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20 de abril, de 2018 | 13:50

Onde está o Tiradentes do século XXI?

Mário Lúcio Freitas *


O Dia de Tiradentes é comemorado em 21 de abril, em homenagem a um dos participantes da Inconfidência Mineira (1789). Esse movimento de cunho separatista e libertário, também chamado de "Conjuração Mineira", buscava a emancipação da capitania de Minas Gerais em relação a Portugal.

Desde 1965, pela Lei Nº 4. 897, a data da morte do mineiro Joaquim José da Silva Xavier, é feriado nacional. Assim, se relembra o dia em que Tiradentes, considerado um herói nacional, mártir e Patrono da Nação Brasileira, foi enforcado e esquartejado em 21 de abril de 1792.

O feriado tem como objetivo enfatizar a importância dessa figura multifacetada no desenvolvimento da história do Brasil. Segundo ele, “Se todos quisermos, poderemos fazer deste país uma grande nação. Vamos fazê-la”.
Agora, passados 226 anos da morte de Tiradentes, o cenário político e socioeconômico do Brasil nos permite dizer que faltaram homens que quisessem fazer do Brasil uma grande nação. Tiradentes teria morrido em vão? Como seus ideais foram parar na lata de lixo da história?

Somos um povo cuja maioria é pobremente educada. Estamos envoltos em um cipoal de corrupção na administração pública e nem o setor privado escapa, há alta contaminação em todos os poderes da República e falta, no horizonte nada belo, um líder que possa nos conduzir com sabedoria a uma saída. O fundo do poço em que estamos requer a volta de líderes que queiram o desafio de uma revolução. Não adianta reformar móveis velhos sem tirar os cupins e baratas.

Onde está o Tiradentes do século XXI, que mobilizaria brasileiros contra toda sorte de aproveitadores, que sangram as nossas riquezas, como faziam os portugueses no século XVIII?

Tristemente concluímos, diante dos fatos que, do Brasil de lá, para o Brasil de hoje, pouco mudou. A analogia é inevitável: Grande parte do nosso esforço produtivo é enviado para os paraísos fiscais, uma verdadeira derrama provocada pela corrupção, inclusive. Os impostos abusivos destroçam quem depende do trabalho para sobreviver e a concentração de riquezas é aviltante.

E quando nos falta ideais para por em prática mudanças reais, nos aproximamos de uma nova eleição sem saber para que rumo o vento vai soprar. Nos resta o anseio que não seja à uma nova praça do esquartejamento.

* Professor aposentado

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