28 de maio, de 2018 | 16:45

Outra decepção

Divulgação
A história se repete: mais uma vez o time todo do Galo não jogou mal, sufocou o adversário e chegou a ter 70% de posse de bola, criou inúmeras chances e perdeu gols incríveis, mas no final a vitória não veio.
Pior foi que, desta vez, tomou um gol de contra-ataque desenhado, quase no fim da partida, causando a derrota para Flamengo e nova frustração à sua torcida, dentro do Independência.

O Atlético tem oscilado bastante em campo, e muito disso ocorre em razão da quantidade de jovens e promissores jogadores na equipe titular, além do técnico “interino”, Thiago Larghy, ser ainda um principiante na carreira.
Desta vez, o maior de todos os equívocos foi tático, pois o jogo caminhava para o fim e o empate mantinha o Galo na liderança, então, não havia necessidade de ir com tanta gente ao ataque, ficando vulnerável na defesa, o que facilitou os contra-ataques e a derrota para o rubro-negro carioca.

Errou sim, o jovem lateral Emerson, ao não dar um chutão para os lados no lance que originou o “gol bobo” do Flamengo, mas a sua culpa tem de ser dividida com os companheiros, que foram todos à área adversária numa cobrança de um escanteio, deixando a zaga desprotegida, bem como o técnico, que pecou ao não alertar a equipe para impedir uma de todo desnecessária maluquice.

Caiu na arapuca
Ao longo da sua longeva carreira, o técnico Mano Menezes se notabilizou por montar times fortes na defesa e eficientes nos contra-ataques, o que a princípio não agrada muito à torcida e parte da imprensa, mas costuma dar bons resultados.

Desta vez, a vítima da sua arapuca tática foi o Santos, um time jovem, de muita correria, mas de pouca qualidade individual, à exceção do bom goleiro Vanderlei, dirigido por um técnico também jovem, Jair Ventura, cujo trabalho ainda não deu liga.

E assim, seguindo a toada do ditado muito popular aqui nos nossos grotões, que diz que é “de grão em grão é que a galinha enche o papo”, o Cruzeiro vai somando pontos e com mais esta “goleada” de 1 x 0, já aparece na primeira página da classificação, ocupando o 10º lugar com 10 pontos ganhos, quatro a menos do líder Flamengo.

O time todo, à exceção do Sassá, foi muito bem, sobretudo Raniel, que entrou no segundo tempo e desequilibrou a partida, com várias jogadas, algumas conclusões e assistências aos companheiros, inclusive para Bruno Silva fazer o gol da vitória.

FIM DE PAPO
• Duro de aguentar foi o locutor que transmitiu o jogo na TV e que torcia deslavada e descaradamente para o Santos, em total desrespeito aos telespectadores cruzeirenses. Para piorar, fizeram um mise en scène danado em torno do embarque da seleção rumo à Europa, para a disputa da Copa do Mundo, parecendo até que se tratava de um grupo de homens indo para alguma guerra. A tela foi dividida ao meio, entre o jogo que comia solto e o avião com a delegação brasileira na pista, algo ridículo e fora de propósito, pelo momento vivido no país, onde povo sofre de norte a sul os efeitos maléficos da greve dos caminhoneiros.

• Algo a ser notado também foi a falta de posicionamento dos jogadores e do midiático e professoral técnico Tite em relação à greve e ao momento de turbulência vivido pelo nosso país. Demonstram total descompromisso com o que anda acontecendo, ou agem com indiferença igual ao cavalo em desfile da Independência, sob o manto protetor da CBF, entidade suspeita e sem nenhuma credibilidade.

• Com este gesto, eles apenas confirmam as nossas expectativas em relação ao distanciamento entre o povo em relação à seleção, uma vez que, no grupo de 23 atletas, tem apenas três que atuam no futebol brasileiro. A maioria dos jogadores é composta de jovens milionários, que vivem num mundo de fantasias, cercados por todo tipo de mordomias, que parecem não enxergar com nitidez o que acontece ao seu redor.

• Num fim de semana marcado por dramas pessoais e coletivos, no futebol se viu a dor de Salah na final da Champions, em que o Real Madrid se sagrou campeão mais uma vez ao derrotar o Liverpool. No entanto, a mais bela lição foi dada no pós-jogo, quando o goleiro do time inglês, Karius, chorando, caminhou até a sua torcida, a quem humildemente pediu desculpas pelo erro cometido, que acabou contribuindo para a derrota da equipe.

• A resposta foi algo ainda mais belo e emocionante, de uma torcida que ansiava muito o título, depois de esperar onze anos para voltar à disputa de uma final da principal competição de clubes do planeta. Só se viu aplausos, expressão de perdão e compaixão, atitudes raras no mundo de hoje, o que não deixa de ser uma esperança para quem ama o futebol, pois, apesar de toda a insensibilidade nos dias de hoje, o futebol ainda é capaz de ensinar ao mesmo tempo a ganhar, a perder e a viver. (Fecha o pano!)
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