11 de junho, de 2018 | 15:33

Sobe e desce

Divulgação
A 11ª rodada do Campeonato Brasileiro só confirmou a gangorra em que se transformou a disputa, devido ao perde e ganha constante, que trouxe mais uma vez grandes alterações na parte de cima da tabela de classificação.
O Flamengo se consolidou na liderança, com 26 pontos ganhos, seis a mais do que o agora vice-líder, Atlético, enquanto o Cruzeiro despencou para o 8º, com 17 pontos, ao ser derrotado no Sul pela Chapecoense.

Por conta da parada gigantesca de 40 dias em razão da Copa do Mundo, tudo poderá acontecer quando a bola voltar a rolar no segundo semestre, isto porque não se sabe ao certo como os clubes voltarão física e tecnicamente, além da possibilidade de perderem alguns dos seus principais jogadores para o futebol árabe ou europeu, cuja janela de contratações está aberta.

Pelo fato de se concentrar somente no Brasileiro, o Atlético poderá levar vantagem em relação a outros concorrentes diretos, como o Flamengo, Palmeiras, Corinthians e Cruzeiro, que terão de dividir atenções com a disputa da Copa do Brasil e Libertadores.

Frieza total
Seja em casa, na hora do churrasco em família, no papo com colegas de trabalho ou nas redes sociais, o assunto Copa do Mundo ainda não pegou para a grande maioria da população. Quando, por acaso, o assunto é abordado, se dá por ângulos bem diferentes, até porque há cerca de duas semanas atrás não tínhamos gasolina, gás, batata e tomates, que voltaram agora ao nosso cardápio com preços ainda mais absurdos.

Há muitas outras questões prioritárias na fila à frente da Copa do Mundo, como, por exemplo, a questão da violência, ônibus sendo queimados, balas perdidas matando inocentes, policiais sendo assassinados por bandidos todos os dias, a sucessão presidencial com o líder das pesquisas preso em Curitiba, o dólar que sobe todo dia, o mercado financeiro nervoso, enfim, tudo conspirando contra o clima festivo que a Copa do Mundo impõe.

O golpe de misericórdia vem do próprio futebol, onde a CBF é incapaz de administrar o seu próprio calendário, fazendo com que o torcedor volte suas atenções para os clubes, com jogos quase todos os dias pela mais importante competição nacional.

Então, não há como incentivar, mobilizar, fazer com que o torcedor enfeite a rua, se anime com Neymar e cia, fale da Copa ou acredite no hexa. Afinal de contas, trata-se de um sonho possível, pela qualidade da nossa seleção.

FIM DE PAPO
• Há quem discorde e ache que a Copa da Rússia pegou sim, mas de um modo particular e bem atual, bem diferente da nossa infância, “onde havia galos noites e quintais, como diz a letra da música do sempre saudoso poeta cearense Belchior. Hoje, famílias inteiras se isolam dentro de casa, cada um no seu whatsapp; crianças jogam videogame ao invés de assistir futebol na sala de casa. Por outro lado, o presente é intenso demais para ser ignorado e a grande maioria sabe que a Copa existe, planejando parar na frente da TV nos dias de jogos e torcer pela seleção.

• De fato, não creio que voltaremos ao clima de 1982, por exemplo, quando a mobilização da Copa foi tão intensa que praticamente todas as ruas das nossas cidades foram pintadas e enfeitadas nas cores verde e amarelo. Hoje, muitos brasileiros que se vestiram recentemente com as cores da nossa bandeira e bateram panelas para quem não merecia se sentem envergonhados, pois não querem passar por outra decepção, já que o futebol acaba imitando a vida. “Na Copa, até mesmo os corruptos que roubam o dinheiro público choram abraçados à bandeira nacional, após a conquista da taça”. Tostão.

• Sobre o time comandado por Tite, repito, é muito bom e pode, sim, voltar da Rússia como hexacampeão. Depende quase totalmente de Neymar, mas qual a seleção que não gostaria de ter um jogador com as suas qualidades para depender? Neymar ficou mais de três meses recuperando-se de uma fratura e uma cirurgia, e nos dois amistosos que disputou antes da estreia no domingo (17), contra a Suíça, provou que está muito bem e pronto para se tornar o grande protagonista que todos esperam.

• As notícias que chegam da Rússia, enviadas por colegas da imprensa, dão conta de que por lá a Copa também não esquentou, e até a publicidade do evento nos locais públicos ainda é pequena. Falta empolgação dos russos com a sua seleção, muito ruim, por sinal, além de ainda existir muitas restrições ao comportamento dos turistas em público. Vamos e convenhamos, seria também querer demais a repetição na Rússia do que se viu no Brasil há quatro anos atrás, em matéria de liberdade e hospitalidade para os turistas do mundo inteiro. (Fecha o pano!)
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