de restauro da “Estação” e da “Fazendinha”.

Academia

Para o projeto da Academia Olguin, no bairro Santa Mônica, aprovado na Lei Estadual de Incentivo à Cultura, o investimento é da ordem de R$ 700 mil e o principal objetivo é permitir que o espaço volte a ter condições técnicas de ser utilizado como alternativa de apresentações cênicas/musicais na cidade. O local, que abriga salas de ensaio, teatro com 205 lugares e palco com cerca de 80 metros quadrados, receberá novo telhado, novas instalações elétricas, pintura e correção de revestimentos, além de reparos hidráulicos, sinalizações e saídas de emergência, entre outras reformas.

“Nossa meta é valorizar a memória cultural de Ipatinga com o restauro de um espaço que é um marco importante na trajetória de vários grupos de dança, teatro e das artes em geral do Vale do Aço. O espaço será dotado de todas as condições técnicas para continuar fomentando essas manifestações e ganhará ambiente exclusivo para exposições de artes plásticas. A Academia Olguin tem 46 anos de contribuição para a vida cultural da região e queremos dotá-la de todas as condições para continuar e expandir esse trabalho”, afirma a diretora do Instituto Cultural Usiminas, responsável pelos projetos de restauro, Penélope Portugal.

Patrimônios têm importância histórica e cultural

A Estação Pedra Mole foi fundada em agosto de 1922, às margens do Rio Doce, próximo à foz do rio Piracicaba, entre os bairros Cariru e Castelo. O terreno onde a estação foi erguida possuía rochas de calcário que se quebravam com facilidade, popularmente chamadas de Pedra Mole. Projetada pelo engenheiro Pedro Nolasco, com grandes dificuldades, entre elas a presença do mosquito transmissor da febre maleita, responsável pela morte de muitos homens que ali trabalharam. Suas ruínas que conservam parte da edificação receberam proteção legal municipal em 3 de setembro de 1996. Para o projeto de restauração estão sendo consideradas adequações e acessibilidades previstas em lei para preparação do bem e abertura para visitação pública.

A antiga sede da “Fazenda do Barbeiro”, hoje conhecida como “Fazendinha”, é uma construção com cerca de 152 metros quadrados e ocupa uma área de 11.760 metros quadrados. A edificação conta com três salas, três quartos, uma cozinha, sanitário e varanda.

A “Academia Olguin” surgiu na década de 1970 com a chegada ao Vale do Aço da bailarina Zélia de Souza Franco Olguin, que com o apoio da Usiminas adaptou um antigo refeitório desativado da empresa num espaço para ensinar balé clássico e caratê, esse último a cargo do marido Mathias Olguin. O espaço logo se transformou no Teatro de Ipatinga e, durante décadas, realizou e recebeu grandes apresentações de dança, teatro e música. Quando de sua inauguração, o palco da academia era o segundo maior do Estado, menor apenas que o palco do Palácio das Artes, na capital Belo Horizonte.
Reprodução
Estação Pedra Mole está entre os bens que serão restaurados em IpatingaEstação Pedra Mole está entre os bens que serão restaurados em Ipatinga
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