01 de maio, de 2018 | 11:12

Nem igreja escapou de incêndio em São Paulo

Favela vertical: prédio que desabou era ocupado por várias famílias de pessoas em situação de rua

Divulgação
Na Igreja Evangélica Luterana de São Paulo, de acordo com o pastor Frederico Carlos, “praticamente sobrou o altar e uma torre”Na Igreja Evangélica Luterana de São Paulo, de acordo com o pastor Frederico Carlos, “praticamente sobrou o altar e uma torre”

O incêndio que causou o desabamento de um prédio de 26 andares no Centro de São Paulo, na madrugada desta terça-feira, atingiu também uma das sedes da Igreja Evangélica Luterana de São Paulo. De acordo com o pastor Frederico Carlos, “praticamente sobrou o altar e uma torre”.

“Todo o telhado da igreja foi comprometido, o forro de madeira original de 1908, a parede direita com vitrais que foram confeccionados por um dos maiores vitralistas do Brasil. Foram preciosidades artísticas que se perderam. 80% no mínimo do prédio [foi atingido]. Não sei como está o órgão de 1000 tubos, da mesma idade da igreja”, disse o pastor em entrevista, ao Bom Dia Brasil.

O templo, também conhecido como Martin Luther, foi construído em estilo neogótico e inaugurado em 25 de dezembro de 1908. Ele foi tombado pelo Conpresp, em 1992, e pelo Condephaat, em 2012. Guilherme von Eÿe, seu arquiteto, também assinou o projeto do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. O prédio ocupa uma área de 1012 metros quadrados e tinha pavimento térreo de 465 metros quadrados. Entre 2012 e 2013, passou por uma reforma interna.
Uma de suas preciosidades era um órgão que, originalmente, tinha 12 registros e 620 tubos. Reformas no instrumento aumentaram o número de tubos para 1900 (em 1956) e 1946 (em 1995).

Os vitrais eram outra atração. Eles retratavam o Selo de Lutero, símbolo do luteranismo, e foram produzidos pela Casa Conrado, do vitralista Conrado Sorgenicht, autor dos vitrais peças do Mercado e do Teatro Municipal de São Paulo.
Prédio em chamas no Centro de São Paulo (Divulgação/Corpo de Bombeiros)


O grande incêndio

O prédio de 26 andares desabou durante um incêndio de grandes proporções no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo, na madrugada desta terça-feira. Um edifício vizinho também pegou fogo, mas não corre risco de colapso. Mais de 100 homens de várias unidades do Corpo de Bombeiros estão no local em busca de vítimas nos escombros no início desta manhã.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o incêndio teria começado por volta de 1h30. O desabamento ocorreu por volta da 3h, em consequência das chamas. As causas do incêndio ainda são ignoradas, mas as informações iniciais são de que o fogo começou no 5º andar do prédio. Alguns edifícios próximos foram evacuados e toda área está isolada. As informações da Defesa Civil são de que o prédio que desabou era ocupado por várias famílias de pessoas em situação de rua.

Segundo comerciantes do entorno, antes de a construção ruir, algumas pessoas pediam socorro no último andar. As chamas começaram no quinto andar, se alastrando rapidamente para os níveis superiores. Ao todo, 160 militares atuam no combate ao incêndio e no resgate das vítimas.
Bombeiros trabalham entre os escombros do desabamento de prédio de 26 andares que veio ao chão em  incêndio no centro de São Paulo - (Rovena Rosa/Agência Brasil)Bombeiros trabalham entre os escombros do desabamento de prédio de 26 andares que veio ao chão em incêndio no centro de São Paulo - (Rovena Rosa/Agência Brasil)


De acordo com o Corpo de Bombeiros, o prédio já havia passado por vistoria, na qual foram relatadas as péssimas condições do local às autoridades do município. De acordo com a corporação,os compartimentos entre os andares eram divididos por madeira, o que ajudou a propagar as chamas.

Ainda não há confirmação de mortos ou feridos. A Defesa Civil Estadual está no local e realiza cadastramento de todas as famílias que poderiam estar no prédio no momento do incêndio. Um edifício vizinho também foi atingido e as chamas se espalharam por dois andares. Ele foi esvaziado e interditado. Segundo o Corpo de Bombeiros, o risco de colapso é mínimo e não há vítimas deste incêndio.





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