06 de abril, de 2018 | 14:33
Rodovias são fechadas em vários estados pelo MST
Manifestantes favoráveis a Lula fazem protesto contra a prisão em várias partes do país
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrava, até o começo da tarde desta sexta-feira, 18 bloqueios pelos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em rodovias federais de 11 Estados.
Os integrantes do MST anunciam que protestam contra decreto de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O coordenador do movimento, Alexandre Conceição, afirma que a ideia é bloquear 50 BRs em 24 Estados.
O MST já comunicou que as manifestações atingem estradas de diversos Estados brasileiros. A maioria das passagens bloqueadas fica no Paraná.
Ao saberem da iminente prisão do ex-presidente e companheiro Lula, milhares de trabalhadores rurais Sem Terra participam de bloqueios de BR e outras rodovias de Norte a Sul do País.
Na Bahia a manifestação ocorre no quilômetro 360 da BR-116, em Feira de Santana. A BR-235 está bloqueada em Casa Nova e a BR-101 interditada, em Itaporanga D'Ajuda, em Sergipe e em Teixeira de Freitas, na Bahia
Novo pedido de habeas corpus negado
Na tarde de hoje, o ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para evitar que o petista fosse preso.
Esta não é a primeira vez que um pedido de liberdade do petista cai nas mãos do ministro Fischer. Em março, quando votou contra um HC preventivo de Lula, ele citou o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, que permite a prisão a partir da condenação em segunda instância, mesmo que sejam apresentados recursos às cortes superiores discussão agora travada em duas ações diretas de constitucionalidade no STF. Naquela ocasião, o habeas corpus foi negado por 5 votos a zero na 5ª Turma Criminal do STJ.
Responsável pelos processos da Lava Jato na corte, o magistrado é conhecido pelo rigor com os réus denunciados na operação.
Prazo chega ao fim
Lula tem até as 17h para se apresentar à Polícia Federal, em Curitiba, conforme determinação do juiz federal Sergio Moro.
Sede do Sindicato no ABC Paulista é cercada por manifestantes. Lula está na sede da entidade desde ontem a noite
Lula está na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, desde quinta-feira à noite e disse para o jornalista Ricardo Kotscho, do jornal Folha de São Paulo, que sua decisão era a de não se entregar para a Polícia Federal, em Curitiba (PR). Kotscho foi secretário de Imprensa do governo Lula.
Nas redes sociais, simpatizantes do petista postam frases em apoio à decisão de não se entregar: resistir e lutar.
Em entrevista para a rádio CBN, o ex-chanceler Celso Amorim disse que essa questão era uma decisão pessoal de Lula, mas que não sabia se a melhor opção era ir docilmente para Curitiba.
Por outro lado, advogados do ex-presidente que defendem que Lula cumpra a ordem de prisão, pois temem que esse ato seja configurado como desobediência ou até mesmo um indício de tentativa de fuga.
Para Kotscho, o ex-presidente afirmou que estava tranquilo, bem disposto e que já tinha feito seus exercícios matinais.
Mais:
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Sentença
Lula foi condenado por Moro no caso do tríplex de Guarujá em julho de 2017, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo.
Em janeiro, os desembargadores do TRF-4 confirmaram a condenação e votaram por aumentar a pena do petista para 12 anos e um mês de prisão.
A defesa do ex-presidente entrou com um habeas corpus preventivo no STF (Supremo Tribunal Federal), para tentar impedir sua prisão, mas o pedido foi negado na madrugada de quinta-feira (5) por 6 votos contra 5.
Entenda mais
No julgamento no TRF-4, os três desembargadores entenderam que há provas segundo as quais Lula recebeu propina da construtora OAS por meio da entrega do triplex e reformas no imóvel.
Lula foi acusado pelo Ministério Público de receber propina da empreiteira OAS. A suposta vantagem, no valor de R$ 2,2 milhões, teria saído de uma conta de propina destinada ao PT em troca do favorecimento da empresa em contratos na Petrobras.
Os advogados do ex-presidente sempre negaram as acusações, sustentaram que o julgamento foi político” e que houve cerceamento da defesa.
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Luc
06 de abril, 2018 | 23:00Enquanto isso, os trabalhadores de bem deste país estão dentro das usinas, dos escritórios, das lojas e em todo canto ocupados trabalhando o dia todo...”