07 de maio, de 2018 | 16:51

Fora da ordem

Divulgação
O Atlético, assim como todos os demais grandes clubes do país, vive neste momento o drama da maratona de jogos, fruto de um calendário irracional, diga-se de passagem, aprovado por eles próprios. Só para dar uma ideia da situação: do dia 1º de abril até 19 de maio, o Galo terá disputado nada menos do que 14 jogos, em quatro competições diferentes, média de um jogo a cada 3,5 dias.

Após o empate de 2 x 2 fora de casa com o São Paulo, no último sábado, o time alvinegro volta a campo hoje, às 21h45, no Independência, precisando vencer o San Lorenzo por dois gols de diferença, pois perdeu de 1 x 0 o jogo de ida na Argentina.

Qual o time titular do Galo que irá a campo logo mais? Segundo o técnico Thiago Larghy, o mistério só será desfeito momentos antes da partida, após ouvir a palavra dos médicos e fisiologistas do clube, ou seja, tudo vai depender do estado físico dos atletas.

Há décadas os nossos cartolas prometem solucionar o drama deste calendário maluco, com excessivo número de jogos, por competições fracas como os desvalorizados estaduais, mas nada fazem, seja por incompetência ou desinteresse.

Eles se esquecem que o mundo se globalizou e o futebol está cada vez mais fora da ordem, perdendo espaço para outros esportes e atrações virtuais da internet.

Manteve o embalo
A vitória do Cruzeiro, por 1 x 0, sobre o Botafogo, no último domingo, foi suada, sofrida, mas muito importante, pois manteve o embalo das últimas goleadas na Libertadores, tirando a torcida celeste do baixo astral de não ter vencido e figurado as três primeiras rodadas na zona de rebaixamento do Brasileiro.

O nome do jogo foi o zagueiro Dedé, que, além do gol da vitória, repetiu outra ótima atuação, como vem fazendo desde que retornou aos gramados, depois de ficar parado por cerca de um ano, em razão de graves contusões.
Concordo plenamente com o comentarista Bob Faria, que disse durante a transmissão da Globo que, “caso tivesse retornado há cerca de oito meses ou um ano atrás, Dedé estaria brigando por uma vaga na seleção que irá à Copa da Rússia”.

Foi uma semana azul, pois além das goleadas sobre a Universidade do Chile e Vasco da Gama pela Libertadores, o Cruzeiro ainda conquistou o hexacampeonato da Liga Nacional de Vôlei.

FIM DE PAPO
O Atlético repetiu no Morumbi, diante do São Paulo, a mesma toada das últimas partidas. Joga um futebol convincente, domina amplamente o adversário, cria inúmeras chances de gol, mas não vence, por conta de erros individuais e coletivos dos jogadores. Na final do Mineiro, o vilão da vez foi Fábio Santos, que entregou o primeiro gol ao grande rival. Roger Guedes deu a sua contribuição na derrota para o Vasco. E agora foi a vez de Patric falhar em dois gols, facilitando o empate do São Paulo.

A “Folha de São Paulo” publicou na semana passada uma matéria muito interessante, sobre uma pesquisa feita em 2016, intitulada “o verdadeiro futebol brasileiro”. Quem vive o dia a dia desse imaginado mundo rico, sabe muito bem da sua realidade estarrecedora, o que a pesquisa do Datafolha só veio comprovar.

Por exemplo: a média salarial dos nossos jogadores profissionais é de apenas quatro salários mínimos por mês, R$ 3.653,36; apenas 3% ganharam mais de R$ 51 mil por mês, em 2016; 1% dos jogadores com salários maiores ganham mais do que os 78% mais pobres, num universo de 12.880 atletas naquele ano.

Mais ainda, como aliás frisei no primeiro tópico desta coluna, a respeito do interesse sobre o futebol, que vem caindo a cada ano de forma assustadora, o que torna cada vez mais mentirosa a afirmação de que somos “o país do futebol”. Segundo a pesquisa, desta vez realizada nos últimos dias de janeiro deste ano, 41% dos entrevistados disseram não ter interesse por futebol, o que significa números maiores do que as torcidas de Flamengo e Corinthians, as duas maiores do país.

Segundo o Datafolha, hoje “a maior torcida do Brasil não torce por futebol”, acrescentando que, desde a última pesquisa, feita há oito anos, este índice cresceu 10%. Entre os motivos principais que levaram ao quadro atual estão a desorganização e violência, mas, principalmente, os casos confirmados de corrupção de dirigentes, que estiveram ou estão à frente de clubes e entidades que comandam o esporte como a CBF e Fifa. (Fecha o pano!)
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