
28 de abril, de 2018 | 07:39
Investigação da PF sugere que Temer lavou dinheiro propina em imóveis da família
Em nota, ministro afirma que a violação do sigilo de investigações é uma "conduta passível de sanção administrativo-disciplinar, cível e penal"

Uma investigação da Polícia Federal (PF) sugeriu que o presidente Michel Temer lavou dinheiro de propina no pagamento de reformas em imóveis de familiares, além de ter ocultado transações imobiliárias em nome de terceiros. A informação foi publicada nesta sexta-feira pelo jornal Folha de São Paulo .
A suspeita surge seis meses depois da abertura de um inquérito sobre a edição de um decreto para o setor portuário, a qual beneficiou empresas do setor em troca de propina.
Marcela Temer, sua mulher, e o filho do casal, Michelzinho, de 9 anos, são donos de alguns desses imóveis.
Até agora, a investigação aponta que o presidente recebeu, por meio do coronel João Baptista de Lima Fillho, ao menos R$ 2 milhões de propina em 2014.
Neste mesmo ano, quando Temer foi reeleito vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff, duas reformas foram feitas, em valores semelhantes, em propriedades de familiares do emedebista, da filha Maristela Temer e da sogra, Norma Tedeschi. Segundo as autoridades, a quantia destinada às obras é originária da JBS e da empresa Engevix.
O advogado do emedebista, Brian Alves Prado, nega qualquer irregularidade, afirmando que os valores transacionados a partir de doações, aquisições de imóveis ou investimentos são absolutamente compatíveis com seus rendimentos declarados à Receita Federal”.
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Jungmann determina que PF investigue vazamento em inquérito contra Temer
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, informou nesta sexta-feira que determinou que a Polícia Federal (PF) investigue o "possível vazamento" de informações do inquérito que apura supostas irregularidades no Decreto de Portos e tem o presidente Michel Temer como um dos alvos.
O anúncio ocorre no mesmo dia em que Temer cobrou uma investigação sobre "vazamentos irresponsáveis" para a imprensa de informações do inquérito. O presidente reclamou ainda do fato dos seus advogados não terem acesso aos autos.
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