27 de março, de 2018 | 23:20

O ministro da Segurança Pública afirma que tiros contra caravana de Lula são inaceitáveis

A caravana foi iniciada dia 19 de março, em Bagé, no Rio Grande do Sul. Por onde passou foi hostilizada por manifestantes contrários ao PT e a Lula

Divulgação
Ônibus atingido por três tiros levava integrantes da caravana pelo Sul do Brasil Ônibus atingido por três tiros levava integrantes da caravana pelo Sul do Brasil


O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, classificou nesta terça-feira (27) como “inaceitáveis” os tiros em o ataque contra os ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no interior do Paraná.

Dois veículos foram atingidos por disparos de arma de fogo, mas ninguém se feriu. Lula não estava em nenhum dos ônibus, pois a segurança o tinha colocado em outro veículo.

Militantes contrários a Lula também jogaram armadilhas pontiagudas no asfalto por onde a caravana passaria nesta terça-feira. Um dos ônibus teve dois pneus perfurados pelos chamados "miguelitos".

“É absolutamente inaceitável que aconteça, parta de quem partir. Isso não é convivência democrática. Isso não pode acontecer, e se acontecer é preciso identificar os responsáveis porque não pode se repetir dentro do regime democrático”, disse o ministro.

Jungmann também condenou confrontos entre militantes petistas e anti-lulistas. Jornalistas foram agredidos no trajeto por seguranças do ex-presidente. “Não podemos admitir confrontos e é preciso ter respeito.”

O ministro afirmou que a Polícia Federal não irá investigar o caso porque o crime não foi federal e cabe às autoridades estaduais atuar. “Caberá à investigação estabelecer se foi ou não (um atentado político)”, disse.

Jungmann iria conversar ainda nesta terça-feira com a Secretaria de Segurança do governo Beto Richa (PSDB), para pedir “atenção redobrada” para o caso. “Eu pedi que existam cuidados adicionais e falo sempre com a própria PRF”, disse o ministro. Antes, ele se reuniu com parlamentares da bancada do PT.
Um dos ônibus teve pneus perfurados por armadilhas jogadas no asfalto Um dos ônibus teve pneus perfurados por armadilhas jogadas no asfalto



Aliados de Lula

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que é do Paraná, classificou o episódio de “atentado fascista”. “É muito triste e vergonhoso que no nosso estado, o Paraná, se protagonize esse tipo de atentado fascista e de insegurança. Não nos intimidarão”, afirmou.

A dirigente partidária afirmou em um vídeo postado nas redes sociais que os ataques à caravana foram coordenados por um grupo radical desde o começo da caravana, nos estados do Sul do Brasil. “Sempre os mesmos carros, sempre as mesmas pessoas nos atacando”, afirmou Gleisi.

A caravana foi iniciada dia 19 de março, em Bagé, no Rio Grande do Sul. Por onde passou foi hostilizada por manifestantes contrários ao PT e a Lula.

O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), cobrou uma atitude dos responsáveis pela segurança no governo Michel Temer (MDB). “É preciso pôr um freio nos fascistas. O Ministério de Segurança Pública e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), que por força do decreto 6.381, de 2008 é responsável pela segurança dos ex-presidentes, devem se posicionar”, disse.

O senador Roberto Requião (MDB), que é do Paraná, classificou o ato de “emboscada” e pediu “jogo duro contra os bandidos”. “A preocupação dos membros da caravana é enorme. Peço esforço especial da Polícia Militar e da Polícia Civil para garantir a vida dos jornalistas, dos convidados que acompanham a caravana e, evidentemente, a vida do ex-presidente Lula. Não é possível que isso ocorra aqui no Paraná”, disse.

O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), que tem acompanhado Lula na caravana pelo Sul do país, afirmou que os autores do ataque mostram “ódio” e “despreparo para conviver com a pluralidade de idéias”. “Ao atentar contra a vida, o fascismo mostra sua face mais perversa”, declarou.
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