12 de maio, de 2018 | 10:31

Bola fora

Divulgação
Acostumado às lides da justiça, onde atua com destaque à frente de um dos escritórios de advocacia mais importantes do país, o advogado Sérgio Sette Câmara pisou feio na bola e sentiu na pele o que é comandar uma instituição de futebol da grandeza do centenário Clube Atlético Mineiro.

Após ter sido eliminado da Copa Sul Americana, em casa, na última quarta-feira, pelo San Lorenzo da Argentina, ainda no calor dos acontecimentos, o presidente alvinegro, ao invés de reconhecer a derrota e as escolhas erradas feitas com o seu aval pela comissão técnica - escalou um time quase todo reserva para enfrentar os argentinos-, Sette Câmara optou por desqualificar a competição, chamada por ele de “2ª Divisão da Libertadores”, sem perceber que com isso estaria desconstruindo duas das mais importantes conquistas do clube, as Copas Conmebol de 1992/97, que vem a ser a atual competição da qual acabava de ser eliminado.

Além de ter feito o papel da raposa na velha fábula sobre as uvas, o presidente alvinegro também afirmou que o Atlético tem como prioridades o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.

Neste caso, nenhuma novidade. Ele previu o Galo na liderança, ou entre os três primeiros colocados, até a parada para a Copa do Mundo. Na Copa do Brasil, onde o alvinegro fará jogo decisivo na próxima quarta-feira (16), em Santa Catarina, com a Chapecoense, o dirigente disse que “só um desastre” impedirá a passagem do clube para as quartas de final.

Não acredita
O presidente Sérgio Sette Câmara, até prova em contrário, é um homem de bem, profissional vitorioso no ramo do Direito, tendo sido eleito presidente do alvinegro com um discurso de cortar e controlar gastos, pagar dívidas. Portanto, não é nenhuma novidade os primeiros atos da sua gestão.

Mas o futebol, cheio de clichês e conceitos, tem o seu jeito próprio de ser e, como todos nós sabemos, é um grande terreno de divagações e comparações. Para evitar a repetição de problemas semelhantes, com a malfadada entrevista da última terça-feira, deveria adotar a estratégia de escalar alguém do ramo para isso, neste caso, o diretor de futebol, Alexandre Gallo, a fim de não se expor ao ridículo.

Com todas as limitações, o time do Atlético está crescendo e a qualidade do conjunto aparece, porque os jogadores estão assimilando bem o que deseja o jovem técnico, Thiago Larghy. Mas se a curto prazo a vaga na Copa do Brasil não vier, contra a Chapecoense, vai ser bem mais difícil segurar a revolta da torcida.

FIM DE PAPO
O Cruzeiro poderia ter vivido uma das semanas mais tranquilas desde o início da atual temporada, preparando-se para o jogo de hoje, 11h, no Mineirão, contra o Sport, pelo Campeonato Brasileiro, não fosse a derrapada do lateral Edílson, que se derreteu de amores pelo seu ex-clube, o Grêmio, numa entrevista à uma emissora de rádio de Porto Alegre, causando um desgaste desnecessário com a torcida celeste.

O boquirroto Edilson é um bom jogador e foi uma das principais contratações da atual diretoria, tendo sido importante nas duas mais recentes conquistas, a Copa do Brasil e o Mineiro. Mas como a fase do clube é boa e ele tratou rapidamente de pedir desculpas, a diretoria conseguiu colocar panos quentes e evitar o pior, contando com o respaldo e apoio da imprensa azul e amiga da capital.

Porém, periga Edilson ser tratado daqui para a frente de acordo com o seu desempenho em campo, e toda vez que jogar mal ou cometer alguma falha, ele poderá virar um Riascos qualquer.

Apesar de todos os problemas estruturais e a incompetência da CBF em organizar e promover qualquer coisa, o Brasileiro deste ano está se mostrando bem melhor do que o do ano passado, ao menos em relação às propostas de jogo. É verdade que essa onda vem de fora, por influência de modelos bem-sucedidos no exterior, que alteraram o status quo do “jogar bem”, que agora passa por ter mais posse de bola e não só atuar na base de contra-ataques.

O modelo tupiniquim do Grêmio de Renato Gaúcho é o que está mais pronto e considerado bem-sucedido. O Atlético dirigido pelo jovem Thiago Larghy vai na mesma toada, daí a expectativa para este confronto de hoje com o seu xará paranaense, cujo técnico é Fernando Diniz, tido e havido como um dos expoentes da nova geração de treinadores e adepto deste esquema, onde se vê uma maior intenção de se jogar futebol com iniciativa, a partir do domínio da bola e da troca de passes.

Talvez não seja por acaso que, nas quatro primeiras rodadas deste Brasileiro, times com maior posse de bola ganharam 17 vezes e perderam nove. É a inversão de uma tendência recente, que tem possibilitado bons jogos de se ver a cada rodada.

“Deus não pode estar em todos os lugares, por isso criou as mães”. (Ditado judaico). Se você ainda tem a sua, ame-a, aproveite este momento ao seu lado, porque às vezes acontece da gente se dar conta desse amor somente depois da derradeira separação. (Fecha o pano!)
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário