03 de junho, de 2018 | 21:50

Ipatinga precisa voltar ao ranking das Cidades Inteligentes

Marcele Pena

Nos veículos de comunicação dos grandes centros, é muito comum ler menções sobre startups e cidades inteligentes. E por que razões isso ainda não faz parte da realidade dos ipatinguenses, sendo que, em 2016, Ipatinga foi considerada uma das 50 cidades mais inteligente e conectadas do Brasil segundo o ranking Connected Smart Cities, da consultoria Urban Systems?

Primeiro, é preciso esclarecer os dois conceitos mencionados. Startups são empresas em fase inicial, de base tecnológica (sites, softwares, aplicativos) e escaláveis. Isso quer dizer que elas podem crescer sem a necessidade de ampliação fisicamente a matriz produtora. É o caso da empresa Uber, que começou como uma startup para solucionar um problema de mobilidade e cresce, diariamente, sem precisar aumentar a frota de carros.

E quando cidades tradicionais abrem espaço, criam oportunidades e ambiente favorável para o desenvolvimento do empreendedorismo, das startups e das tecnologias da informação, problemas relacionados ao meio ambiente, à mobilidade, à interação cidadão-governo, à qualidade de vida e à economia/pessoas criativas podem ser solucionados de forma inovadora. Esse é o conceito de cidades inteligentes.

Desde 2015, um grupo de pessoas criou uma comunidade em Ipatinga chamada Compartilhar. Nesse grupo, sempre aberto e sem dono, empreendedores de diversas áreas de reúnem para trocar conhecimento, identificar problemas e propor soluções inovadoras em nossa região. É o embrião da nova economia, mais colaborativa e menos selvagem, com capacidade de testar soluções num curto espaço de tempo e ajustá-las às necessidades do mercado. É um movimento por meio do qual todos ganham e promovem crescimento.

Entretanto, na maioria das vezes, as boas ideias nascidas em Ipatinga precisam buscar apoio na capital mineira, ou em outro grande centro, onde, diariamente, é possível participar de eventos sobre essa nova forma de fazer economia. Empresas, instituições públicas e privadas oferecem, periodicamente, oportunidades, espaço e fomento a essas startups.

Cabe ao novo gestor do município ficar atento a esse movimento em Ipatinga. É preciso se aproximar dos novos empreendedores, do Legislativo e juntos, criarem políticas públicas e programas para fomentar e viabilizar o desenvolvimento de soluções inovadoras para o comércio, o varejo, a indústria e a economia local como um todo. Ipatinga precisa, urgentemente, ficar atenta a essas novas oportunidades e voltar ao ranking das Cidades Inteligentes do nosso país entre as primeiras posições.

* Jornalista desde 2001. Há cerca de dois anos, foi picada pelo bicho do. Atualmente, tem uma startup e atua no Ecossistema de Inovação do Vale do Aço para encorajar outras pessoas a tirarem o sonho do papel.
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