22 de maio, de 2018 | 15:09

TJMG decreta prisão de Eduardo Azeredo

Político foi condenado no mensalão mineiro, apontado pelo MP como um esquema de desvio de recursos do governo mineiro, operado pelo empresário Marcos Valério de Souza, para financiar a campanha à reeleição de Azeredo

Divulgação
O ex-governador de Minas Gerais foi condenado a vinte anos e um mês de prisão pelo esquema de desvios no estado que ficou conhecido como 'mensalão mineiro'O ex-governador de Minas Gerais foi condenado a vinte anos e um mês de prisão pelo esquema de desvios no estado que ficou conhecido como 'mensalão mineiro'

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) negou o último recurso do ex-governador do estado Eduardo Azeredo (PSDB) contra a sua condenação a vinte anos e um mês pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro no processo conhecido como “mensalão tucano”. O TJ-MG decidiu decretar a prisão imediata do ex-governador de Minas Gerais.

Na sessão desta terça-feira 22, os cinco desembargadores da 5ª Câmara Criminal julgaram não acolher os embargos de declaração apresentados pelo tucano contra a decisão do último dia 24 de abril, quando sua condenação foi mantida por 3 votos a 2.

Neste momento, o TJMG analisa um pedido do advogado de Azeredo, Castellar Guimarães, para que o tribunal aguarde a publicação do acórdão da decisão desta terça para determinar a prisão. O defensor argumenta que seu cliente ainda poderia apresentar novos embargos de declaração.

Com um atestado médico, o desembargador Eduardo Machado se ausentou e foi substituído por Fernando Caldeira Brant, da 4ª Câmara. Completaram o colegiado os desembargadores Adílson Lamounier, Alexandre Victor de Carvalho, Julio Cesar Lorens e Pedro Vergara. Os cinco votaram de forma unânime contra o tucano e a favor do mandado de prisão.

A prisão do tucano já havia sido pedida pelo procurador de Justiça Antônio de Padova Marchi Júnior na sessão anterior, utilizando como exemplo o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso desde 7 de abril em Curitiba. No caso do petista, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou habeas corpus contra a prisão após o fim dos recursos em segunda instância.

O chamado “mensalão mineiro”, segundo denúncia do Ministério Público, foi um “esquema de desvio de recursos do governo mineiro, operado pelo empresário Marcos Valério de Souza, para financiar a campanha à reeleição do ex-chefe do Executivo (Azeredo), em 1998”.

Além do cabeça de chapa, o candidato a vice naquela eleição, o ex-senador Clésio Andrade (MDB), também foi condenado – até o momento apenas em primeira instância –, à pena de cinco anos e sete meses de prisão em regime semiaberto, pelo crime de lavagem de dinheiro.

Apagado na política

Considerado irrelevante no xadrez interno do PSDB, Eduardo Azeredo é um nome com peso histórico no partido, do qual foi um dos fundadores, em 1988, e presidente nacional entre janeiro e outubro de 2005.

Eleito vice-prefeito de Belo Horizonte em 1988, assumiu dois anos depois, após a renúncia do ex-prefeito Pimenta da Veiga (PSDB). Em 1994, se candidatou e foi eleito governador de Minas Gerais. Quatro anos depois, disputou a reeleição e foi derrotado pelo ex-presidente Itamar Franco.

Em 2002, venceu a disputa para uma das vagas no Senado. Desgastado pelas acusações que agora o levam à prisão, Azeredo desistiu da reeleição e concorreu a uma cadeira de deputado federal em 2010. Eleito, renunciou em 2014 quando se aproximava seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Escanteado pelo partido, viu os aliados minguarem nos últimos anos.
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