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06 de abril, de 2018 | 07:12

Lula passa a noite em sindicato e faz silêncio sobre prisão

Juiz Sérgio Moro deu até as 17h de hoje para que Lula se entregue, caso contrário será buscado por policiais; uso de algemas está vetado

Nelson Almeida
Apoiadores de Lula chegam à sede do sindicato dos metalúrgicos do ABC para ato em apoio ao ex-presidenteApoiadores de Lula chegam à sede do sindicato dos metalúrgicos do ABC para ato em apoio ao ex-presidente


Lula ficou calado, até a madrugada desta sexta-feira sobre a apresentação em Curitiba. Por volta da 0h30 de hoje o ex-presidente Lula deixou a sala da presidência do sindicato, onde estava havia mais de quatro horas, e por cerca de dez minutos cumprimentou com abraços os militantes que o esperavam no segundo andar do prédio, em uma área isolada com grades.

Questionado por jornalistas se iria para Curitiba, o petista não respondeu. A ordem do juiz Sergio Moro expedida na quinta-feira (5) é para que o petista se apresente à Polícia Federal na capital paranaense até as 17h desta sexta. O despacho do juiz proíbe o uso de algemas em qualquer circunstância.

Lula também não discursou, como havia a expectativa. Muitos apoiadores se emocionaram ao abraçar o ex-presidente. Pouco antes, representantes do sindicato haviam anunciado que estava proibido fazer filmagens do petista, e a reportagem foi repreendida por perguntar a Lula se ele se entregaria nesta sexta.

Mais:
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Manifestação

Centenas de pessoas também foram para a frente da sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na noite de quinta-feira (5), onde foi promovido um ato em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Guarda Civil Municipal bloqueou as ruas que cercam o prédio. Entre os manifestantes estavam integrantes de movimentos populares como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) , da ocupação Povo Sem Medo, de São Bernardo do Campo, sindicalistas e políticos.

Os manifestantes carregam faixas com mensagens de apoio a Lula e gritam “aqui está o povo sem medo de lutar”. O ex-presidente apareceu na janela do sindicato para cumprimentar seus apoiadores, mas não fez qualquer pronunciamento.

Estrutura aos ex-presidentes

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem direito pela vida toda a quatro agentes de segurança, mais quatro funcionários administrativos.

A cada dois anos recebe dois carros de luxo, talvez blindados, como ocorre com o presidente Michel Temer. O combustível, as diárias do pessoal e as despesas de custeio caem na conta do Palácio do Planalto, da mesma forma que os gastos feitos em viagens aéreas, nacionais e internacionais, que Lula venha a fazer na condição de ex-chefe do Estado brasileiro.

Depois da prisão, não se sabe claramente o que acontecerá com essa estrutura, que beneficia todos os ex-presidentes: José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff. Leia mais

Lula foi condenado por Moro no caso do tríplex de Guarujá em julho de 2017, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo.

Em janeiro, os desembargadores do TRF-4 confirmaram a condenação e votaram por aumentar a pena do petista para 12 anos e um mês de prisão.

A defesa do ex-presidente entrou com um habeas corpus preventivo no STF (Supremo Tribunal Federal), para tentar impedir sua prisão, mas o pedido foi negado na madrugada de quinta-feira (5) por 6 votos contra 5.

Entenda mais

No julgamento no TRF-4, os três desembargadores entenderam que há provas segundo as quais Lula recebeu propina da construtora OAS por meio da entrega do triplex e reformas no imóvel.

Lula foi acusado pelo Ministério Público de receber propina da empreiteira OAS. A suposta vantagem, no valor de R$ 2,2 milhões, teria saído de uma conta de propina destinada ao PT em troca do favorecimento da empresa em contratos na Petrobras.

Os advogados do ex-presidente sempre negaram as acusações, sustentaram que o julgamento foi “político” e que houve cerceamento da defesa.
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