08 de abril, de 2018 | 10:31

O azeite extra virgem mineiro

Produto agrega tecnologia e ganha mercado dez anos após primeira extração

A primeira extração nacional de azeite de oliva extra virgem completou 10 anos em 2018. Ao longo desta primeira década, a atividade ganhou novos produtores, expandiu-se para outros municípios e conta, atualmente, com cerca de 40 marcas que despertam o interesse do público.

“O azeite produzido na região da Serra da Mantiqueira apresenta muito mais frescor, tem cheiro e aroma frutado e características sensoriais de amargo e picância distintas das de outras regiões produtoras”, diz Luiz Fernando de Oliveira, coordenador do Programa Estadual de Olivicultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

ACS EmaterMG
As azeitonas mineiras resultam num azeite de alta qualidadeAs azeitonas mineiras resultam num azeite de alta qualidade
A produtividade também cresce, com a introdução de novas tecnologias e, principalmente, a implantação de novas áreas de plantio. A produção, que foi de 40 litros na primeira extração, em fevereiro de 2008, deve superar os 80 mil litros de azeite neste ano.

“Temos agora uma experiência muito maior, mas ainda há muito a evoluir no manejo e tratos culturais e também no conhecimento do potencial produtivo das oliveiras”, pondera Luiz Fernando.

No município de Maria da Fé, no Território Sul, onde ocorreu a extração pioneira, há 10 anos, a olivicultura tem movimentado também os setores de cosméticos, artesanato, doces e turismo. Motivada pelo primeiro azeite produzido na cidade, a farmacêutica Vânia Gonçalves criou uma linha de cosméticos que tinha o azeite como matéria-prima.

“Em 2014, vendi a marca e passei a produzir sabonetes, aromatizantes e cremes, que usam o bagaço, o resíduo da extração do azeite, que antes era descartado”, conta Vânia, proprietária da marca Jardim Secreto, que também tem uma linha de produtos que aproveita os resíduos do abacate.

Ana Lúcia Silva e o marido Márcio trabalham há 14 anos com a produção de bombons, ovos de páscoa e pães de mel artesanais para festas e eventos em Maria da Fé e municípios vizinhos. “Em 2009, ocorreu-nos criar um bombom de azeite para apresentar no Festival de Inverno. Depois passamos também a produzir o bombom recheado com azeitona”, explica Ana Lúcia.

A produção dos bombons nos sabores azeite, azeitona, pinhão e marmelo faz sucesso em festivais e eventos. “Quando começamos, produzíamos ovos de páscoa com 30 kg de chocolate. Este ano utilizamos mais de 1.000 kg de chocolate para atender a demanda das encomendas de ovos de páscoa para municípios da região”, completa Ana Lúcia.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário